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CURSO DE TESTE DE BÚZIOS

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Por:   •  30/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.448 Palavras (10 Páginas)  •  282 Visualizações

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Curso de Jogo de Búzios - Introdução

Cursos - Búzios

CURSO DE JOGO DE JOGO DE BÚZIOS

Jose Luciano de Oliveira Nunes

Pai Luciano de Sangó Àirá, Mestre Humbarô

Introdução

O homem costuma arquitetar seus planos em função de contingências e vaticínios, embora saiba que muita coisa do futuro é desconhecida. Em razão disto, tem tentado penetrar neste desconhecido o quanto pode. Dentre os meios mais utilizados está o da adivinhação como ato de se obter informações acêrca de acontecimentos futuros, originados de princípios sobrenaturais, mediante sinais e técnicas ocultas.

A adivinhação se acha sempre associada a uma decisão sobre importantes planos ou ações vitais a serem tomadas, casos de doenças, ou de morte; conflitos em escala pessoal ou coletiva; mudança de alinhamentos sociais ou, talvez sociais ou, talvez, de situação econômica; casos de perdas e calamidades, etc.

Aconteça o que acontecer, toda pessoa deseja conseguir o melhor da vida. Alguns desejam conhecer a vontade divina, e na maioria das vezes, conseguir longevidade e prosperidade, lucro na vida e sucesso nos empreendimentos são os desafios a serem enfrentados.

Na sua quase totalidade os homens acreditam que o mundo em que vivem é influenciado por certas forças mágicas, espíritos ancestrais e outros. Sabem também que é sábio, e conveniente ter essas forças do seu lado. Assim, estão convictos de que o oráculo pode revelar o que essas forças estão planejando e o que se pode fazer para prevenir, conciliar e satisfazê-las. Desse modo, a predição é um meio pelo qual a vontade divina é compreendida.

Homens no mundo inteiro, praticam a predição idealizando-se vários métodos de realizá-las, como jogo de Búzios, Tarot, cartas, I Ching, etc.

Nosso caso especifico é um curso de Jogo de Búzios, e vamos nos ater a isto.

Cabe, entretanto, uma observação acerca do conteúdo desse material. O leitor que compare vários cursos, ou diversos livros poderá ter a impressão de que devido as diferenças de opniões, entre os diversos autores, alguns estão certos e outros estão errados, uma vez que as discrepâncias entre os conteúdos, podem chegar ao ponto de um autor declarar formalmente ser errado o que o outro autor estabelece como único modo correto de trabalhar em têrmos de olhador dos búzios.

Júlio Braga, antropólogo dedicado ao estudo das tradições afro-brasileiras e com vivência pessoal nessas religiões, estabelece com muita clareza as razões da discordância. É preciso saber, primeiro lugar, que as técnicas divinatórias utilisadas na África foram praticamente esquecidas no Brasil, em decorrência da impossibilidade de reproduzir o processo iniciatório necessário dentro do quadro da sociedade escravagista. O resultado, foi uma recriação dessas técnicas, combinando uma memória mais ou menos vaga dos processos originais com práticas correntes de origem européia e com criações originais dos grupos religiosos formados desde que os povos escravos conseguiram recomeçar a reorganizar sua cultura aqui.

Uma caracteristica fundamental dessa reorganização, ainda segundo Júlio Braga, é a inesistência de uma estrutura única, uniforme, para o jogo de búzios. Na África, a adivinhação era realizada por um clero especializado, cuja iniciação dava-se dentro de um sistema religioso bastante formal e dedicado exclusivamente a isso; assim, embora a tradição fosse transmitida oralmente, havia um corpo de conhecimentos organizados para o jogo. No Brasil, essa iniciação era inesistente, salvo no caso de uns poucos sacerdotes que foram até a África submeter-se ao processo; assim, o treinamento passou a ser feito no interior de cada casa religiosa, mantendo-se a tradição da transmissão oral do conhecimento e da aprendizagem por imitação.

É facil perceber que a estrutura elaborada para o jogo em cada casa de culto foi determinada pelas características específicas de dogma e de rito dessa casa: cada nação de candomblé, cada linha de umbanda, cada variante religiosa das diversas regiões do país criou seu proprio sistema de correspondências simbólicas, seu conjunto de materiais necessários ao jogo, seu próprio ritual oracular e seu sistema interpretativo. Embora na maioria desses casos possa ser percebido que se trata de um único jogo com diversas variantes, isso é suficiente para crriar grandes diferenças no modo de jogar entre os iniciados de cada linha religiosa.

Um outro problema criado foi o fato de que, enquanto o jogo era um segredo de culto e sua transmissão era exclusivamente oral e feita dentro do processo de iniciação, cada novo praticante somente podia aprender a forma como seu pai de santo executava o jogo, dentro dos limites nos quais o mestre desejava ou transmitia o conhecimento; e como essa tradição é recente e pouco sedimentada, houve ( e ainda há) grande margem para a introdução de variações pessoais por parte de cada praticante.

Desta forma, o jogo aprendido em uma casa, dentroda tradição de um determinado pai de santo, pode ser muito diferente do praticado em outras casas. As diferenças são ainda maiores quando comparadas as maneiras de jogar e interpretações da umbanda e do candomblé.

No entanto, a diversidade de normais e criação de códigos individuais não invalidam o oráculo: desde que o praticante esteja bem familiarizado com seu código pessoal e desde que ele expresse bem sua intuição, o jogo funcionará corretamente. O Exú, que traz as noticias de Orunmilà, Ifá, relevará estas diferenças e ajustará as coisas a seu tempo. Portanto, não se justifica a opnião de que um sistema é errado e o outro não.

Injustificada e deploravel são então as criticas por parte de alguns olhadores de búzios acerca do sistema usado por outro, que não é o seu, quanto a ser errado. Isto se torna verdadeiramente comprovado, quando vemos olhadores de búzios, com diferentes métodos, dizerem o presente e preverem o futuro com os mesmos acertos.

Por isto, tomamos todo o cuidado para fazermos a análise de múltiplos métodos de jogo de búzios diferente. Procuramos ao máximo adentrar as raizes do jogo, sua iniciação, suas rezas, seus ebós e presentes de várias vertentes diferentes, assim como nos procuramos capacitar com cursos e estudos junto a babalaôs africanos e seus métodos de jogo e interpretação. Acreditamos

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