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FILOSOFIA DA AÇÃO: O HUMANO COMO AUTOPROJETO

Por:   •  8/6/2020  •  Resenha  •  1.159 Palavras (5 Páginas)  •  135 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

FILOSOFIA – COMUNICAÇÃO SOCIAL

FILOSOFIA DA AÇÃO: O HUMANO COMO AUTOPROJETO

PROFESSOR: CARLOS MOITEIRO

ALUNA: AMANDA MAYARA

CURITIBA, 2020

A questão da escolha, por si só, é bastante característica da condição humana em seu sentido mais amplo, uma vez que é impossível conceber ou caracterizar o homem de outra forma que não seja através de sua classificação como ser racional capaz de fazer escolhas. No entanto, a filosofia aborda essa questão de forma muito mais acentuada, uma vez que, podendo a escolha ser dita como um distintivo humano, ela pode fazer-se fundamental para a compreensão de sua própria existência. Sartre, em “O existencialismo é um humanismo”, afirma que a natureza humana somente pode ser depreendida diante de análise da sua subjetividade que, quando feita, traz a máxima de que a existência precede a essência (1970, pg. 3).

        Com isso, o filósofo determina que a natureza humana é, na verdade, o próprio homem, uma vez que cada indivíduo carrega a universalidade do todo em si. Isso se dá pois, entendendo-se a existência como precursora da essência, tudo precisaria primeiro existir para depois poder criar, e somente o ser humano é dotado dessa condição. Assim, entende-se que o homem primeiramente existe e depois se define, cabendo a ele a completa responsabilidade daquilo que se torna. Todavia, justamente por ser detentor da universalidade anteriormente mencionada, ao definir-se, o homem não se faz responsável somente por ele mesmo, mas também por todos os outros, uma vez que ao projetar-se e criar-se  também é criada uma imagem de potência do próprio homem, ou seja, daquilo que todos deveriam ser.

        Com isso, Sartre aborda as concepções de angústia, desamparo e desespero, que possuem conotações negativas mas não passam de meros atributos humanos decorrentes dessa responsabilização que lhe é inerente. O filósofo entende a angústia como a compreensão do homem de que suas escolhas não apenas o definem, mas ajudam a delinear toda a coletividade humana no sentido mais amplo, sendo constituinte da condição de ação (1970, pg. 6). O desamparo, por sua vez, dá-se diante da acepção de que, mesmo havendo qualquer possibilidade de existir uma força maior, comumente chamada de Deus, os valores tidos a priori são única e exclusivamente estabelecidos pelo próprio homem, não havendo uma verdade absoluta naquilo que seria moralmente correto, embora todo indivíduo compreenda isso de forma histórica e intrínseca. O desespero, por fim, decorre da aceitação de que somente se pode contar e acreditar naquilo que depende da vontade individual. Em conjunto, todos esses conceitos trazem uma confirmação evidente: o ser humano é dotado de liberdade. E, para Sartre, essa é a maior característica humana, mas também sua maior condenação (1970, pg. 7).

        Com isso, surge a concepção de escolha, temática principal desse estudo. Uma vez que entende-se que o indivíduo somente pode contar com sua própria capacidade de decifração das situações e da probabilidade decorrente de qualquer evento, a realidade nada mais poderia ser que um mero conjunto de atos que formalizam a história e permitem a acepção de uma condição humana. No entanto, todos esses atos derivam da liberdade humana de tomar suas próprias decisões, ou seja, de escolher, uma vez que é impossível não escolher, até mesmo quando nada é feito, já que isso, de qualquer forma, configura uma escolha. Assim, o homem nasce como uma tela em branco, e a partir de suas escolhas vai traçando sua moralidade e suas verdades, que afetam a todos, e justamente pelo homem sempre buscar sua própria liberdade, ele sempre acabará por almejar a liberdade de todos, e qualquer ato contrário a isso viola a própria moralidade humana, sendo essa estabelecida dessa forma, e não por vontade divina.

        Assim, com essa introdução, faz-se possível responder os questionamentos inicialmente levantados no enunciado que precedeu esse estudo. Minhas vivências e escolhas pessoais me trouxeram até onde estou justamente porque elas são minhas únicas formadoras como ser humano, já que todo ato e ação meus sempre decorreram de escolhas que tive que fazer. Embora a historicidade seja evidente formadora da condição humana, como afirmado por Sartre, sempre foi uma escolha minha seguir a moralidade vigente, mesmo que, em muitas situações, essa decisão pareça até mesmo ser uma coisa intrínseca. Isso se dá porque, como afirmado pelo autor, “embora o conteúdo da moral seja variável, certa forma dessa moral é universal” (1970, pg. 16).

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