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Fichamento de Discurso do método – René Descartes

Por:   •  1/7/2017  •  Resenha  •  4.033 Palavras (17 Páginas)  •  2.103 Visualizações

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Discurso do método – René Descartes

Capítulo Um:

        A maneira como conduzimos nosso pensamento é instruída pelo poder de discernir o verdadeiro do falso, propriamente determinada pela razão e pelo bom-senso de cada um, segundo Descartes. Dessa forma, a razão que nos distingue dos animais se consolida por meio da elevação gradual de conhecimento, e, principalmente de enriquecimento de espírito, como pode ser demonstrado em: “ Assim, não é verossímil que todos se enganem; mas, pelo contrário, isso demonstra que o poder de bem julgar (...) todos os homens;”. De acordo com essa lógica, deve-se não apenas possuir um “espírito bom” mas saber aplicá-lo bem nas diversas linhas de pensamento.

        Descartes, ao se encontrar imerso à diversas dúvidas e erros, procurou se instruir a partir da desconfiança ao invés da presunção, ou seja, pela incerteza dos fatos com o intuito de obter a verdade, e, assim conduzir sua vida da melhor forma possível. Por essa perspectiva, o autor realiza uma reflexão também sobre as oportunidades que teve, e se liberta dos preceptores, que se utilizavam dos antigos escritos pagãos, aos quais o autor se refere como sendo provenientes de uma ausência de sensibilidade, ou orgulho, ou desespero.

           Segundo a lógica comum dos filósofos, “só há mais e menos entre os acidentes, e não entre as formas ou natureza dos indivíduos de uma mesma espécie”. Têm-se que:

  • o autor explica que pode ser considerado como acidente, numa determinada situação na qual uma determinada característica está presente em um homem, entretanto, ela não afeta o fato dele ser um ser humano.
  • o autor explica as formas, como uma substância presente na definição de alguma coisa; no caso do homem, a sua forma é a alma racional.
  • o autor explica a espécie, a partir do conceito da forma de uma substância que a define propriamente, ou seja, a diferenciação pela cor, pelo tamanho, pela ciência e etc…

Através do aprendizado adquirido por meio de inúmeros livros, poesias, artes e pensamentos memoráveis, sendo assim, ciências que de alguma forma influenciam na vida humana, Descartes analisa seus respectivos valores justos e transformações promovidas na sociedade.

Exemplos:

  • a matemática que facilita todas as artes
  • a teologia que estuda as relações do homem com o universo
  • a filosofia que proporciona meios de tratar as situações com verossimilhança
  • a jurisprudência que trata da ciência do direito e das leis,
  • a medicina que trata das causas e doenças relacionadas ao homem.

    Aos indivíduos que têm o raciocínio mais forte e melhor organizam o pensamentos, a fim de torná-los mais claros e inteligíveis, possuem uma melhor capacidade de argumentação e persuasão. Assim, o enaltecimento das virtudes se estabelece por meio do descobrimento das culturas antigas e pela contribuição da racionalidade para se compreender as coisas em geral do mundo atual.

         Os caminhos determinados pelas diversas pessoas sobre uma mesma matéria trazem verdades sustentadas acima da capacidade de compreensão humana; logo, a verossimilhança era a base das ciências em geral. Referente à isto, Descartes não dava a importância a grandes títulos profissionais, pois ele acreditava que indivíduos com tal reconhecimento exerciam um papel não verdadeiro em relação ao que sabiam de fato, como se pode verificar em: “ E, finalmente, quanto às más doutrinas, pensava já conceber bem o que valiam, para (...) sabem.”

      O filósofo procura então viver diversas experiências e busca conviver com pessoas diferentes na tentativa de refletir sobre as coisas de tal modo que se pudesse extrair algum proveito. Dessa forma, a distinção do autêntico e do incerto representava uma grande importância para a solidificação de seus fundamentos, na caminhada da vida. A solução encontrada por Descartes foi então estudar a si mesmo, e empregar todas as forças de seu espírito escolhendo os caminhos que se deveria seguir.

 

Capítulo Dois:         

 Nessa segunda parte, Descartes explica o que propõe para a sua obra. E com o "assim" ele começa, a cada "assim" que se passa é um novo enunciado defendendo um único ponto; não é possível atingir a perfeição quando um projeto, uma tese ou trabalho não seja totalmente feito por uma única pessoa, sendo assim não são suficientemente bons os trabalhos integrados. No total são 5 "assim".

          I.          O arquiteto; o edifício iniciado e terminado por um único arquiteto é melhor planejado e mais belo, diferente ocorre quando os mesmo tentam reformar edifícios pré-existentes.

         II.         Cidades; essas são aglomerações de construções, e cada uma dessas construções com engenheiros diferentes e  assim as edificações ficam desiguais. Além disso, Descartes cita os Funcionários da almotaçaria, que tinha função cuidar e fiscalizar as construções de terceiros, e assim ele conclui como é difícil "tomar conta" do trabalho alheio.

             III.          O legislador; cita os semi - selvagens, onde ao longo do tempo são criados os regulamentos, então há vários legisladores e em contraposição cita os dez mandamentos e esparta aonde um único indivíduo cria todas as leis, e todas tendem ao mesmo fim.

           IV. A ciência dos livros; aqueles que pouco a pouco são montados, por pessoas diferentes e opiniões diferentes não atingirão  a capacidade daquele livro escrito por uma única pessoa de bom senso (homem que recorre apenas a sua razão).

               V. O homem; não somos perfeitos, pois nem sempre nos guiamos pela nossa razão, o exemplo que ele usa são as crianças, que nos começos das nossas vidas a gente é guiado pelo nosso instinto.

    Descartes não propõe com isso a mudança da ciência ou da ordem estabelecida desde os alicerces,  mas sim analisar todas as ideais com a razão e assim decidir quais são as maçãs podres, como o exemplo utilizado por ele. Diz também que a sua missão foi construir um terreno que todo dele, e assim buscá-lo em seus pensamentos, e não aceitar as verdades de uma outra pessoa sem antes pensar se aquilo é mesmo uma verdade.

  Todos os homens são racionais, porém nem todos são capazes de distinguir o verdadeiro do falso, e assim estes estão fadados a seguir as opiniões dos outros. Com isso ele diz, ele mesmo poderia ser um desses se tivesse tido apenas um mestre por toda sua vida, porém, não foi assim e ele pode notar a diferença que existe entre os mais doutos. Sendo assim, ele se sentiu forçado a buscar por si, suas respostas e não seguir as dos outros.

   Contudo, Descartes não impossibilita a veracidade daqueles que um dia fizeram a sua cabeça. Em vez disso, ele busca antes tem certeza daquilo que acredita para então rejeitar os preceitos, antes tidos como verdade. Porém, para rejeitar é preciso antes analisá-los e para isso seguiu os seguintes critérios;

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