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Filosofia Para Criança

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Por:   •  25/9/2014  •  2.091 Palavras (9 Páginas)  •  325 Visualizações

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Introducão

O objetivo da filosofia para crianças – Educar para o pensar, é analisar a proposta do filósofo norte americano Matthew Lipman que visa iniciar as crianças no estudo da filosofia.

Pretendemos discutir os desdobramentos da problemática da filosofia para criança deste autor e oferecer auxílio para o trabalho em sala de aula como proposta educativa, investigativa e reflexiva.

O QUE É FILOSOFIA PARA CRIANÇAS

O contexto do mundo atual impõe um grande desafio aos educadores: a formação de pessoas com as habilidades necessárias para transformar informação em conhecimento e conhecimento em ações conseqüentes. A velocidade com que são produzidas e repassadas as informações exigem uma forma mais elaborada de apreensão, possibilitando, assim, relacioná-las e delas extrair tudo aquilo que está implícito. Além disso, os indivíduos desta sociedade em rápida transformação terão êxito e serão atuantes na medida em que conseguirem interagir autonomamente com o meio em que vivem.

Neste sentido, uma vez mais, a Educação tem papel de destaque na formação deste novo indivíduo. A simples transmissão de informações produzidas ao longo da história já não basta. Cabe à Educação, agora, dar os instrumentos necessários para que, a partir do que já foi construído, as pessoas possam elaborar novos conhecimentos, desenvolver seu potencial criativo, enfrentar novos desafios, relacionar as informações e tirar suas próprias conclusões.

Diante desse panorama, o Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças salienta a necessidade de se aprender a pensar melhor e a pensar por si mesmo. Quando a Filosofia é ensinada através do diálogo investigativo, como é proposto no Programa de Filosofia para Crianças e, especialmente, quando os estudantes ainda são crianças, a tendência é que eles saiam de seus cursos mais críticos, mais criativos e mais sensíveis ao contexto em que vivem.

A experiência tem nos mostrado que crianças e adolescentes que estão expostos à esse Programa desenvolvem: maior autonomia de pensamento, uma percepção ética mais aguçada, autocorreção, respeito por pensamentos diferentes do seu, respeito à opinião de outras pessoas, capacidade de dar boas razões para seus argumentos, entre outras habilidades.

Matthew Lipman foi um filósofo americano, reconhecido como fundador da filosofia para crianças. Sua decisão de trazer a filosofia para os jovens decorreu de sua experiência como professor, onde Lipman constatou a dificuldade dos seus alunos para raciocinar. Assim, procurou desenvolver-lhes a habilidade de raciocínio particularmente através do ensino da lógica. A crença de que as crianças têm a capacidade de pensar abstratamente desde muito cedo levou-o à convicção de que incluir a lógica na educação infantil ajudaria a melhorar sua habilidade de raciocinar.

Investigação Filosófica

O Prof. Dr. Matthew Lipman, filósofo e educador norte-americano, criou o Programa Filosofia para Crianças no final década de 60. Pioneiro em pensar a contribuição da filosofia para a formação integral das crianças, sua intuição foi aos poucos se constituindo em um novo paradigma de educação: uma prática reflexiva e investigativa em comunidade.Lipman enfatizam a necessidade de aprender a pensar e não apenas memorizar conteúdos. Para Lipman há algo em comum entre as crianças e os filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo. Os filósofos levam esta capacidade de maravilhamento às últimas conseqüências, descobrindo e investigando os problemas da experiência humana. Tais problemas giram em torno de conceitos centrais, comuns e controversos em nossa experiência. Desta forma, os filósofos conseguem criar e reconstruir conceitos e buscar formas de explicação mais abrangentes para os problemas da vida. As crianças ficam intrigadas com os mesmos conceitos problemáticos, ou seja, colocam-se questões sobre a verdade, as regras, a justiça, a realidade, a bondade, a amizade, etc. Necessitam, portanto, de uma educação filosófica para tratar destas questões e, simultaneamente, aprender os processos do raciocínio e do julgamento.

Filosofia para Crianças tem por objetivo introduzir de forma intencional e sistemática a investigação filosófica na formação das crianças desde os primeiros anos da educação formal e informal. Podemos dizer que a principal tarefa do professor é a de criar condições para que as crianças aprendam os conceitos de forma reflexiva e não mecânica, ainda que, algumas vezes, tenhamos de recorrer a exercícios para bem realizar este trabalho. Fazer filosofia com as crianças é criar esta prática de pensar, um ambiente onde o questionamento da criança sobre conceitos comuns, centrais, controversos e problemáticos da experiência infantil possam ser adequadamente investigados e não simplesmente respondidos com “verdades absolutas” ditadas pela experiência do adulto. O pressuposto deste paradigma educacional é o de que a educação deve começar onde está a criança e não onde está o professor,pois o pensar para ele é multidimensional, ou seja, é crítico, criativo e cuidadoso. Lipman coloca duas idéias regulativas deste paradigma reflexivo: a razoabilidade como propriedade pessoal e a democracia como propriedade social. A Investigação dialógica em comunidade constitui a base para construir a cidadania numa prática democrática. Se falamos em “construir” é porque todos estes conceitos são provisórios e devem ser submetidos constantemente à reflexão inteligente e imaginativa.

Educação do pensamento – aprimorar a capacidade de pensar

Filosofia para Crianças propõe que os conceitos e problemas sejam investigados utilizando-se das habilidades de pensamento (habilidades de raciocínio, investigação, interpretação e conceituação) e das habilidades sociais. As habilidades são capacidades adquiridas pela experiência que permitem um pensar bem sobre os conceitos e problemas.As habilidades estão em constante processo de aprimoramento á medida em que são empregadas no processo reflexivo ou investigativo. Elas são constituidoras da inteligência humana.

Lipman criou uma classificação de habilidades em quatro grupos:

a) Habilidades de raciocínio: inferir, comparar, identificar semelhanças e diferenças, contrastar, dar razões, definir, aplicar critérios, detectar pressupostos, ambigüidades, contradições, etc.

b) Habilidades de investigação:

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