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Manifesto comunista

Por:   •  28/5/2016  •  Resenha  •  3.231 Palavras (13 Páginas)  •  290 Visualizações

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MANIFESTO COMUNISTA

(Karl Heinrich Marx 1818-1883

Friedrich Engels 120-1895)

Burgueses e Proletários

A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes sociais.

Nas primeiras épocas históricas, verificamos, quase em toda parte uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Media, senhores, vassalos, mestres, companheiros, servos; e em quase que em cada uma destas classes, novas divisões hierárquicas. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não superou as incompatibilidades de classe. Ela colocou no lugar novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta.

Entretanto,dos servos da Idade Media, nasceram os burgueses livres das primeiras cidades, onde desta população municipal. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos: a burguesia e o proletário.

A descoberta da América, a circunavegação da África, ofereceram à burguesia em assenso um novo campo de ação. E a antiga organização feudal da indústria já não podia satisfazer às necessidades que cresciam com a abertura de novos mercados, onde a manufatura a substituiu. Os mercados ampliavam-se cada vez mais, onde a procura de mercadorias aumentava sempre. A própria manufatura tornou-se insuficiente e então, o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial, ao qual a grande indústria moderna ultrapassou a manufatura, e a media burguesia manufatureira cedeu lugar aos milionários da indústria, aos chefes de verdadeiros exércitos industriais, aos burgueses modernos.

A burguesia desde o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, e conquistou finalmente a soberania política exclusiva no Estado representativo moderno, sendo o mesmo um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa. A burguesia desempenhou na historia um papel eminentemente revolucionário. Mas também fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade do comercio; rasgou o véu do sentimentalismo que envolvia as relações de família e reduziu-as a simples relações monetárias.

Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo e com essa exploração mundial imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a corrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras, obrigando-as sob pena de morte, a adotarem o modo burguês de produção, criando o mundo a sua imagem e semelhança. A conseqüência necessária dessas transformações foi a centralização política, em que províncias independentes, apenas ligadas por débeis laços federativos, possuindo interesses, leis, governo e tarifas aduaneiras diferentes, foram reunidas em uma só nação, com um só governo, uma só lei.

Uma crise comercial repetindo-se periodicamente ameaça cada vez mais a existência da sociedade burguesa – a epidemia da superprodução. Subitamente, a sociedade vê-se reconduzida a um estado de barbaria momentânea. As forças produtivas disponíveis, não mais favorecem o desenvolvimento das relações de propriedade burguesa, pelo contrario, tornam-se por demais poderosas para essas condições, que passam a entravá-las. O sistema burguês tornou-se demasiado estreito para conter suas riquezas criadas, e as armas utilizadas para abater o feudalismo, voltam-se contra própria burguesia, cujo os homens a utilizar essas armas foram também por eles criados – os operários modernos, os proletários. Pois com o desenvolvimento da burguesia, desenvolve-se também o proletariado, a classe de operários modernos que só podem viver se encontrar trabalho, que são constrangidos por vender-se diariamente, como mercadoria, artigo de comercio como qualquer outro, pois o crescente emprego de maquinas despoja do trabalho do operário, fazendo com que seu custo seja reduzido, como soldados de indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. As diferenças de idade e de sexo não têm mais importância social para a classe operaria, não há instrumentos de trabalho cujo preço varia segundo a idade e o sexo. O proletariado passa por diferentes fases de desenvolvimento, logo que nasce começa sua luta contra a burguesia, a principio empenhando-se na luta operários isolados, mais tarde, operários de uma mesma fabrica, finalmente operários do mesmo ramo de indústria, de uma mesma localidade contra o burguês que os explora diretamente. Não se limitam e destroem mercadorias, quebram maquinas, queimam fabricas e esforçam-se para reconquistar a posição perdida do artesão da Idade Media. Seus interesses e condições de existência se igualam cada vez mais, a medida que a maquina extingue toda a diferença do trabalho e quase por toda parte reduz o salário a um nível igualmente baixo, e os choques individuais entre o operário e o burguês tomam cada vez mais o caráter de choque entre duas classes. Isso faz com que os operários cheguem a fundas associações permanentes a fim de se prepararem na previsão daqueles choques eventuais, que produzem em geral diversos modos de desenvolvimento do proletário.

A burguesia vive em guerra perpétua e finalmente, nos períodos em que a luta de classes se aproxima da hora decisiva, o processo de dissolução da classe dominante, de toda a velha sociedade, adquire um caráter tão violento e agudo, que uma pequena fração da classe dominante se desliga desta, ligando-se a classe revolucionaria, a classe que traz em si o futuro. As condições de existências do proletariado já não existem mais, estão destruídas as da velha sociedade, pois não são mais propriedades, suas relações com a família nada tem de comum com as relações familiares burguesas, as religiões as leis são para eles meros preconceitos burgueses, aos quais ocultam outros interesses. Sua missão é destruir todas as garantias e seguranças da propriedade privada até aqui existentes, conquistando assim a democracia, centralizando todos os instrumentos de produção do Estado, isto é, do proletariado organizado em classe dominante.

A luta entre as duas classes explode numa revolução aberta e o proletariado estabelece sua dominação pela derrubada violenta da burguesia, sendo evidente que a mesma é incapaz de continuar desempenhando o papel de classe dominante, sua existência se torna incompatível com a sociedade.

 

II

 Proletários e Comunistas

Os comunistas não têm interesses que os separem do proletariado em geral. Constituem-se com a fração mais resoluta dos partidos operários de cada país, a fração que impulsiona as demais; teoricamente possui sobre o resto do proletariado a vantagem de uma compreensão mais nítida das condições, da marcha e dos fins gerais do movimento proletário, possuindo de imediato o mesmo interesse que todos os demais partidos.

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