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Mito da Caverna e o Capitalismo

Por:   •  21/5/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  1.085 Visualizações

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A História do Mito da Caverna

 O mito da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte do livro VI de A República, onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal.

A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa, ilumina um palco onde estátuas de seres como homem, planta, animais e objetos são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras e também à regularidade de aparições destas. Os prisioneiros fazem, inclusive, torneios para se gabarem, se vangloriarem a quem acertar as corretas denominações e regularidades.

Um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituar-se com a nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Não demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras e as estátuas, sendo, portanto, mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência.

Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembrar-se-ia de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem vislumbrar senão a realidade que presenciam, vão debochar do seu colega liberto, dizendo-lhe que está louco e que se não parasse com suas maluquices acabariam por matá-lo.

O Mito e o Capitalismo

Definição de capitalismo: sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.

Karl Marx chamou o capitalismo de "a ditadura da burguesia", acreditando que seja executada pelas classes ricas para seu próprio benefício.

A ideia de capitalismo aqui não se refere apenas ao sistema financeiro, mas a todas as influências causadas por este. O capitalismo surgiu para melhorar a humanidade, com o intuito de suprir as necessidades básicas de todos os seres humanos. Hoje, existe muitas divisões, exclusão social e degradação humana, como nunca antes, ilustrando totalmente o contrário a este pensamento.

Podemos fazer uma comparação do Mito da Caverna, de Platão, com o atual sistema capitalista que vivenciamos no dia-a-dia. O capitalismo utiliza dos grandes meios de comunicação para aprisionar a grande massa de pessoas, criando necessidades tidas com essenciais e, depois vendendo suas soluções. Por exemplo, atualmente é necessidade básica ter computador com acesso à internet. Quem não possui, está excluído da sociedade em geral, de modo que até um emprego pode ficar difícil conseguir e sendo assim, sem emprego, sem dinheiro para sanar suas necessidades e, portanto, impossibilitado ou indigno do convívio e participação na sociedade.

Diante desta situação, cabe à publicidade o posto de marionete do sistema capitalista, visto que a sua função se baseia na criação de estratégias de fomento ao consumo. Diferentemente do que pregam as propagandas da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a publicidade não nos faz pensar, pelo contrário: a publicidade trabalha, com nossos sentidos, com nossos sonhos e emoções, ou seja, com nossas projeções irreais (as sombras) de uma realidade (o lado de fora da caverna).

Qual o objetivo da propaganda? Fomentar, a partir desta desilusão social, a prática do consumo, a valorização da imagem e a ostentação desenfreada, minimizando, assim, o desejo humano pelas atividades intelectuais, de modo a decretar uma nova era: a era do simulacro, que significa criar algo que possa parecer real, dessa forma iludindo as pessoas com relação a determinada situação, assim como as sombras faziam com seus prisioneiros no Mito da Caverna, passando a imagem irreal de determinados objetos e coisas.

Período Pré-Socrático ou Cosmológico

A cosmologia busca a explicação racional e sistemática sobre a origem, a ordem e a transformação da natureza, da qual os seres humanos fazer parte, de modo que, ao explicar a natureza, a Filosofia explique a origem e as mudanças dos seres humanos.

Podemos aplicar isso ao falar da origem do sistema capitalista.

 As primeiras mudanças vieram junto do surgimento de uma classe de comerciantes e artesãos que viviam à margem da unidade feudal habitando uma região externa, chamada de burgo. Foi baseado nesse nome que a classe social anteriormente referida ganhou o nome de burguesia. A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia europeia na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados ganharam mais espaço.


A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca. Isso fez com que a economia começasse a se basear em cima de quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria. Dessa maneira, o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias tendo como base sua utilidade e demanda, para calcular custos e lucros a serem convertidos em uma determinada quantia monetária.


Com esse processo de monetarização, o comerciante passou a trabalhar tendo como fim máximo a obtenção de lucros e o acúmulo de capitais.

No mito podemos ver o caminho para o verdadeiro conhecimento, o surgimento das sombras, um exercício do desprendimento das ilusões que podem enclaustrar o conhecimento humano.

  Aqueles que fazem as sombras como sendo a burguesia, ganhando espaço, colocando os prisioneiros na situação como inferiores, comparando como os plebeus, não tendo conhecimento e ficando embaixo de ideias monetárias.

Também podemos relacionar a cosmologia na questão onde os prisioneiros olham as sombras como sendo eternas, como que sempre existiram e são normais, porém elas sofrem alterações; relacionando, o capitalismo é o mesmo, havendo mudanças com o tempo. Entra aqui uma característica da cosmologia, que entende que o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da natureza, chamada physis: natureza eterna e em perene transformação.

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