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O Mito. As diferenças entre os Sofistas e Sócrates

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Por:   •  2/10/2013  •  Artigo  •  1.893 Palavras (8 Páginas)  •  1.078 Visualizações

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O mito surge a partir da necfiessidade de explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e finalidade, os poderes do divino sobre a natureza e os homens. Ele vem em forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante da sociedade, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, “jogue para a boca do mito” o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que tranqüilize os ânimos e responda às necessidades do coletivo.

O pensamento mítico envolve e relaciona elementos diversos, fazendo com que eles ajam entre si. Depois, ele organiza a realidade, dando um sentido metafórico às coisas, aos fatos. Em terceiro plano, ele cria relações entre os seres humanos e naturais, mantendo vínculos secretos que necessitam ser desvendados. O mito nos ajuda a se acomodar no meio em que vivemos.

As diferenças entre os Sofistas e Sócrates

Os sofistas usavam o poder da retórica, não importando qual o meio para oconvencimento, não visavam o bem ou o mal. Eram chamados de advogadosprofissionais da época. Eles foram os primeiros filósofos do período socrático, elesmostravam as pessoas a defenderem seu interesse particular, e cobravam pelosseus trabalhos. Os sofistas eram grupos de filósofos que viajavam pelas polis ondediscursavam ao público e ensinavam suas artes.Os sofistas foram mestres da oratória, que vendiam para os cidadão suashabilidades com o discurso, fundamental para a política. Assim, defendiam aopinião de quem lhes pagasse bem. Acreditavam que a verdade vinha do consensoentre os homens. Os principais foram

Górgias, Protágoras e Hipías

. Para eles arealidade sensível não era inteligível, a linguagem era arbitrária, as palavras traíamos pensamentos. O frio era frio apenas para quem o sentia. Os sofistas destruírama fé que a juventude tinha nos deuses do Olimpo e no código moral que se baseavano medo da divindade.Sócrates investiga a natureza, investiga a constituição das coisas, o ser com seuconhecimento, faz muitas criticas políticas e sociais e desenvolve os filósofos oupensadores. Ele visava o bem, virtudes e verdades, junto ao bom e o justo.Sócrates duvidava da idéia sofista que a virtude poderia ser ensinada, acreditavaque moral era uma questão de inspiração não de parentesco, pois nem sempre osfilhos poderiam ser parecidos com os pais. Ele acreditava que ao se relacionar comos membros do parlamento a própria pessoa estaria fazendo de hipócrita. Sócrates,com o seu ideal moral e a sua exigência fundamental da verdade, se distinguia dos sofistas.

Sofistas

"O homem é a medida de todas as coisas", disse o sofista Protágoras de Abdera (485-411 a.C.). Assim, o ser humano passa a ser o centro das atenções, como explicam Carlos Eduardo Bianca Bittar e Guilherme de Assis Almeida (p. 90): "É esse o contexto de florescimento do movimento sofístico, muito mais ligado que está, portanto, à discussão de interesses comunitários, a discursos e elocuções públicas, à manifestação e à deliberação em audiências políticas, ao convencimento dos pares, ao alcance da notoriedade no espaço da praça pública, à demonstração pelo raciocínio dos ardis do homem em interação social.

Os sofistas foram os primeiros a estabelecer uma diferença entre natureza (physis) e lei humana (nomos), sem, no entanto, contrapô-las, explica Flamarion Tavares Leite (p. 23), na etapa original. O justo e o injusto, para os sofistas, não se originará na natureza das coisas, mas nas opiniões e convenções humanas, na forma da lei (nomos), oriunda da sua opinião (doxa). Em semelhança ao que versa o positivismo jurídico atual, segundo eles, o justo é o que está segundo a lei, e injusto o que a contraria. Numa segunda etapa, os sofistas afirmariam que a natureza se opõe à lei humana. "Nesta, encontra-se fundada a igualdade natural de todos os homens; naquela, sua desigualdade antinatural", ensina Leite (p. 23).

Sogrates

Sócrates desafiava a ordem vigente nos círculos sociais da sua época, pois questionava o relativismo dos sofistas, pregando uma verdade perene, que influenciaria sistemas filosóficos posteriores como o platonismo, o aristotelismo e o estoicismo.

Desse modo, para Sócrates, erro é fruto da ignorância, e toda virtude é conhecimento. O filósofo, assim, tinha como missão "parir" o conhecimento que está dentro das pessoas. "Daí a importância de reconhecer que a maior luta humana deve ser pela educação (paidéia), e que a maior das virtudes (areté) é a de saber que nada se sabe", escrevem Bittar e Almeida (p. 99) De onde será que os partidos e os políticos tiraram a bandeira da "educação" acima de tudo?

A Sócrates pode ser atribuída a origem da ética (ou filosofia moral), tendo como ponto de partida a consciência do agente moral, arremata Chauí (p. 311): "É sujeito ético ou moral somente aquele que sabe o que faz, conhece as causas e os fins de sua ação, o significado de suas intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais. Sócrates afirma que apenas o ignorante é vicioso ou incapaz de virtude, pois quem sabe o que o é bem não poderá deixar de agir virtuosamente.

Embora tivesse conhecimento de que a lei humana (nomos) – artifício humano e não da natureza – poderia ser justa ou injusta, Sócrates pregava a irrestrita obediência à lei. O Direito – conjunto de leis, em termos simplistas – seria um instrumento de coesão social que levaria à realização do bem comum, entendido como o "desenvolvimento integral de todas as potencialidades humanas, alcançadas por meio do cultivo das virtudes", ensinam Bittar e Almeida (p. 104). A lei seria elemento de ordem no todo da cidade (pólis) e, por isso, não deveria ser contrariada, mesmo que se voltasse contra si mesmo, sob pena de se instalar a desordem social. "O homemintegrado enquanto integrado ao modo político de vida deve zelar

pelo respeito absoluto, mesmo em detrimento da própria vida, às leis comuns a todos, às normas políticas (nómos póleos)", completam Bittar e Almeida (p. 106-107).

O indivíduo nas suas elucubrações poderia questionar os critérios de justiça de uma lei positiva (externa), mas somente criticá-la, sem desobedecê-la, evitando, assim, o caos por levar outras pessoas a desobedecê-la. Dizem Bittar e Almeida (p. 108): "Em outras palavras, para Sócrates, com base num juízo moral, não se podem derrogar leis positivas. O foro interior e individual deveria submeter-se ao exterior e geral em benefício da coletividade."

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