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O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER SURDA NA PERSPECTIVA DA IGUALDADE DE GÊNERO

Por:   •  22/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.083 Palavras (9 Páginas)  •  299 Visualizações

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O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER SURDA NA PERSPECTIVA DA IGUALDADE DE GÊNERO

Erick Souza Nunes

 Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

RESUMO

A luta da igualdade de gênero entre homens e mulheres é defendida quando se observa a disparidade de direitos e oportunidades entre os sexos. Nesse sentido, cabe incluir neste movimento feminista a mulher surda. Historicamente, este grupo de mulheres não são alfabetizadas por sua Língua materna, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), permanecendo no isolamento linguístico já que não foi inserida no processo de ensino-aprendizagem. Este fato contribui para que na fase adulta não tenha criticidade, autonomia e não exerçam participação social. A fim de que se intervem nesta realidade, é louvável a inserção de um Orientador Educacional na APADA-DF (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos), conveniada a Secretaria de Educação do Distrito Federal, instituição que destaca a inclusão social e educacional para a promoção dos surdos na sociedade. A Orientação Pedagógica atuaria na pasta “Eu Surda”, projeto interventivo que resgataria a identidade social da mulher surda na sua afirmação como cidadã atuante na sociedade, fortalecendo o movimento feminista com empoderamento das deficientes auditivas na valorização da igualdade de gênero. O papel de atuação e responsabilidades do Orientador Educacional será discutido e construído coletivamente num evento a ser organizado entre a APADA-DF e a Área de Educação Inclusiva da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE – UnB).

Palavras-chave: APADA-DF. Mulher surda. Orientador Educacional. Igualdade de gênero. “Eu Surda”.

INTRODUÇÃO

                             Cabe refletirmos sobre o movimento feminista que defende e enaltece a igualdade de gênero na sociedade. Por tratar-se da luta de igualdade de direitos e de oportunidades entre homens e mulheres, esta é uma plataforma de reivindicações e empoderamento da mulher que busca aumentar seu espaço em todos os âmbitos sociais. Ousemos a incluir neste movimento de coletivo de representatividades a mulher surda.

                              As surdas possuem sua língua, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Porém, muitas delas não foram incluídas na comunidade escolar e na dinâmica do processo de ensino-aprendizagem na idade certa por influência do tradicionalismo do ensino ouvinte que não respeita a cultura do sujeito surdo e impõe a oralização e a escrita da Língua Portuguesa.

                              A marginalização da mulher surda inicia-se no seio escolar, não oportunizando a ela a afirmação como sujeito surda cidadã detentora de direitos e deveres como atriz social inserida num contexto de pluralidades e diversidades sociais. E sim, é entregue a ela a inocência e a acriticidade perante uma sociedade excludente, machista e majoritariamente ouvinte.    

                  É agravante nossa omissão quanto o despreparo da surda diante da globalização. Ela não tem acesso ás riquezas de informações que a afirmaria como sujeito social. Deve-se discutir os direitos e os desafios ao ingresso das mulheres surdas no mundo do trabalho, nos grupos sociais e a nos espaços para que haja acessibilidade comunicativa.

                É necessário que a deficiente auditiva tenha ciência de seu valor como trabalhadora que detém habilidades, conhecimentos e competências, diante dos interesses do capital de uma sociedade individualista, materialista, competitiva e consumista. Pois, quando não se tem o privilégio de saborear a irresistível liberdade de escolhas pessoais e domínio do seu espaço como empreendedora do seu futuro, a mulher surda se acomoda em atividades laborais ínfimas, permanecendo no que lhe é seguro e confortável, enraizando-se na mesma função, com o mesmo salário por anos.

                 As surdas carecem de informação e orientação profissional. Esta carência é um incômodo para a educação inclusiva e que requer ações coletivas e democráticas, a fim de que se enxergue como protagonista da própria história, possibilitando a superação da sua condição de alienada, para um processo de emancipação critica através da transformação da realidade.

              O exercício da cidadania da mulher surda é obstruído também pela ausência de Intérprete de Libras nos órgãos públicos. É inadmissível não encontrarmos acessibilidade em delegacias, hospitais, agências e postos de serviços comuns. Este cenário apresenta-se como caótico ás mulheres que não possuem visibilidade social.

METODOLOGIA

                Diante dessas inquietações do asilo social das mulheres surdas, é necessário instrumentos e metodologias para a análise dos primas das realidades destas pessoas para que possam identificar os opressores e oprimidos desta cadeia que as fazem afastar-se do epicentro das ciências sociais.

                 O Projeto de Intervenção teria como polo a Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos do Distrito Federal (APADA-DF), conveniada à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal que projeta-se na proposta de uma Educacional Bilíngue da Educação Inclusiva. Além dos atendimentos educacionais especializados e personalizados, a Associação é um ambiente favorável para socialização dos surdos, para difusão da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e um excelente laboratório do saber para pesquisadores educacionais e linguistas.

                A inserção de um Orientador Educacional na APADA-DF iria ao encontro das necessidades da autoafirmação da mulher surda como sujeito social. Este atendimento seria peça que fortaleceria o pacto de promoção social da mulher surda na Instituição e na sociedade brasileira. A atuação do Orientador seria na pasta denominada “Eu Surda”. Esta iniciativa tem por finalidade o reconhecimento da mulher surda nas suas diversas faces e manifestações individuais. Ao se apropriarem do reconhecimento de suas singularidades como surdas, que possuem uma Língua e uma cultura nato a elas, será prazerosa a posse de sua valorização do subjetivo. Para se atingir este ápice do movimento feminista inclusivo, é indispensável que o Serviço de Orientação Educacional seja ofertado em Língua de Sinais, com o intuito de aproximar-se do sujeito.

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