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PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO

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Por:   •  10/12/2014  •  2.992 Palavras (12 Páginas)  •  324 Visualizações

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PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo abordar a “Dialética do Conhecimento” de Adorno e Horkheimer. Destacando de forma clara o que vem ser o “esclarecimento” descrito na “Dialética do Conhecimento”. Descrevendo de forma detalhada esse processo de racionalização. Buscando delinear dentro do contexto histórico, filosófico e cientifico como fator preponderante nessa nova era de supremacia técnica.

PALAVRAS CHAVES: Dialética do Conhecimento, esclarecimento, processo de racionalização, supremacia técnica.

1 INTRODUÇÃO

O objetivo do trabalho “Dialética do Conhecimento” de Adorno e Horkheimer é compreender como a humanidade, ao invés de encontrar sua redenção pelo esclarecimento se degradou em sucessivos processos de autodestruição, caminhando para uma nova forma de barbárie. A supremacia da técnica cumpriu o cerceamento da imaginação teórica e ‘preparou o caminho para o desvario político’. O procedimento matemático tornou-se o próprio ritual de pensamento, transformando-o em coisa, em mero instrumento. Imediatizada, a razão passou a se submeter ao factual e à sua repetição. O avanço científico, na medida em que capacitou tecnicamente a eliminação da miséria, trouxe, no entanto, seu crescimento, o que, para os autores, denunciaria como obsoleta a razão de ser da sociedade racional.

1.2 O ESCLARECIMENTO

O esclarecimento, vertebração do projeto iluminista que pretendeu redimir o mundo pelo conhecimento, através da razão, forjou, ao contrário, uma sociedade repressora e totalitária. O processo de racionalização que sustenta a filosofia e a ciência, em lugar de libertar os homens, proporcionou-lhes o controle, a dominação pelo cálculo. Ao apontar os perigosos reflexos dos avanços tecnológicos contemporâneos no campo da subjetividade, os autores configuram uma problemática que não se refere somente à atividade científica, mas ao próprio sentido desta última em um padrão cultural que transforma o pensamento em mercadoria e a linguagem no seu mero encarecimento.

Nesse sentido, Horkheimer e Adorno (1947/1985) desconstroem a ilusão de uma modalidade de espírito conhecedor que, partindo da crença no poder dos dados e probabilidades, acreditava assim estar livre da superstição. Engano, afirmam, já que precisamente tal esforço utilitário e pragmático estaria nos conduzindo de volta à condição que mais causaria horror à atual tecnocracia ocidental e burguesa: a indiferenciação ante a natureza. Eis, portanto, o fundamento último da dialética que se faz presente aqui: visando o que, em uma perspectiva positivista, poder-se-ia chamar de "progresso", mais e mais nos aproximaríamos de um estado natural onde a visão de mundo predominante revelaria os seus traços míticos supostamente arcaicos e esquecidos. Ao mesmo tempo, tal pensamento mítico, desde os seus primórdios já guardaria em si um germe da racionalidade que caracterizaria o atual desencantamento do mundo.

1.3 CONTEXTO FILOSÓFICO

É a partir desse pressuposto que o conceito de esclarecimento passa a ser pensado em todo o seu conteúdo autodestrutivo, caracterizado tanto pela ausência de uma reflexão crítica acerca de si mesmo quanto por esconder o fato de que, paradoxalmente, o progresso social viria significando uma crescente naturalização dos homens. Em outros termos, o crescente domínio técnico e o proeminente controle humano sobre a natureza, ao invés de produzirem um mundo mais justo, acentuariam o nível de desigualdade social. Pior ainda – mas, segundo a lógica de mercado, de forma complementar -, o aumento da capacidade de consumo e a melhoria da qualidade de vida da população em termos de bens materiais equivaleria à venda da sua capacidade crítica. Assim, a fortuna material exigiria em contrapartida um preço bastante alto: a derrocada do espírito.

2 DESENVOLVIMENTO

No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal (Horkheimer & Adorno, 1947/1985, p. 19).

Após sentirmos o efeito dessas palavras, cabe então perguntar: de que catástrofe se trata? É nas ideias de Francis Bacon que Horkheimer e Adorno (1947/1985) vão buscar traçar os fundamentos da atual razão instrumental, associada por eles à "calamidade triunfal" da sociedade burguesa contemporânea. A Filosofia de Bacon captara bem o sentido da modalidade de ciência que a sucederia, uma vez que adotam o pressuposto de que o entendimento venceria a superstição, imperando também sobre uma natureza mais e mais desencantada. Dessa maneira, o saber, agora eminentemente técnico, não mais conheceria barreiras impostas nem por mitologias e nem tampouco por conceitos abstratos de verdade.

2.1 PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO

Tal transição, porém, significaria uma lastimável perda: a progressiva eliminação, pelo esclarecimento, dos restos da sua própria qualidade autocrítica. Mais ainda, nessa veemente recusa em admitir a qualidade explicativa dos mitos, poder-se-ia ver aqui os elementos de um totalitarismo a toda prova, o qual, caracterizando o componente mítico como simples projeção antropomórfica sobre a natureza, evidenciaria o seu ideal de uma unidade explicativa bastante redutora. Nesse discurso arbitrário de uma sociedade burguesa dominada pelo equivalente, que tornaria a subjetividade algo irrelevante frente à adesão cega e totalitária, o múltiplo se reduziria ao ordenado, a história ao fato e as coisas aos números, agora canonizados.

Entretanto, Horkheimer e Adorno (1947/1985) expõem uma das ideias principais do seu trabalho, estes mesmos mitos, que ora seriam vítimas das acusações do esclarecimento, já se constituiriam em produtos deste último. Afinal, para além do simples relato, as proposições míticas também deteriam em si mesmas um amplo caráter explicativo e, importante, normativo, o qual, com o tempo, ter-se-ia reforçado e alcançado a forma de doutrina, esta, por sua vez, celebrada na forma mediada do ritual. É a este último que, dado o seu caráter mediado pelas figuras do feiticeiro e/ou curandeiro, caberia um importante papel: mostrar aos homens que a afirmação perante os deuses significaria total submissão, remetendo-os a um reconhecimento do poder como princípio básico de todas as relações. Nesse sentido, progressivamente unificados por tal razão imperativa: "o deus

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