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RACIONALISMO X EMPIRISMO: O PENSAMENTO FILOSÓFICO EM RENÉ DESCARTES E DAVID HUME, E SUAS CONTRAPOSIÇÕES.

Por:   •  28/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.616 Palavras (15 Páginas)  •  1.047 Visualizações

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade Nacional de Direito

Graduação em Direito

Disciplina: Filosofia Geral

Docente: Prof. Carolina Duarte Zambronato

RACIONALISMO X EMPIRISMO: O PENSAMENTO FILOSÓFICO EM RENÉ DESCARTES E DAVID HUME, E SUAS CONTRAPOSIÇÕES.

André Luiz Gazzaneo Rodrigues Côrtes

DRE 116081269

Pedro Remus Milek

DRE 116073559

Turma: Noturno

Rio de Janeiro, Julho de 2016.

SUMÁRIO

Introdução.....................................................................................................03

As origens dos pensamentos.......................................................................04

O empirismo e o racionalismo......................................................................07

O racionalismo metodológico cartesiano......................................................08

David Hume e o empirismo...........................................................................09

Conclusão.....................................................................................................11

Referências bibliográficas.............................................................................13

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo analisar e dissertar sobre o pensamento filosófico acerca das teorias do conhecimento e da produção e obtenção da verdade presentes nas ideias dos pensadores David Hume e René Descartes, que apresentam argumentos completamente distintos com relação a estes temas. Portanto, traçaremos aqui, após pontuar as ideias centrais de cada filósofo, os principais pontos de distinção entre as teorias, assim como as críticas realizadas por David Hume à teoria de Descartes.

Situados em espaço e tempo histórico-sociais diferentes, os autores desenvolveram suas teorias influenciados por diferentes atores e contextos. Portanto, é importante, antes de chegar propriamente ao tema principal deste trabalho, que é a análise dos pensamentos dos autores, identificar o contexto em que se encontram e que influenciou e levou cada autor a desenvolver seu pensamento. Dentro deste tópico, veremos, por exemplo, grande influencia da crise da Igreja Católica na idade média no pensamento de Descartes, assim como veremos o movimento do Iluminismo criar o pano de fundo para as ideias centrais do ateu David Hume.

Superada esta etapa, entraremos especificamente na análise de cada pensamento presente nos autores escolhidos como tema do trabalho. Teremos como objetivo principal destacar suas principais características e argumentos, para que nos forneçam dados suficientes para que possamos realizar relações de distinção existentes entre as teorias do conhecimento de cada um. Tal desenvolvimento nos conduzirá ao estabelecimento de contraposições entre temas como o racionalismo cartesiano e empirismo em Hume, ou o dogmatismo presente na teoria de Descartes, contra o ceticismo filosófico de David Hume.

Com relação ao método para a produção deste trabalho, utilizamos como referência pesquisa diretamente realizada na obra dos autores principais do nosso tema, assim como em trabalhos, artigos ou livros de outros autores que analisaram competentemente o assunto, associando-os às nossas impressões e conclusões sobre o tema proposto. Desta forma, foi possível alcançar o objetivo principal do presente trabalho, que é a análise das teorias filosóficas de David Hume e René Descartes, e o estabelecimento das principais diferenças entre elas.

AS ORIGENS DOS PENSAMENTOS

        René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês nascido no final do século XVI, vindo a falecer aos 53 anos em meados do século XVII (1596 – 1650), que se notabilizou, dentro do campo da filosofia, pela introdução da revolucionária corrente do racionalismo, utilizada até os tempos atuais, tornando-o conhecido como o “pai da filosofia moderna”.

        O período do final do século XVI foi marcado por uma crise do modelo feudal e ascensão da burguesia. Trata-se, além disso, de um momento de ruptura com todo um sistema anterior da sociedade europeia, com o surgimento de uma nova visão de mundo. Segundo Marcondes (2001, pag. 159), as descobertas científicas, a reforma luterana, que abalou a autoridade da Igreja Católica, e o surgimento do mercantilismo, que trouxe novas orientações de ordem econômica que resultou no individualismo, são algumas características aparecidas neste período.

Por outro lado, segundo o mesmo autor, esta nova ordem que vinha surgindo conviveu com a reação da escolástica medieval e a Contra-Reforma da Igreja Católica, criando um ambiente de dualidade na Europa nesse período: por um lado, a tradição religiosa trazendo uma visão de mundo baseada na fé, e por outro, o aparecimento de ideias racionais trazidas pelos avanços científicos, dando ao homem autonomia para interpretar os fenômenos. Isto posto, identificamos neste cenário os primeiros elementos de transição da sociedade medieval para a modernidade. Segundo Marcondes (2001), é neste contexto que Descartes se encontra e desenvolve seu pensamento.

A ideia de modernidade [...] está assim estreitamente relacionada à ruptura com a tradição, ao novo, à oposição à autoridade da fé pela razão humana e à valorização do indivíduo, livre e autônomo, em oposição às instituições. Essas ideias terão uma importância central no desenvolvimento do pensamento de Descartes. A crença no poder crítico da razão humana individual [...], e a ideia de busca de progresso que orienta a própria tarefa da filosofia são alguns dos traços fundamentais da modernidade de Descartes. (MARCONDES, 2001, p. 159)

        Este período, em que descobertas científicas confrontavam conhecimentos antes tidos como absolutos pela Igreja, influenciou o pensamento de Descartes no sentido de questionar a autoridade e a inquestionabilidade destes conhecimentos, dando lugar a razão. Nesse sentido, para Descartes, o conhecimento verdadeiro é aquele obtido a partir de uma evidência racionalmente alcançada, e não por uma simples imposição de uma autoridade institucional, como era na sociedade medieval.

Pois, enfim, quer estejamos acordados, quer dormindo, nunca nos devemos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão. Há que se notar que digo de nossa razão, e não de nossa imaginação, nem de nossos sentidos. Assim, embora vejamos o sol muito claramente, nem por isso devemos julgar que ele seja apenas do tamanho que o vemos (DESCARTES, 1996, pág. 45).

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