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Relato História da Filosofia Antiga

Por:   •  31/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.615 Palavras (7 Páginas)  •  80 Visualizações

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PROVA 1

DISCIPLINA: História da Filosofia Antiga

ACADÊMICO:

DATA: 19/05/2022

TEMA: “Os primeiros filósofos utilizaram diversas noções para pensar aquilo do qual deriva e no qual se resolve toda a ordem universal (kósmos). Boa parte destes filósofos associou este princípio à physis, que indica natureza, não no sentido moderno do termo, mas no sentido originário daquilo que faz “brotar” ou “nascer” toda a realidade conhecida (pelos sentidos e pela razão). Faça um relato sobre estes pensadores chamados de “pré-socráticos”, na seguinte seqüência desenvolvida ao longo da disciplina: a) a filosofia dos jônios; b) Pitágoras e os pitagóricos; c) a escola eleática; d) a filosofia de Heráclito; e) Empédocles, Leucipo e Demócrito”.

RELATO

A alcunha de “pré-sócráticos”, atribuída aos filósofos que antecederam Sócrates, representa mais do que um simples corte temporal, na medida em que se presta a tratar de forma conjunta a tradição e temática filosófica do período que, notadamente, possuía certas particularidades que, em maior ou menor grau, repercutiram e influenciaram o debate filosófico que se seguiu no decorrer da história. Neste aspecto, diga-se, se sobressai a utilização da razão (logos) para efeito de perquirir as formas de funcionamento do mundo/cosmos ou da natureza (physis); em razão justamente disso, outra designação coletiva também atribuída aos pré-socráticos é, justamente, a de physiologoi (ou seja, “aqueles que discursavam sobre a natureza”).

No âmbito dos pré-sócraticos, primeiramente, merecem destaque os filósofos jônios (Tales, Anaximandro e Anaxímenes), em que o estudo da physis está pautada num aspecto precipuamente mais sensorial do cosmos – características que lhes é própria e distintiva em relação aos demais filósofos da época. Nesse sentido, cada um dos referidos filósofos procurou identificar algum princípio primordial, comum a todas as coisas, no sentido de que tal substância seria a “argamassa do universo”; a essa substância se deu o nome genérico de arché. Cada um dos filósofos jônios, por sua vez, identificou uma substância distinta como sendo a arché.

Em Tales, o próprio conceito de “substância primordial” (futuramente designada como arché, a partir de Anaximandro) ganha propriedade, na medida em que ele inaugura o debate para efeito de identificar a água como tal. Contudo, as implicações da indicação da água como substância primordial não se confundem apenas com o caráter material do elemento em si. A identificação de uma substância fundamental única, por si só, rompe com a tradição de caráter fantasioso de atribuir autonomia as coisas do mundo (sol, rios, montanhas e etc) e, ao contrário, identifica uma coisa que se faz presente em tudo (coletivo) e, ao mesmo tempo, existe em si e por si (o Um). Mais do que isso, na medida em que a tese proposta não é demonstrável - uma vez que extrapola o aspecto sensorial puro -, é possível dizer que a filosofia de Tales verdadeiramente já possui um aspecto metafisico.

Anaximandro, por seu turno, extrapola a abstração proposta por Tales e indica o áperion como essa substancia primordial - e, para todos os efeitos, passa a utilizar o termo arché para se referir a esta. O áperion, para Anaximandro, teria um caráter distinto dos elementos conhecidos e com esses não se confundiria, mas, ainda assim, se trataria de um elemento “ilimitado” (com natureza distinta dos demais). Na acepção da arché de Anaximandro (áperion) se deduz o problema inerente à arché de Tales (água): o que é princípio não pode, ao mesmo tempo, compartilhar das características do que é principiado; daí a distinção inerente ao áperion que, justamente pelo seu caráter indeterminado, não se confundiria com os demais elementos presentes do universo (sem que o filósofo, siga-se, esteja preocupado em identificar sua natureza; o que sobressai na hipótese é justamente o seu caráter negativo – aquilo que ele não é) . Ainda que se faça presente o caráter físico do áperion (enquanto elemento), é bem verdade a busca da arché em Anaximandro adentra de forma mais clara o terreno da metafisica.

Já em Anaxímenes a arché seria o ar/éter. Diferentemente de Anaximandro (onde a arché é indeterminada), aqui há novamente a definição de uma substancia primordial como elemento determinado (à semelhança de Tales), mas que possui suas particularidades: ainda que físico, é dotado de uma maior abstração (forma indefinida); ainda que físico, apenas o seu movimento é perceptível. Mas importante do que a determinação do elemento primordial, Anaxímenes se aventura no campo da filosofia da consciência, adentrando, por exemplo, a correlação da sua arché com a alma; neste particular, verifica-se uma ambivalência do ar, enquanto arché, já que seria tanto um elemento sensível determinável (singular), como também alma/consciência dos indivíduos (plural e universal).

Ato contínuo, na progressão histórica do pensamento filosófico dos pré-socráticos, Pitágoras (e os pitagóricos) inauguram uma guinada substancial no pensamento filosófico, à época, quanto à forma de utilização da razão (logos) para compreensão da natureza (physis).

Numa clara distinção com os filósofos jônios, a abordagem pitagórica da filosofia enfatiza o caráter intelectual (inteligível) sobre o empírico (real/sensível), se valendo dos números e a sua sistematização (matemática) enquanto arché. Não só, a matemática se apresentaria como uma forma intermediária entre os dois planos (material/imaterial), já que além de se relacionar ativamente com sensível (por meio da sua utilização instrumental - caráter mecânico), se apresenta como uma linguagem que pode ser utilizada para expressar determinações lógicas não sensíveis (como igualdade e diferença)

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