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Resenha Crítica Hannah Arendt

Por:   •  26/11/2021  •  Resenha  •  2.556 Palavras (11 Páginas)  •  231 Visualizações

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Na obra intitulada “Sobre a Revolução”, dedicado por Hannah Arendt (1906-1975) a Gertrud e Karl Jaspers, publicado em meados de 1963, e quase mais de uma década após a difusão da grande obra da autora “Origens do totalitarismo” (1951), é um marco entre os escritos políticos do século XX. Isso faz parte da época mais enriquecedora do trajeto do pensamento intelectual da filósofa, quando também foi publicada “A condição humana” (1958),e a coletânea de ensaios “Entre o passado e o futuro” (1961).

O presente trabalho faz uma análise expositiva sobre democracia no pensamento de Hannah Arendt. Para isto, são explicados os referencias utilizados por Arendt no livro “Sobre a Revolução”, e usa principalmente de exemplo em que ela compara as Revoluções Americana e Francesa. A partir da discussão sobre o paradigma da democracia representativa são apresentadas as críticas realizadas por Arendt a este modelo, em especial como sistema partidário e a relação entre representantes e representados.

Este livro primeiro aponta as características comuns desses dois eventos, o que nos permite chamá-los de revolucionários. Em ambos os casos, o curso do incidente sofreu uma mudança fundamental, e ambos são caracterizados pela violência. Além disso, ambos são impressos com um senso de novidade discutido logo nos parágrafos subsequentes, este é um pré-requisito para a compreensão do tempo linear moderno típico. No entanto, nem a mudança nem a violência em si são revolucionárias. O primeiro é revolucionário apenas quando um novo começo é introduzido. A segunda situação é que além de se livrar da opressão, também constitui um reino livre e cria uma nova forma de governo republicano. Portanto, as duas forças desempenham um papel em uma revolução que é difícil de conciliar. Por um lado, esses eventos são puramente espontâneos e refletem a experiência da ação livre, por outro lado, eles precisam estabelecer um sistema novo, estável e durável que possa transportar liberdade. Os diferentes pesos de cada força e a relação entre eles determinam os destinos completamente diferentes das duas revoluções.

No contexto da liberdade, não é difícil ver a posição da autora quanto ao pensamento totalitário. Com o fim do espaço público, é definido como um entrelaçamento de vozes heterogêneas, com o objetivo de apenas um único som dominarem as diversas vozes. O indivíduo não desempenha mais o papel de cidadão, mas de portador de deveres impostos pela força. O conceito de espaço público observado na cidade-estado é um ideal que a autora sempre lembrou que, sob o controle do consumo e do bem-estar, penetrou na sociedade desde os tempos modernos e alcançou a posição dominante das massas. Para garantir o emprego e o consumo, perderam-se os ideais de participação e projeção de singularidades no palco político. Esta participação é importante porque inclui a tradição, salvar o passado como entidade que constitui todos. Esse tipo de exercício não apenas sobre a procura de público, mas sobre a compreensão de um senso de diversidade na formação da comunidade. Agora, se existe uma ideologia que direciona como massas e como orienta para um propósito específico, é porque o senso comum visto na comunidade do passado foi perdido ou abandonado.

O sistema de representação, associado a novas ferramentas de participação, configuração de sistemas conhecidos como novo paradigma das socialdemocracias. O mesmo para aquela atualização da teoria democrática envolve essencialmente uma conexão entre democracias participativas e representativas, o conceito arendtiano sobre o processo de democracia se refere na democracia representativa por crises nas últimas décadas e a crítica arendtiana apresenta um fator importante para pensar sobre alternativas à democracia direta. No contexto da teoria democrática contemporânea, o paradigma da democracia representativa ainda é caminho para ter uma convivência pacifica na governança e manutenção das contradições dos principais assuntos em destaque, como: Igualdade e Liberdade.

Em uma das críticas à democracia representativa é sobre a relação entre representantes e representados, ou seja, o representante é o espelho do povo e submetido à vontade coletiva, e sem a possibilidade de decisão própria, e tais representantes recebe poderes conferidos pela a nação e exerce seu mandato de forma livre e discricionária. Qualquer que seja a modalidade de representação, este mecanismo político acaba por desconfiar da capacidade política do povo, que abdica da participação do poder ao não poder tomar parte das decisões políticas. Outra crítica importante é a democracia representativa é a melhor forma política em que a ênfase sobre o bem-estar individual do maior número de pessoas, assim como o domínio da opinião comum, impede o ressurgimento do espírito revolucionário. Arendt fala ainda que o sistema partidário é revolucionário, pois as partes ocupam posição dominante no cerne do sistema politico. Eles se originam da organização da opinião pública no sistema representativo, os representantes são eleitos pelo povo exercendo poder em nome dele. Os representantes a serem eleitos devem se filiar ao um partido político, em tese, isso legitimará a sua representação, pois o partido será expressão da vontade coletiva do público.

No primeiro capítulo de “Sobre a revolução”, “O significado da revolução”, a autora alemã construiu o conceito de “revolução” com base no desenvolvimento histórico da “revolução”. Para ela, foi um grande divisor de águas, A Revolução Americana (1765-1791) e Francesa (1789-1799) respectivamente.

Segundo a autora, no estágio inicial, a revolução não tinha tais direitos, o conceito assumia a forma real, ou pelo menos a atual forma fixa da modernidade. No entanto, a falta de conceitos específicos não pode impedir que se verificassem essas características revolucionárias típicas da chamada revolução na história. Arendt confirmou que as revoluções se justificam na perspectiva de suas características internas, que as distinguem da influência do movimento, embora sua influência seja menor que da revolução, sendo também relevantes.

Trazer a história algo absolutamente novo, por meio desse termo tomando essa conotação e difundindo a novidade, possibilidade de intervenção humana, existência de violência, busca de liberdade (atrativo): essas serão as principais características da revolução de que Arendt está lidando. É com base nesses preceitos que a autora considera o movimento das cidades-estados italianas no Renascimento como uma revolução, e as rebeliões como eventos puros, e usa os objetivos e o ambiente da revolução

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