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Resenha De Dialogo Meliano, Oréstia. Apologia A Socrates e Hannah Arendt

Por:   •  7/9/2022  •  Resenha  •  3.399 Palavras (14 Páginas)  •  189 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISC: Teoria Politica 1

Professor(a): Alexandre Bacelar Marques

Discente: Bárbara Helena de Sousa Mendes

Resenha: Dialogo Meliano

Tucídides (460-395 a.C) foi um historiador da Grécia Antiga, escreveu a obra “Historia da Guerra do Peloponeso” onde registrou a luta que ocorreu entre Esparta e Atenas, no século V aC . Tucídides nasceu em Atenas por volta de 460.a.C. Filho de Nobres Atenienses Oloros e Hegesipile, viveu em Atenas no tempo de Péricles, momento em que a região atingiu o apogeu de seu esplendor econômico e cultural.

Diálogo Meliano ou Diálogo de Melos é uma passagem da obra de Tucídides sobre a Guerra do Peloponeso, retrata um exemplo clássico do confronto do liberalismo dentro do campo de relações internacionais. O dialogo foi escrito de forma teatral. Esse episódio retratado é famoso como a pior atrocidade cometida por uma sociedade.

O Diálogo Meliano Retrata um episódio que ocorreu durante a Guerra do Peloponeso, este episódio em questão foi a invasão da ilha de Melos por Atenas em 416 durante uma breve pausa na Guerra, logo após a Batalha de Mantineia em 418 os atenienses exigiram que os Melianos fizessem parte a Liga de Delos, assim tornando parte de seu império. Porém os Melians resistiram a Liga de Delos, e também resistiram à invasão. Com isso, os Atenienses enviaram a frota da Liga a Melos para esperar o momento de ataque caso os Melos não concordassem pacificamente. O Dialogo foi feito para representar bem a discussão entre os Atenienses e os Melianos.

Tucídides cita o encontro de ambos os lados, mostrando o debate e seus pontos de vista negativo e positivo da invasão, mostrando também a alegação de Atenas sobre os interesse dos melianos seria apenas elitista, mostrando seu receio do apoio do povo a Atenas. Em alguns momentos do dialogo dá para ser percebido opinioes pessoais do autor e nem sempre se trata da história de fato.

Apois diversos argumentos serem lançados dos dois lados, Atenas propõe aos Melianos que eles se aliassem a Atenas, assim, conservando seu território, porém deveriam pagar tributos, dessa forma eles seriam poupados de uma futura destruição, caso contrario eles deveriam lutar. Porém os melianos eram contrário com tal proposta feita, e queriam se manter imparcial, já que eles nao se colocavam a favor de nenhum dos lados na Guerra de Peloponeso, nem de Atenas e nem de Espartas. Mas os Atenienses não aceita, e diz que se aceitar tal neutralidade de Melos, eles iriam demonstrar imagem de fraco, e o povo pensariam que eles pouparam Melos por não serem fortes suficiente para conquista-lo.

Os melianos então argumenta que um possivel ataque a eles, causará preocupações a outros estados que também se mantinham neutro em relação a guerra, fazendo assim ir contra a própria Atenas, mas os atenienses afirmam que seria improvável isso acontecer, pois os estados são fracos demais para tal ação contra Atenas.  Em certa parte da conversa os melianos concorda que seria vergonhoso e até mesmo covarde aceitar uma submissão, sem ao menos lutar, como mostra no seguinte trecho:

       

“  Sendo assim, se correis tantos riscos para conservar o vosso império e os vossos súbditos para se verem livres dele, seria grande ignomínia e cobardia da nossa parte, que ainda somos livres, não tentarmos tudo quanto possamos fazer, antes de nos submetermos ao vosso jugo ”(TUCIDIDES,2020 p.3)

                                                                             

 e os atenienses retruca a afirmação dizendo que não se trata de honra mas sim de autopreservação:

     “– Não, se fordes bem avisados, porque não se trata de uma luta de igual para igual, com a honra como prémio e a vergonha como castigo, mas duma questão de autopreservação e de não resistir àqueles que são muito mais fortes do que vós”(TUCIDIDES, 2020, p3)

Entretando os Melianos afirmam que mesmo os atenienses sendo muitos, eles ainda possuem chances de vencer, e os atenienses respondem que apenas os fortes tem direito a esperança, os fracos como os Méliens nao tem esse direito

 

  “A esperança, estimulada pelo perigo, pode ser cultivada por aqueles que dispõem de abundantes recursos, se não sem perdas, de qualquer modo sem ruína”(TUCIDIDES,2020.p3)

 

Os  Méliens afirmam que também recusam pois acredita na ajuda dos deuses:

  “Mas confiamos que os deuses nos possam conceder uma fortuna tão favorável como a vossa, uma vez que somos apenas homens lutando contra a injustiça e que o que nos falta em poderio será obtido através da aliança dos Espartanos, os quais são obrigados, quanto mais não seja por uma questão de decoro, a vir em auxílio dos que são do mesmo sangue”(TUCIDIDES,2020,p3)

                           

Nesse momento os atenienses respondiam que tanto os deuses como os homens respeitam a força mais do que os argumentos morais.

   “Quando falais dos favores dos deuses, podemos de igual modo esperar o mesmo para nós próprios. Nem as nossas pretensões nem a nossa conduta são, de nenhuma maneira, contrárias às crenças dos homens no tocante aos deuses ou que praticam entre eles próprios.” (TUCIDIDES 2020, p3)

Os méliens entao afirma que os espartanos, seus pais, virão defende-los, e os atenienses entao respondam que os Espartanos tem pouco a ganhar com aquilo, e muito a perder se o fizesse, e um simples parentesco entre eles não era o suficiente, terminando seu argumento que não há vergonha em se submeter ao inimigo mais forte. Os melianos então não mudam de ideias e dispensam de forma educada os representantes de Atenas.

Análise:

O Dialogo Méliano possui algumas caracteristicas importantes de serem analisadas, uma delas é a questão moral presente em todo o dialogo, na medida que se vai sendo desenrolando as argumentações de ambas as partes, os atenienses oferecem opções para os Mélies, que seria sua união a Liga, caso contrário eles seriam destruído, mostrando assim um traço humanitário, mesmo que a destruição de Melos tenha sido tenebrosa, houve uma tentativa por parte dos Atenienses que houvesse rendição, ato que seria menos desumano que um massacre. Mesmo que o ponto de vista do autor possa ser tendenciosa a favor dos Mélios por conta do seu estado de exílio em que se encontrava quando escrevia o livro Guerra do Peloponeso, mas também se pode ver o lado dos Atenienses que estavam certos em afirmar que os Melos não teriam chances contra eles.

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