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Resenha - OLIVA, Luís César. Algumas Considerações Sobre o Conceito de Forma em Bacon

Por:   •  3/8/2021  •  Resenha  •  852 Palavras (4 Páginas)  •  161 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

Curso de Licenciatura em Filosofia

 

OLIVA, Luís César. Algumas considerações sobre o conceito de forma em Bacon. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas, Série 3, v. 13, n. 1, p. 33-44, jan.-jun. 2003.

 

RESENHA[1]

 

Por:

Gentil Pereira Santana Filho[2]

 

Luís César Guimarães Oliva possui doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2002). É professor-livre-docente da Universidade de São Paulo e membro do Grupo de Estudos Espinosanos da USP. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia Moderna, atuando principalmente nos seguintes temas: Pascal, Leibniz, Espinosa, século XVII, necessidade, contingência, graça e natureza humana.

 

Oliva pretende, neste artigo, apresentar um significado mais amplo à questão da forma no pensamento de Bacon, que ele acredita colocar sérios problemas para os leitores acostumados com as explicações das ideias eternas platônicas e das causas aristotélicas. Através da análise bibliográfica da obra Novum Organum, a partir das noções de lei e causa constante, e da relação da forma com o processo e o esquematismo latentes, apresentar as noções ligadas à parte prática do saber. Colocando no centro de seu projeto científico a mais desgastada das noções filosóficas: a forma.

Conforme nos apresenta Oliva, Bacon foi o responsável pelo rompimento com a tradição que via a ciência como estritamente contemplativa. Com a célebre frase: ‘’Ciência é poder’’, Bacon almeja um pleno conhecimento das coisas e um pleno domínio sobre elas. Em outras palavras, a ciência perfeita deverá permitir transformar qualquer corpo em qualquer outro. De todas as noções antigas e medievais, Bacon não só manteve como colocou no centro de seu projeto científico a mais desgastada das noções filosóficas: a forma. Bacon tornou o conhecimento um instrumento para o controle dos fenômenos naturais, fazendo dos frutos práticos da ciência uma contraprova de sua veracidade teórica. O conceito de forma aparece na antiguidade tanto na obra de Platão como na de Aristóteles. Em Platão constituindo o núcleo da sua teoria do conhecimento e da metafísica. Já em Aristóteles o filósofo mantém as formas como núcleo da inteligibilidade da natureza. No artigo Oliva, aponta a inadequação do tratamento dado à causalidade pela tradição. Da análise das  quatro causas aristotélicas, Bacon critica a causa final considerando-a um obstáculo às ciências, cuja finalidade só será aceita no terreno da moralidade, nunca na filosofia natural, onde é deslocada e leva a que se negligencie a verdadeira investigação. O esforço de Bacon em várias obras e impedir uma leitura platônica, aristotélica e escolástica do termo forma, sem, contudo, abdicar dele. As formas continuam sendo o conceito essencial para o conhecimento verdadeiro, e assim permanecerão, evidentemente com variações, pelos séculos seguintes.

Buscando abordar os aforismos do Novum Organum onde são apresentados alguns elementos fundamentais para a compreensão da noção de forma, Oliva nos esclarece que o aforismo se inicia com a declaração da obra e do intento primários do poder humano: engendrar e introduzir uma nova ou novas naturezas em um corpo dado. O que o aforismo diz é que o fim do poder humano é inserir em um corpo novas qualidades simples que antes ele não possuía. A ciência do processo que transforma a água em neve leva ao poder de transformar um pouco de água em um pouco de neve; e a ciência da forma da brancura leva ao poder de inserir o branco em qualquer corpo. Estas diversas caracterizações da forma de uma natureza apontam para as limitações vocabulares que impunham a Bacon. A leitura de Oliva apresenta, a seguir, no Organon, a obra secundária do poder humano. A obra secundária da ciência humana, subordinada à descoberta da forma de uma natureza, é a descoberta, dos corpos em movimento, do processo latente e, nos corpos em repouso, do esquematismo latente. E nas empresas secundárias que se encontra a descoberta do processo latente, perceptível pelos sentidos e conduzindo uma matéria e um agente até a realização da forma, é o que permite a transformação de corpos concretos em outros corpos concretos.

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