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Resenha Crítica dos textos: Gênero, patriarcado, violência e Formas de violência, relações de gênero e feminismo

Por:   •  21/8/2017  •  Resenha  •  1.203 Palavras (5 Páginas)  •  578 Visualizações

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A violência estrutural, presente na sociedade capitalista, atua em diversos aspectos, de forma engenhosa e sutil, fazendo com que os indivíduos não se deem conta do quão devastadora ela é, e de como suas facetas afetam suas vidas. Podemos comparar a violência estrutural a um organismo, onde cada célula exerce sua função mantendo o sistema em perfeito funcionamento. A exemplo disso podemos observar a mídia, que juntamente com a classe burguesa e a sociedade política, utilizando-se do proletariado como massa de manobra influenciam a opinião pública, a fim de beneficiar interesses do capital.

Saffioti e Soihet concordam no que diz respeito a esses meandros inerentes a violência estrutural, estarem ainda mais presente no cotidiano feminino. A violência contra a mulher sempre foi motivo para pesquisas e debates. Saffioti, no texto Gênero, patriarcado e violência, refere-se àquela sofrida no âmbito doméstico, onde muitas vezes os traumas são silenciados e em seu lugar ficam marcas difíceis de serem apagadas. Bem como o incesto, situação de abuso causada por pais ou padrastos. Nas classes sociais esse tipo de abordagem é bem diferenciado, pois enquanto num nível social mais elevado o abuso ocorre de maneira mais articulada, onde o agressor age de forma a ser delicado e progressivo. Sendo assim, as meninas recebem carícias que lhes causam prazer, contudo não é possível detectar o momento exato em que o carinho se transforma em carícia. As filhas passam a receber uma atenção especial por parte do pai, assim também como presentes, fazendo assim com que se sintam desejadas, e passam a ver a própria mãe como uma rival, e por isso não contam o que acontece.

Já nas classes menos favorecidas esse cuidado não é tomado. Ocorrem os abusos de forma violenta e brutal, não há carícias, vai direto ao ato sexual. A menina devido a tal situação cede por achar que a vida de sua família depende dela. As ameaças são verbais, seus genitores muitas vezes utilizam armas de fogo e armas brancas, assim essas meninas são conduzidas ao sexo, realizando os desejos de seus provedores, não os denunciando, por sentirem medo de futuras represálias e de romper os laços familiares.

No caso das famílias mais abastadas a menina se culpabiliza, sentindo-se responsável, assim não se dando conta da situação de violência. O fato de ocorrer de forma meticulosa pode inclusive ser um agravante, pois ao não se perceber como vítimas torna-se mais difícil combater a violência. No caso das famílias com menor poder aquisitivo, o abuso ocorrendo de forma mais direta, faz com que a menina perceba sua condição de vítima, porém não encontra nenhum respaldo, sendo as zonas mais carentes desprovidas de órgãos competentes especializados neste caso. A sociedade no geral, pautada em conceitos machistas e conservadores tende a culpabilizá-las pela situação de abuso, alegando que tais meninas habitualmente provocam sexualmente seu agressor.

No que diz respeito à violência, Soihet localiza num determinado período histórico, o início do processo de dominação das mulheres. As ações praticadas e manifestações de forma garantir o consentimento feminino às dominações, com elementos patriarcais. Pode-se citar a submissão das mulheres perante os homens, o controle da sexualidade feminina e a inferiorização de seus papeis sociais perante a sociedade. Sendo a violência toda ação de ruptura da integridade física, psicológica, sexual e moral. A autora evita o termo violência e prefere adotar o conceito de direitos humanos. Através de muitas lutas elas conseguiram implementar mudanças nos direitos universais.

Os iluministas viam a mulher como paixão/imaginação, nunca a razão, que seria a capacidade para criar e pensar, só pertencia aos homens. Porém esses conceitos tornam-se contraditórios, uma vez que os Iluministas criticavam o absolutismo presente na sociedade feudal, pregando assim a “liberdade”, contudo este absolutismo era reproduzido para com as mulheres. Tais conceitos propagaram a cultura do falocentrismo, onde o poder deve estar centralizado na figura do homem branco, cristão e rico, exercendo assim o papel de dominação, sendo plenamente viris e ficando com toda a responsabilidade de tomar atitude no início de um relacionamento. Dessa forma as mulheres devem ser o oposto, frágeis, sentimentais e recatadas, e se agem de forma contrária são mal vistas. Vale ressaltar que se por um lado o homem branco, cristão, hetero e rico é visto como suprema representação de poder, a mulher negra e pobre tem sua condição de violência agravada.

O patriarcado entra na história como uma forma de dominação social

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