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Resenha Sobre Um Ensaio Sobre A Cegueira

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Por:   •  4/10/2014  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  663 Visualizações

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Em ensaio sobre a cegueira, filme de Fernando Meirelles retrata bem até que ponto chega a moral de uma pessoa, a cegueira pode funcionar como uma forma de enxergar a natureza humana, muito além das aparências civilizadas.

Bastante fiel ao livro de José Saramago, o filme é uma reflexão a respeito do que realmente somos, em essência, e não do que pensamos que somos e isso inclui espécie de rótulos com os quais nós reconhecemos e somos reconhecidos.

O filme abre um leque de possibilidades de interpretações porém a hipótese que levantamos é que o homem precisa ficar cego para poder realmente enxergar, ou seja, ver além das aparências.

Primeiramente os personagens não tem nomes, eles são identificados por acessórios. Esta estratégia usada pelo autor é exaltar o comportamento dos personagens, porque o que interessa no momento não são estereótipos já que estão todos cegos, e sim os seus comportamentos e valores.

No mundo da cegueira coletiva, esses rótulos, são relevantes, no entanto não são apenas as referências mínimas que estão ausentes, mas também o desmoronamento moral, traduz a confusão dos conceitos em um tempo onde todas as pessoas se encontram na mesma situação.

A aparência no filme é o que menos importa o que vale são os valores já citados como por exemplo; a personagem Julianne é quem cuida de todos, e mesmo sendo traída pelo marido, ela em nenhum momento demonstra ressentimento por nenhum dos dois. Ela possui sentimentos como compaixão e solidariedade que estão agregados a ela e em situações extremas, tais valores são exaltados para melhor.

Como contrapartida mostra os outros personagens que exploram, aproveitam da situação para tirar vantagens, de forma extremamente suja e cruel, demonstrando que eles não possuem nenhum tipo de valores e moral.

Outro ponto importante do filme é a forma como pessoas completamente diferentes são colocadas em um mesmo local, devido a situação tão difícil como aquela. Tal encontro não foi realizado por acaso, nele o autor faz uma crítica de como realmente tratamos uns aos outros, ou seja, mesmo convivendo todos os dias com várias pessoas, passamos por elas sem enxerga-las realmente.

Outro fato que deve ser salientado é o da única personagem que enxerga no filme ser uma mulher, isso pode estar relacionado ao fato da mulher ter o instinto materno, de cuidar e proteger todos ao seu redor, e é que a personagem de Julianne faz durante todo o filme.

A principal ideia do filme é mostrar como o ser humano é mesquinho, e como a sociedade capitalista só se preocupa com as aparências.

Fingimos não ver o que é feio, o que é diferente, tiramos proveito de qualquer situação que nos beneficie não importando o quão prejudicial ela possa ser para a outra pessoa.

Fernando Meirelles: “Saramago era um homem lógico, dizia que a morte é simplesmente a diferença entre o estar aqui e já não mais estar. Combatia as religiões com fúria, dizia que elas nos embaçam nossa visão, mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui.

A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e

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