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Trabalho Filosofia

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Por:   •  20/10/2014  •  1.909 Palavras (8 Páginas)  •  403 Visualizações

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Introdução

O filme parte da magnífica ilha de Saint Mitchel, onde ha um cenário medieval que com seu isolamento, feito por barreiras como as marés, nos faz remete a imagem do isolamento do pensamento, para uma reflexão dos nossos passados históricos, em encontro com a nossa atual realidade de pensamento, também feita de barreiras interpessoais das personagens. O poeta Thomas Harriman (interpretado por John Heard) e o político Jack Edwards (interpretado por Sam Waterston) vivem uma duvida cada um em seu mundo, em sua ilha isolada, a procura sucesso. Já a cientista norueguesa Sonia Hoffman (interpretada por Liv Ullmann) busca o caminho, mudar-se no isolamento, em remorso dos resultados de suas pesquisas, que foram transformadas em desenvolvimentos trágicos para o mundo. Sonia tenta esclarecer a sua nova forma de pensamento, a partir da divergência da Revolução Cientifica.

Ainda na Idade Média, o conhecimento da humanidade estava ligado a um modo de vida que em que a religião com os seus dogmas o dominavam. A ciência estava atrelada com a filosofia aristotélica. Mas ao florescer de novas concepções no sec. XVI nos trouxe várias formas de revoluções culturais, principalmente a da Revolução Científica, que se mostrava um tipo de conhecimento mais prático e estruturado, absorvendo o empirismo como mecanismo de consolidar as coisas.

“A nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o carácter racional a todas as formas de conhecimento que se não pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas”, segundo Boaventura (1996, p. 21) nos fundamenta que o paradigma científico contesta os dogmatismos, o domínio exercido da igreja e se diferencia dos modelos aristotélicos.

Estas buscas pelo conhecimento do período trouxeram diversos contribuidores com as suas idéias para o avanço da Revolução Científica: Teoria Heliocêntrica de Copérnico, Leis de Kleper sobre as órbitas dos planetas, Leis de Galileu sobre as quedas dos corpos, Mecânica de Newton, Síntese cósmica de Bacon e Descartes e outros.

Na construção do mecanicismo, que é uma das essências da Revolução Científica, Descartes acredita que a única forma de alcançar a verdade, só se da por meio da recuperação da crença na razão, com um procedimento metódico, que se estende a tudo que o cerca. A principal base do sistema para chegar à verdade de nossa existência, é a duvida, se pusermos tudo em duvida, podemos chegar a um principio útil e posteriormente alcançar novas conclusões, ou seja, começar a descobrir o que é o conhecimento. “Penso, logo existo”: Descartes chega à conclusão que é um ser pensante e, portanto, existe.

Percebendo que existe uma imperfeição ligada ao conhecimento, então Descartes procura o conceito de perfeição, assim conclui a sua segunda certeza, a da existência de Deus, onde o que é perfeito possui a verdade e não duvida, consequentemente Deus é perfeito. Ao colocar o homem como uma primeira certeza e Deus como a segunda, Descartes alterou toda filosofia da Idade Média e revelou um caminho para a filosofia moderna.

A escola filosófica mecanicista ensinou ao mundo e tendo como ponto de partida a si próprio, a libertou-se da carga de séculos de explicações divinas. O homem pode se despir intelectualmente da metafísica e se perguntar: quem sou eu?

A metáfora do relógio

As novas idéias de conhecimento permitiram que a natureza e os seus fenômenos fossem examinados de forma mecanicista. Este tipo de preceito para a busca da verdade é exemplificada no livro Discurso do Método de Descartes, onde seriam quatro seguintes: o primeiro é a regra da Evidencia, onde não é aceito nada que seja claro e distinto; o segundo é a regra da análise/divisão, em que dividir o problema em diferentes partes para analisá-lo mais especificamente; o terceiro é a regra da síntese, que analisa o problema do mais simples para o mais difícil; e o quarto é a regra da revisão, obtendo a confirmação para a conclusão.

Esta concepção mecanicista é remetida no filme Ponto de Mutação, na fala da personagem Sonia Hoffmann, onde ela contesta a visão mecanicista de Descartes, quando compara a natureza com a funcionalidade de um relógio, onde se desmonta o objeto, e o reduzem os diversos fragmentos simples e mais fáceis de compreender, analisando-as, passando de este entender o todo.

A cientista defendendo o seu ponto de vista alertou que esta ideologia mecanicista ainda esta integrada no mundo atual, onde os problemas continuam sendo fragmentados, tendo soluções momentâneas, ela demonstra que para compreender o todo devemos analisar o sistema.

Sonia ressalta que com os avanços tecnológicos, eles podem nos causar mais problemas do que soluções, como no caso mencionado no filme sobre corações artificiais, que só resolveram uma parte do sistema inteiro e complexo que é o corpo humano, onde a medicina busca simplesmente a intervenção da doença, não obtendo concretamente a cura da enfermidade, a prevenção. Em que a problemática da saúde do coração poderia ser resolvida em sua maioria, com melhores investimentos em alimentação saudável, pouco cuidados e péssimas condições para com a saúde publica, ou seja, não é apenas um fator isolado, mas uma conexão de fatores que devem ser analisados como um conjunto.

O saber para o poder

O saber impulsionado por questões econômicas é mais uma demonstração do que virou o cientificismo. Como mostra no lamento da cientista Sonia Hoffman, em que fins se usam a ciência, nos mostra que se perderam valores morais, pois as pesquisas feitas pelos cientistas visão interesses financeiros, tirando assim a responsabilidade de cada um, onde a finalidade que será utilizada a pesquisa, não fizesse diferença.

Pensar nas conseqüências futuras das pesquisas e nas questões morais não se ensina nas universidades, pela grande ânsia do desenvolvimento humano não sustentável.

Concluímos então que o grande sistema mecanicista, que derrubou o dogmatismo de pensamento que dominava a Idade Média, se tornou um novo tipo de concepção dominante da atualidade.

A sala da tortura

A idéia

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