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A Escala e Geografia Escolar

Por:   •  4/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.621 Palavras (19 Páginas)  •  450 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense

Departamento de Geografia

Tópicos Especiais em Teoria e Metodologia da Geografia

Semestre: 2015.2

Professor: Valter Cruz

Alunos: Amanda Thereza Orozco e Glaucio Mello

Escala e Geografia Escolar

Um olho no microscópio,

Outro no telescópio

(Eduardo Galeano)

  1. Resumo/Introdução:

O presente artigo tem por objetivo trazer para debate o problema da escala em geografia no âmbito do ensino escolar. Recuperamos alguns pontos fundamentais das discussões travadas em sala de aula sobre escala e, analisando criticamente as diretrizes curriculares, os livros didáticos e outras metodologias de ensino, bem como resultados de pesquisa empírica no espaço escolar, procuramos constatar a partir de quais vertentes é trabalhado o conceito de escala e quais as implicações disso no ensino de geografia.

Consideramos a geografia escolar como uma cadeira científica própria, possuidora de suas metodologias e epistemologias próprias, mas que, contudo, conforme pudemos constatar ao final da pesquisa, é também influenciada pelas tendências da academia. Dessa forma, no que se refere ao debate sobre a escala, observamos que, apesar de ainda prevalecer o raciocínio analógico entre as escalas cartográfica e geográfica, existem  também novas iniciativas no sentido de realizar essa diferenciação, mas que, contudo vê-se limitada justamente pelo fato de a ciência geográfica ainda não ter uma definição própria de escala.

Sendo assim, procuramos realizar um trabalho onde se esquematizasse alguns dos aspetos mais relevantes sobre a questão da escala à geografia escolar, de modo a fomentar um debate sobre esse “conceito-problema” (RAFESTIN, et all, 1983) -  e central - da prática geográfica, afim de contribuir para a prática docente e, por que não, oferecer subsídios num contexto mais geral.

  1. Por que a Escala é um problema?

Em Geografia, tanto universitária quanto escolar, têm-se por objeto de estudo a organização espacial (CORRÊA, 1998, p.53). Dessa forma, a geografia se propõe a estudar os diferentes fenômenos socioespaciais, dispondo para tanto de uma série de instrumentos metodológicos. Ocorre que para se fazer pesquisa - ou para transpor ou mediar resultados de uma pesquisa criando um novo conhecimento, como o faz a geografia escolar - é preciso fazer um recorte, e no caso da geografia, esse recorte é, sobretudo, espacial. Trata-se, portanto, de uma questão de escala.

Contudo, apesar da centralidade da escala na pesquisa e no ensino de geografia, esta não dispõe de um conceito próprio de escala, e mora aí o grande problema. Isso porque diante dessa ausência – cômoda para muitos geógrafos até finais do século XX e para alguns até hoje! -, prevalece a tendência de se articular analiticamente as escalas cartográfica e geográfica, de modo que, mesmo os fenômenos sociais são analisados e representados a partir de um raciocínio matemático cartesiano, no qual tudo reduz-se e soluciona-se nas diferentes representações cartográficas. Com isso perde-se a riqueza e a complexidade do espaço geográfico e as diferentes dimensões e medidas dos fenômenos socioespaciais.

Nesse momento, consideramos conveniente distinguir as duas concepções: a cartográfica e a geográfica. A primeira, exprime a representação do espaço como uma forma geométrica, uma relação entre as medidas do real e aquelas da sua representação gráfica. Ela representa a extensão do que se quer cartografar (HAESBAERT, 2002). Ou seja, é um recurso instrumental, utilizado a partir da necessidade imposta pelo recorte do pesquisador. Já a segunda, a geográfica, diz respeito as relações sociais que ocorrem dentro do espaço.

Esse problema começa a ser discutido com afinco somente no final do século passado, ganhando destaque na polêmica obra de Yves Lacoste – A Geografia isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976) -. Segue-se à ele uma série de outros autores que intensificam as afirmações de que ela é uma importante categoria geográfica, e lançam-se em esforços no sentido de encontrar qual seria afinal a concepção mais adequada e a qual categoria ela se enquadra: seria um problema epistemológico (categoria de análise) ou um problema político (uma categoria da prática)?

Não é o objetivo desse artigo encerrar e aprofundar debates acerca dos diferentes entendimentos sobre escala em geografia. Propomo-nos, isto sim, a localizar a partir de quais vertentes é trabalhado o conceito de escala no ensino escolar de geografia. Dessa forma, na exposição sobre algumas características da geografia escolar, com ênfase naquela ensinada estado do Rio de Janeiro, que segue à presente seção realizaremos intervenções no sentido de destacar qual entendimento de escala prevalece, problematizando-o a partir dos referenciais teóricos que tivemos contato durante o curso de Teoria e Metodologia da Geografia.  

Salientamos que acrescentaremos nossas concepções do que seria mais coerente no que se refere aos propósitos da ciência geográfica e aquilo que é trabalhado nas escolas, de modo que, concordando com Souza (2013) acreditamos que não se pode haver um monopólio de uma escala a priori privilegiada de análise, afim de se garantir o respeito a diversidade e complexidade do espaço geográfico de uma forma ampla.

  1. Escalas e o ensino de geografia nas escolas:

           Conforme discutimos ao longo de nosso semestre dentro da disciplina, o problema da escala curiosamente ocorre em “diversas escalas”, devido a ocorrência de jogos sobre o modo que deveríamos usa-las para analisar, estudar, explicar ou ensinar fenômenos, e com a falta de distinção entre escala cartográfica e escala iremos agora analisar como dentro dos ensinos fundamental e médio a Geografia se comporta com este problema que está inserido até hoje na formação Universitária.

O texto SOUZA (2007) que fala sobre diferenciação de áreas e diferenciação sócio espacial, aborda um assunto muito importante que é a visão de sobrevôo, que é um tipo de analise realizada a distância, sem se aprofundar demais em certos assuntos e causas. Isso é semelhante ao caso citado anteriormente, quando o professor, possui algum tipo de deficiência em determinado assunto, deficiência literária, ele busca alternar a sua rota apenas para concluir este assunto. E nos fica a pergunta, será que o trabalho foi realizado de maneira correta?

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