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A Geografia no Currículo como Disciplina Escolar

Por:   •  18/8/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.408 Palavras (10 Páginas)  •  416 Visualizações

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Didática no ensino fundamental

Tema 01

A Geografia no Currículo como Disciplina Escolar

Quaisquer abordagens do processo de ensino e aprendizagem convergem para um mesmo ponto de referência: a realização de um ensino significativo e de práticas pedagógicas que valorizem a ação docente e permitam ao aluno grande aproveitamento do conhecimento em seu cotidiano. No entanto, durante muito tempo, a Geografia, como disciplina escolar, não cumpriu esta função. Inicialmente, parece uma função simples, mas somente conhecendo a força ideológica desta disciplina é que podemos compreender que a Geografia, trabalhada adequadamente, assume uma força inquestionável no momento em que é destinada a formar cidadãos.

A Geografia é uma área do conhecimento comprometida em tornar o conhecimento do mundo compreensível para os alunos, explicável e passível de transformações. Nesse sentido, assume grande relevância dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em sua meta de buscar um ensino para a conquista da cidadania brasileira. As temáticas com as quais a Geografia trabalha na atualidade encontram-se permeadas por essa preocupação. É possível encontrar uma farta bibliografia sobre várias questões que entrelaçam os temas de estudo da Geografia com as questões sociais apontadas como prioritárias nos Parâmetros Curriculares Nacionais. (BRASIL, 1998, p. 26)

A abordagem tradicional faz uma extrema valorização do espaço, tendo como principal característica a fragmentação espacial, o domínio e conquistas de territórios que possibilitaram conquistas e descrições idiográficas. Tomando como fundamentação a abordagem Teorético-quantitativa, tem no espaço a desconsideração de peculiaridades espaciais e volta o conhecimento geográfico a uma forma de análise caracterizada como um período de renovação desta ciência, quantificando o espaço através do emprego de dados numéricos e estatísticos, tratando de sua complexidade.

Na visão de Milton Santos, esta condição da Geografia desconsidera aspectos temporais. Temos neste pensador um dos representantes da Geografia Crítica que categoriza o espaço a partir de forma, função, estrutura e processo. O professor Milton Santos considera a análise dessas quatro categorias como a possibilidade de análise da produção espacial a partir das estruturas sociais. Posteriormente, a fenomenologia influencia o surgimento da Teoria da Percepção, que considera a importância dos significados próprios atribuídos ao mundo vivido. Portanto, as experiências e vivências do homem são fundamentais na determinação do espaço vivido (STEFANELLO, 2008).

De acordo com Stefanello (2008, p. 65), a realidade do aluno corresponde “ao seu mundo vivido”. Buscar a compreensão da vivência do aluno determina que o docente responsável pela disciplina Geografia esteja apto a novas possibilidades de compreensão e interpretação de um conhecimento já consolidado historicamente.

A vivência em seu sentido mais amplo é simplesmente a experiência, o acúmulo de conhecimento conquistado a cada momento pelo homem. Portanto, na escola, a formalização dos saberes por meio da concretização das aulas é indispensável ao bom desempenho dos alunos e, também, dos professores, que devem se orientar por uma prática fundamentada em relações “horizontais”, nas quais todos os envolvidos se encontram na mesma condição para aprender e ensinar e vice-versa.

Tal situação não significa que, por estarmos situados na mesma condição dos alunos, nós, docentes, não temos a necessidade de planejar o que será oferecido como conhecimento. Ao contrário, quando nos propomos a trabalhar nesta perspectiva, somos mediadores do conhecimento, fato que exige um envolvimento extremo, e um senso de responsabilidade “exagerado”. Temos em nossas mãos o recurso humano a ser trabalhado, lapidado, de modo a atuar de forma positiva na transformação do espaço e, consequentemente, da sociedade.

Ensino de Geografia versus Currículo Escolar: uma Relação que Dá Certo

É preciso estar bastante atento e levar em conta o quadro social e histórico no qual se desenvolve a existência das pessoas para compreendê-las e, ao mesmo tempo, deve-se igualmente estar atento e levar em conta a história pessoal interior que também adentra a criação de suas imagens sobre o mundo. Porém, é preciso buscar estabelecer algumas relações entre o quadro que se põe as imagens com as quais os alunos falam desse mesmo quadro. (KIMURA, 2011, p. 60)

Quando nos propomos a redimensionar a prática pedagógica que deve direcionar o estudo da disciplina Geografia, devemos, obrigatoriamente, refletir sobre seu alcance em duas vertentes: tanto no que tange ao futuro docente quanto no que tange ao aluno que está em contato com ele no momento de seu estágio ou mesmo em sua prática profissional.

Atualmente, uma aula deixa de ser atrativa para nossos alunos quando não temos condições de planejá-la de acordo com suas expectativas. Não importa o contexto social no qual estão inseridos, o fato é que são participantes ativos de maneiras diferentes desta nova “realidade tecnológica”. São bem mais capacitados que nós, docentes, no que se refere aos aparatos eletrônicos presentes no cotidiano. Destemidos, enfrentam os novos recursos que apavoram os professores e que fazem com que as gestões “democráticas” impeçam que celulares e outros equipamentos estejam em sala de aula lhes fazendo companhia.

TEMA 02

Educação Geográfica e os PCNs

Assim, entender a geografia é entender o que e como vivemos, bem como nossas diferentes formas de ação no espaço geográfico. Transportando essa condição para a sala de aula, nos deparamos com as possibilidades de trabalhar de forma interdisciplinar e contribuir com a formação de novas relações de aprendizagem.

Contrariamente ao que muitos profissionais da educação possam refletir ou mesmo defender, a Geografia em sala de aula traz consigo as melhores possibilidades de oferecimento do conhecimento aos alunos, pois expressa a praticidade e a utilidade prática deste de forma inquestionável.

Alfabetizar é “letrar”, fornecer ao indivíduo acesso às informações presentes em uma sociedade que é fundamentada em duas principais formas de informação: uma caracterizada pela leitura e pela escrita e outra que se caracteriza pelas imagens.

Um mundo assim criado é um mundo que tem uma vasta gama de informações a serem transmitidas, observadas, discutidas e, a cada instante, reorganizadas. Vivemos, então, em uma realidade que se assemelha a um grande mosaico criado, recriado, construído e reconstruído a partir de grande número e acúmulo de informações. Participamos ativamente desse processo de criação originando resultados pelos quais também somos afetados.

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