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A Globalização e Organização Territorial

Por:   •  10/10/2018  •  Artigo  •  2.401 Palavras (10 Páginas)  •  131 Visualizações

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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Geociências  

Componente: Globalização e Território

Semestre: 2017.1

Docente: Osvaldo Edson Borges Martins Junior        

Discentes: Pedro Viana, Gabriel Ricci, Leonardo Thibau, Rebeca Cedraz

Artigo Globalização e Organização Territorial

TÍTULO

Palavras-chave: Globalização; Territorialidade; Tribos urbanas.

RESUMO

INTRODUÇÃO

É inegável que a globalização trouxe mudanças no que diz respeito às noções e ocupações de território. Mas qual seria o conceito de globalização? A globalização é uma junção de transformações iniciadas no século XX, que abarca ambitos sociais, políticos, culturais e econômicos. Fenômeno que se da a partir de mudanças nos setores da comunicação e do transporte como consequência da revolução técnico-científica, gerando um encurtamento das distâncias e criando a ideia do mundo como uma ‘’aldeia global’’. Mas para o cumprimento do nosso objetivo nesse artigo pretendemos trabalhar principalmente com as consequências da mundialização, e nos baseamos no conceito trazido por Chesnais: “A mundialização retrata o fenômeno identificado a partir dos anos 80 como sendo um novo perfil do capitalismo mundial em todas as suas adjacências, ou seja, comando, desempenho e regulação.’’. Catani et al, ratifica essa definição de Chesnais, tendo como destaque na mundialização a influência do pensamento neoliberal, o ideal de retenção do capital oriundo da intensificação das relação internacionais entre os mercados. Resultando no que pode ser visto como uma maior disparidade social. A partir disso, queremos trazer para reflexão a organização territorial nas grandes cidades, trazendo exemplos e dando um maior enfoque para as “tribos urbanas” originárias das disparidades econômicas e as construções de suas territorialidades principalmente dentro da cidade de Salvador-BA, tendo em vista que é o nosso ponto de referência enquanto soteropolitanos que residem no local.

2 DESENVOLVIMENTO

Usaremos como ferramentas para a articulação e desenvolvimento do nosso objetivo, alguns conceitos que são imprescindíveis para compreensão do nosso trabalho. Relacionando os pontos cruciais com exemplos de nossa realidade, sendo essa a metrópole em questão, vemos como uma forma mais palpável de entendimento dos assuntos trazidos. Tais definições serão o de territorialidade trazido por Sack: “a territorialidade pode ser entendida como a estratégia geográfica para controlar/atingir a dinâmica de pessoas, fenômenos e relações através do manutenção do domínio de uma determinada área” (Sack, 1986), a de tribos urbanas criado por Michel Marffesoli: “As Tribos Urbanas chamadas pelos sociólogos de “subculturas” ou “subsociedades” são grupos formados nas cidades, mais comumente nas metrópoles, os quais compartilham hábitos, valores culturais, estilos musicais e/ou ideologias políticas semelhantes.” ( Michel Marffesoli, 1985 ), além da de globalização já trazido anteriormente.

2.1 SHOPPINGS CENTERS COMO FIGURA SIMBÓLICA DE PODER ECONÔMICO

Vemos nitidamente dentro das cidades grandes, principalmente em países de muita desigualdade social, a criação de territorialidades, onde a entrada é praticamente exclusiva para determinadas classes sociais, ou a organização destes espaços acabam sofrendo desta influência. A força simbólica que os shoppings centers representam dentro de um contexto de metrópole. Como proposta, são espaços voltados ao consumo, logo, demarcamos que é um local inacessível (do ponto de vista econômico) para uma parcela da população. Com o advento da globalização e em sequência avanço dos meios de comunicação, o mercado se sofisticou também nas formas de se relacionar e conduzir suas propagandas, com uma tentativa de homogeneizar seus discursos e incidir ainda mais os padrões de consumo no inconsciente das pessoas. Logo, vemos a potencia que um shopping Center tem como plataforma de segregação no ambiente da cidade. Em Salvador, após a inauguração do shopping Iguatemi (atual shopping da Bahia), muito do ambiente ao seu redor se desenvolveu tendo em vista esse espaço comercial como o centro de circulação de pessoas. Posteriormente, para que não houvesse a perda de um público que se situa na fonte de consumo do local (classe média e camadas mais baixas), o shopping veio a se organizar de forma que criasse uma elitização dos espaços. A raiz desse feito surge a partir da suposição de que a classe média não se sente distinta (superior) perante as camadas mais baixas, quando sendo ambas frequentadoras do mesmo espaço. Então, surgiu a inauguração de restaurante/lojas já existentes no shopping, mas dessa vez andares diferentes, que somados ao cuidado refinado em volta de espaços específicos, fizeram com os públicos se distanciem, e o shopping passasse a não perder público consumidor em nenhum instante. A elaboração dos pisos segue uma lógica onde cada andar, é determinado, em uma ordem simbólica, para o seu status social, sendo o primeiro menos “sofisticado” do que o último. E assim notamos como o fator econômico (e consequentemente social) impacta diretamente nas relações da população com a forma que se dispõem pelos espaços. Vale a pena salientar que mesmo antes de terem tomado essa atitude, esse shopping ficou estigmatizado por ser considerado um “shopping do povo’’, e surge então o fenômeno dos “Rolezinhos’” que criou uma guerra de simbolismos.

2.x CARNAVAL

O carnaval, festa popular e forte ícone cultural brasileiro, representa hoje em dia um perfeito exemplo de segregação social demarcado pelo estabelecimento da hierarquia de pessoas, baseada no poder econômico das mesmas. Focaremos aqui em explicar o panorama nacional, dando ênfase no carnaval de Salvador na Bahia, onde a festa em sua origem representava um momento de integração e folia, onde todos os participantes se misturavam e se divertiam em conjunto. Só que, ao passar do tempo, o mercado foi cada vez mais se inserindo na realidade social, atingindo todas os âmbitos da sociedade, o que gerou a promoção de divisões, onde quem paga por um bloco, ou por um camarote, tem direito a mais segurança e conforto, e quem não pode pagar por nenhum deles fica na “pipoca’’ (espaço aberto da rua). O fenômeno da camarotização se faz cada vez mais presente. As classes socioeconômicas mais elevadas passam a ter a opção de se inserir em uma parte da festa que é restrita a eles, ocupando um território específico contornado de regalias. Essa expansão, por sua vez, é resultado do terreno fértil possibilitado pela globalização. O carnaval passa a receber cada vez mais pessoas de diversos lugares do mundo, e o turismo, fator esse que é crucial para traçarmos a relação do exemplo trazido acima com a temática da globalização, se acentua ainda mais gerando lucro para a cidade em diversas áreas de comércio nesta época do ano.  

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