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A REESTRUTURAÇÃO DA ECONOMIA ALEMÃ NO PÓS-REUNIFICAÇÃO

Por:   •  4/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.742 Palavras (7 Páginas)  •  248 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Geociências                      

Departamento de Geografia

Práticas Educativas III

A REESTRUTURAÇÃO DA ECONOMIA ALEMÃ NO PÓS-REUNIFICAÇÃO

Aluno: Rodrigo de Sousa Dutra Ribeiro

Niterói

2015

INTRODUÇÃO

        Ao fim da 2ª Guerra Mundial na Europa, em maio de 1945, o mundo estava dividido entre dois regimes: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, capitaneado pela antiga União Soviética (URSS). A nova disposição de forças afetou a Alemanha, em especial Berlim, que foi marcada drasticamente pela construção do muro de Berlim, em 1961, que não só dividiu a cidade, mas demonstrou que o mundo estava dividido, e que a linha passava bem no meio da Alemanha.

        Com a derrota dos nazistas, a Alemanha foi dividida em dois Estados: República Democrática Alemã (RDA) ou Alemanha Oriental e a República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental. O muro de Berlim separava o lado oriental, socialista, do lado ocidental, sob o regime democrático.

        No decorrer dos anos, a diferença entre os dois Estados ficou cada vez mais evidente, causando descontentamento, principalmente, na população oriental. Na RDA, o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida eram inferiores aos da RFA, além da população sofrer repressão política. Consequentemente, o regime socialista foi enfraquecendo, processo que teve seu auge na noite do dia 10 de novembro de 1989, com a queda do muro de Berlim, e posteriormente com o processo de reunificação em 3 de outubro de 1990.

        Mas para entender o processo de reunificação territorial, social, econômica da Alemanha, temos que entender como se chegou a esse ponto de separação do povo alemão, fazendo-se necessária uma recapitulação da origem desse Estado, que hoje apesar de todas as idas e vindas se tornou o coração econômico da Europa.  

        

O inicio

        Antes de 1871 não existia Alemanha. Em 1815 com a derrota do Sacro Império Romano-Germânico para o Império francês, o Sacro Império é dividido em vários Estados soberanos, 39 ao todo.

         Em comum, esses povos possuíam a mesma cultura, língua e matriz econômica. A primeira tentativa de unificação dos reinos aconteceu em 1848. Neste ano, ocorreram revoltas populares por toda a Europa contra as monarquias absolutistas. Contudo, os monarcas da Prússia e da Áustria conseguiram se manter por mais tempo no poder, adiando a unificação.  

        Quando o rei Guilherme I assumiu o trono, em 1862, ele nomeou o primeiro-ministro Otto Von Bismarck para iniciar o processo. Mas foram necessárias três guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, ao fim das quais, em janeiro de 1871, Guilherme I foi coroado primeiro kaiser (imperador) do Império alemão (1871-1918). O império unificou a Alemanha em um Estado moderno, como exceção da Áustria. Seguiu-se um período de expansão colonialista e crescimento econômico, que terminou com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Derrotada na guerra, a Alemanha sofreu uma revolução que depôs o imperador Guilherme II e proclamou a República de Weimar (1919-1933).

        Porém, a situação do país era precária no pós-guerra, principalmente pelas condições impostas pelo Tratado de Versalhes. O ambiente, por outro lado, era propício para inflamar o sentimento nacionalista dos alemães, e, assim, levar ao poder o partido nazista de Adolf Hitler , que desencadearia a Segunda Guerra Mundial.

        Derrotada ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha não só se vê destruída como também dividida. Em 1949, a nação foi dividida em duas áreas de regimes políticos e econômicos diferentes. Durante mais de 40 anos o povo alemão esteve dividido, porém um ano após a queda do Muro que dividiu gerações, famílias, que dividiu o mundo, a Alemanha estava mais uma vez unificada, novamente era uma só nação um só povo.

O gigante volta

        O ressurgimento desse gigante teutônico assustou mais uma vez a Europa. O temor era de que os alemães, agora reunificados, iriam tentar novamente conquistar a Europa, seja pela força, seja pelo talão de cheques. Posteriormente, percebe-se que o medo europeu da nova Alemanha era totalmente injustificado e que a Alemanha atual não é a Alemanha dos Kaisers e muito menos a de Hitler, estando plenamente satisfeita com a sua inserção na União Européia e no mundo ocidental.

        Economicamente falando, observou-se logo que a Alemanha Oriental, apesar de ter uma economia  desenvolvida pelos padrões do Leste, era imensamente pobre quando comparada à Ocidental. As comunicações e o sistema de transporte eram ineficientes e quase toda a sua indústria era incapaz de competir com sua equivalente ocidental. Também a sua força de trabalho, apesar da competência técnica, estava completamente desacostumada ao estilo de produção e à competitividade do Ocidente, o que gerou problemas.

        Berlim decide privatizar toda a estrutura econômica herdada do Leste, a indústria da Alemanha Oriental quase deixou de existir nos anos 90, com a consequente geração de milhões de desempregados. Esperava-se que a iniciativa privada preenchesse a lacuna, o que efetivamente ocorreu e continua ocorrendo, mas com imenso vagar. Afinal, com várias dificuldades para implantar suas empresas no Leste e podendo suprir o novo mercado através da capacidade instalada no Ocidente, não havia motivos para o capital privado seguir para lá, o que só se alterou com o decorrer do tempo.

        Coube ao Estado alemão, pagar a conta do processo. Um volume inacreditável de dinheiro foi transferido do lado oeste para o leste, de forma a financiar a recuperação da infraestrutura, pagar pensões e outros benefícios aos desempregados e subsidiar empresas para se instalarem além da antiga fronteira. Tal soma chega a cerca de US$ 1,5 trilhão em valores de hoje, o que significa quase cem mil dólares para cada  habitante do antigo lado oriental. Esse fluxo de dinheiro transformou a paisagem oriental. Estradas e ferrovias foram recuperadas e ampliadas; o sistema de comunicações da parte oriental da Alemanha se tornou um dos mais modernos do mundo; monumentos e museus foram recuperados; a poluição do meio ambiente, problema sério da obsoleta indústria oriental, foi revertida e a antiga capital, Berlim, foi quase que totalmente revitalizada.

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