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ECONOMIA PARANAENSE NO INÍCIO DO SÉCULO XX, CRISE POLÍTICA, POSSE DA TERRA, QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS, FOLCLORE E SÍMBOLOS

Por:   •  12/6/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.681 Palavras (11 Páginas)  •  205 Visualizações

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ECONOMIA PARANAENSE NO INÍCIO DO SÉCULO XX, CRISE POLÍTICA, POSSE DA TERRA, QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS, FOLCLORE E SÍMBOLOS.


‘\Nos primórdios da República, a cafeicultura já era uma economia de grande envergadura no Brasil. Nessa época, o Paraná ainda não despontava como um grande produtor de café, pois sua economia era baseada na extração da erva-mate. No início do século XX, a extração de erva-mate era
responsável por 31% da arrecadação do Estado. O processo industrial aqui ainda era modesto e contava com poucas indústrias, todas próximas a Curitiba.
[pic 1]

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-18), surge o aumento da exploração do pinho, que abasteceu o mercado interno e externo, especialmente a Argentina.

Ao longo da estrada de ferro São Paulo/Rio Grande do Sul foram sendo implantadas serrarias, e rapidamente a exploração da madeira ultrapassou a importância da erva-mate na economia parananense.
Nos anos de 1930, com o desenvolvimento do transporte rodoviário (caminhões), a indústria madeireira penetrou mais para o interior, atraiu boa parte da mão de obra do Estado e consequentemente causou grande devastação das matas de araucária parananenses.

Isso fez que o ciclo do pinho no Paraná fosse praticamente encerrado, pois o pinheiro leva muito tempo para tornar-se adulto (cerca de 60 anos).

O início do século XX foi também marcado pela educação no Paraná, ou seja, em 19 de dezembro de 1912 fora criada em Curitiba a Universidade do Paraná. Em 1950, a Universidade do
Paraná foi federalizada, sendo a mais antiga universidade do Brasil.
[pic 2]

Naquele início de século, o desenvolvimento deste Estado era notável, sobretudo na agricultura, dominada pela imigração europeia localizada especialmente no Sul. Em contraposição, existia descontentamento muito grande com a economia e a política do País.

Eram fortes os indícios de corrupção eleitoral, e no interior os eleitores eram controlados por chefes políticos chamados de “coronéis”, o que ocasionava a manutenção dos governantes da situação com o conhecido voto de
cabresto.

Paralelamente à crise política, havia no Estado e no país uma pro funda crise social. Desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ocorriam manifestações públicas de cunho social, pois não havia leis trabalhistas que regulassem a jornada de trabalho, o salário mínimo e a estabilidade de emprego,
por exemplo. As mulheres e as crianças recebiam menos e executavam as mesmas tarefas dos homens.

Com a crise mundial de 1929, a situação ficou insustentável. Nesse contexto, foram realizadas as eleições presidenciais entre Getúlio Vargas pela oposição e Júlio Prestes pelo governo.[pic 3]

O governo, controlando as eleições, proclamou eleito Júlio Prestes; em contrapartida, eclode a revolução no dia 3 de outubro de 1930, assumindo Getúlio Vargas a função de Presidente da República.

Nesse momento, o Estado do Paraná era governado por Affonso Alves de Camargo, que foi deposto, e em seu lugar passa a governar o interventor major Plínio Alves Monteiro Tourinho. Em 1932, o já general Tourinho entregou o governo ao novo interventor nomeado por Getúlio Vargas – Manoel Ribas – que governaria o Estado de 1932 até 1945.

No governo de Manuel Ribas (Mané Facão) solidificou-se a Companhia de Ter ras Norte do Paraná e, por consequência, a colonização do norte do Estado, que promoveu rapidamente a supremacia econômica do Paraná na produção de café.

O PARANÁ CONTEMPORÂNEO

A partir das décadas de 1970 e 1980, a luta dos agricultores paranaenses por melhores condições de vida no campo tomou novos rumos com a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que conseguiu algumas conquistas.

No ambiente urbano, também ocorreram muitas transformações. No início do século XX, começaram a se instalar grandes indústrias no Paraná, principal mente em Curitiba. Primeiramente foram implantadas fábricas beneficiadoras de produtos agrícolas, e em seguida vieram indústrias de
alimentos, bebidas, roupas e cerâmica, entre outras.

Com a chegada dessas indústrias, forma-se no Estado uma importante classe de trabalhadores assalariados. Primeiramente, esses trabalhadores eram predominantemente imigrantes, com jornada de trabalho diária de aproximadamente doze a quinze horas por dia, até a CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho), no primeiro governo Vargas.

Na atualidade, o processo industrial está difundido em várias cidades do Estado, e a população paranense vive em sua grande maioria em áreas urbanas, realizando principalmente atividades ligadas à prestação de serviços. O maior polo industrial do Estado ainda está em Curitiba, principalmente
com a vinda das montadoras de veículos após a década de 1970.

Politicamente, foram os luso-paranaenses proprietários de terras que, desde a emancipação política do Paraná, em 1853, passaram a controlar o Estado.

Durante muito tempo, o domínio político da Província emanou desses grandes fazendeiros dos Campos Gerais. Com o advento da República, comprovou-se a decadência dessa tradicional elite campeira, que foi obrigada a aceitar alianças com famílias importantes de outras regiões do Estado
para manter-se no poder.

A procedência dos principais dirigentes do Estado nesse período (1889-1964) evidencia esse fato: Vicente Machado era curitibano; Francisco Xavier da Silva, de Castro; Affonso Camargo, de Guarapuava; Caetano Munhoz da Rocha, de Antonina; Manoel Ribas, de Ponta Grossa; Moisés Lupion,
de Jaguariaíva; Bento Munhoz da Rocha Neto, de Paranaguá; Ney Braga, da Lapa.
Com a entrada de mais de um milhão de migrantes no Norte do Paraná, ocorreu séria ameaça à hegemonia política exercida pela elite do Paraná tradicional, pois aos poucos os nortistas passaram a se interessar pelos problemas político-administrativos do Estado.

As populações do Paraná tradicional passaram a considerar os “nortistas” como aventureiros que vinham se apoderar das riquezas do Estado, sem se interessar por suas tradições. Já os “nortistas” alegavam que as elites do sul mantinham poucas iniciativas em relação ao interior do Estado.
Surgem as desavenças entre os “tradidicionais” do sul e os “pés-vermelhos” do norte, que passaram a contar com aliados do sudoeste paranaense.
[pic 4]

Assim, a partir de 1960 aos dias atuais, percebe-se maior participação do norte na política e na administração paranaense, com Paulo Pimentel, José Richa, Álvaro Dias e mais recentemente Beto Richa.
À medida que o governo estadual procurava tornar o Paraná o celeiro agrícola do país e produtor de madeira, os conflitos fundiários não só continuaram como também provocaram grande êxodo rural em mais de cinquenta municípios em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia.

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