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Geografia Milton Santos

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Por:   •  28/9/2014  •  Tese  •  2.172 Palavras (9 Páginas)  •  392 Visualizações

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De acordo com o geógrafo Milton Santos (2006), território é uma extensão considerável de terra, sobre a qual uma determinada sociedade tem o direito estável de acesso, e poder sobre um espaço delimitado, ao uso dos recursos a serem explorados, mantendo-se sua cultura e a permanência da territorialidade, sendo que há vários sentidos configurado para a palavra território, mas todos compartilham da idéia de apropriação de uma parcela geográfica por um individuo ou uma coletividade.

Nesta perspectiva de “Territórios Ilhados” são raros os exemplos de propriedades no município de Poconé tem uma configuração diferenciada sobre tudo ao modo de vida dos proprietários “ilhados” que em geral se posiciona ao centro de propriedades de grandes fazendeiros. Isto porque, ao longo dos anos estes fazendeiros foram se apropriando das terras e esta favorecia aos proprietários de origem, acaba ficando ao centro resistindo à venda de suas terras.

Baseado em Santos (2006) designa-se por território uma porção da natureza e do espaço, onde uma sociedade reivindica e garante os seus direitos de delimitar o seu território, ou seja, há espaço para todo ser vivo, onde cada qual marca o seu território, seja por uma apropriação de terras pelo trabalho em busca de poder, na escola, faculdade e até mesmo entre os animais cada um no seu espaço demarcado para que não ocorra a perca de seu território evitando a desterritorialização para que depois tenha que adaptar a uma nova vida em outro espaço e se formar a (re) territorialização.

Sendo que a noção de território a que se refere neste contexto é a fundiária visando que com a globalização isso vem ocorrendo constantemente e a luta pela apropriação de terras vem aumentando aos extremos, todavia que as pessoas vão sendo desterritorializadas a todo o momento sem nenhum sentimento de pertences ao seu território e se (re) territorializando na mesma freqüência deixando para trás sua cultura, e sua identidade vai se perdendo aos poucos.

Neste contexto, este estudo tem como objetivo verificar as diferenças de particularidades entre as duas propriedades “ilhadas” e duas grandes propriedades, situadas no seu entorno.

Para melhor delinearmos a pesquisa, realizamos pesquisa bibliográfica acerca do tema de estudo, com intuito de nos mantermos informados sobre o assunto que na atualidade gera bastante polêmica, no entanto, diante daquilo que os referenciais teóricos foram nos apontando, sentimos a necessidade de conhecer melhor as propriedades ilhadas e seus respectivos significados; portanto, fizemos uma minuciosa descrição da situação para entender o posicionamento jurídico das referidas áreas.

Dentre os pontos foram analisados as relações entre os proprietários “ilhados” e fazendeiros do entorno, pois sabidamente há pesados conflitos nestas relações. Assim, pode-se compreender os motivos que levam a compra de um espaço com formato de “ilhas” e por fim buscamos a permanência dos “ilhados” nesses locais.

Baseado “em conversas informais com um dos proprietários “ilhado” esses territórios é um exemplo claro de resistência contra o capital, pois conseguiram se manter e viver num local com imensas dificuldades, e resistindo fortes pressões a todo momento mostrando-se forte relações de pertence ao seu espaço e se importando primeiramente com sua origem e não em estabilidade sendo que as propostas oferecidas são tentadoras ainda assim não se deixa levar pelas barreiras que aparecem ao longo dos tempos e insiste em dizer que não há vida em outros territórios ali nasceu, cresceu, criou seus filhos e só irá se desterritorializar do seu espaço quando partir desta terra.

CAPÍTULO I

1.0 FORMAÇÃO DO TERRITORIO BRASILEIRO

No inicio da colonização foram constituído os fundamentos da nacionalidade, povoando territórios semi-deserto, organizando nele uma vida humana que diverge tanto daquela que havia aqui, dos indígenas e suas nações,como também, em menor escala, os dos portugueses que empreenderam a ocupação do território

De 1500 a 1822, todas as terras brasileiras pertenciam a coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso a pessoas de sua confiança ou conveniência, visando a ocupação do território e a exploração agrícola. A coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam as suas necessidades de obtenção de lucro a parti da exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou seja, em grandes propriedades monoculturas, escravistas e cuja produção era voltada a exportação.

Entre 1822, ano da independência política, e 1850, vigorou no Brasil o sistema de posse livre em terras devolutas. Ao longo desse período, a terra não tinha valor de troca, possuía apenas valor de uso a quem quisesse cultivar e vender sua produção.

Nesse período ainda vigorava a escravidão, a utilização da mão-de-obra servil trazida forçadamente da África, e os escravos negros eram prisioneiros dos latifundiários, o que os impediam de ter acesso as terras devolutas no imenso território brasileiro. A entrada de imigrantes livres nesse período foi muito pequena e restrita as cidades.

De acordo com Sene (2007), em 1850, com o aumento da área cultivada com o café e a Lei Eusébio de Queirós, esse quadro sofreu profundas mudanças. Dada a proibição do trafico negreiro, a mão-de-obra que entrava no Brasil para trabalhar nas lavouras era constituída por imigrantes livres europeus, atraídos pelo governo brasileiro.

Portanto, Se esses imigrantes encontrassem aqui um regime de posse livre de terras devolutas, lhes bastaria cercar um pedaço de terra para produzir alimentos, e poderiam se instalar ao redor das cidades como produtores independentes, em vez de trabalhar como assalariados semi-escravizados (regime de colonato) nas lavouras de café.

Como a maioria desses imigrantes já chegava devendo o valor gasto com o transporte e a alimentação, e ainda tinha de comprar seus suprimentos no armazém da própria fazenda, eles se sujeitavam a jornadas de trabalho muito longas, sendo muitas vezes impedidos de sair em busca de melhores condições de vida.

Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão-de-obra barata aos latifúndios, o governo impediu o acesso dos imigrantes

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