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O Processo De Abolição De Tráfico De Escravos

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Por:   •  21/9/2014  •  1.182 Palavras (5 Páginas)  •  6.027 Visualizações

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Quando se esgotou o comércio de escravos, as monarquias africanas perderam uma importante fonte de rendimentos, o que lesou as estruturas económicas em que assentavam.

Com efeito, as monarquias africanas não conseguiram reconverter os seus sistemas políticos, económicos e fiscais de modo a utilizarem os escravos na produção de bens de exportação. O comércio "legítimo" (os produtos principais passaram a ser o óleo de palma e o amendoim, que não exigiam concentração da mão-de-obra nem investimentos intensos) baseou-se no cultivo de agricultores de pequena escala, o que enfraqueceu também a força dos maiores Estados e facilitou a penetração dos Europeus. A Alemanha lutava contra a escravatura, reclamava outros produtos, queria caminhos-de-ferro e portos.

As aristocracias africanas não estavam em condições de enfrentar tantas novidades. As actividades comerciais de longa distância contribuíram para formação de Estados quase nacionais, mas, quando os Europeus, substituindo com frequência os Árabes, se apoderavam de posições terminais ou interrompiam as linhas comerciais, retiravam-lhes, ao mesmo tempo, a principal razão de ser da sua existência e da sua força.

Este conjunto de relações transformou profundamente a África muito antes do início da conquista colonial, e acabaria por tornar essa conquista inevitável.

Durante o período do tráfico de escravos, os europeus não penetravam no interior do continente africano. Limitavam-se a construir fortalezas na costa, a partir das quais exerciam a sua influência sobre os povos em redor.

Até 1850, o contacto da Europa com a África era ainda superficial, e a sua influência indirecta exercia-se a partir dos portos e navios ancorados. Os intermediários africanos dos negreiros evitavam possíveis concorrentes, combatendo qualquer tentativa de penetração dos europeus para o interior.

Os interesses europeus no tráfico negreiro desencorajavam qualquer outro tipo de contacto, pois o comércio de "ébano" (escravos) era tão rentável que anulava de imediato qualquer tentativa de estabelecer outro tipo de trocas. Após a abolição do tráfico de escravos, a Europa sentiu a necessidade de conhecer melhor a África, e para isso era necessário realizar explorações geográficas através dos grandes cursos de água, que lhe permitiram depois conquistar e explorar as suas riquezas.

2.1.AS EXPLORAÇÕES GEOGRÁFICAS EM ANGOLA E A OCUPAÇÃO EFECTIVA

O sonho dos Europeus de penetrarem no continente africano para alargarem os seus conhecimentos geográficos tornou-se um facto no século XIX. Foi assim que os Ingleses, que eram os mais interessados na conquista da África devido ao seu desenvolvimento capitalista, criaram no século XVII a Associação para a Promoção da Descoberta das Regiões Interiores de África sob direcção de um grupo de comerciantes, humanistas e cientistas. Esta associação constituiu o primeiro movimento geográfico para a exploração do interior do continente africano.

Determinada a eliminar o tráfico de escravos, a Inglaterra pretendia estabelecer um comércio lícito que o substituísse. Mais tarde, a Associação para a Promoção da Descoberta das Regiões Interiores de África mudou a sua denominação Associação Africana, que passou a custear as primeiras viagens realizadas sob a tutela da bandeira inglesa.

De 1795 a 1797, Mungo Park navega o rio Níger, já explorado por Leão "O Africano" no século XVI, e corrige o erro deste, que estabelecia que o rio corria do oeste para leste e não vice versa.

A Associação Africana financia uma segunda viagem de Park em 1805-1806 e de Dixon Denham e Hugh Clapperton em 1823-1825. Estes atravessaram o deserto do Saara e exploraram Bornu e os territórios Hausas.

Os irmãos Lander navegaram o rio Níger inferior até ao mar em 1830, e em 1850-1853 o alemão Heinrich Barth explora o Sudão central e ocidental sob bandeira inglesa. Em 1827, o françês René Caillé, por conta própria, realiza a travessia do deserto do Saara até Djenné e Tombuctu.

Muitos alemães também contribuíram para a exploração do interior do interior do continente africano – navegadores e, sobretudo, pastores religiosos e missionários -, mas todas essas explorações foram feitas sob a tutela da bandeira britânica.

Em 1847-1849, Joahan Ludwing Krapf e Johannes Rebmann foram os primeiros europeus a chegar aos montes Kenya e Kilimanjaro, subsidiados pela igreja baptista inglesa Missionary Society Church.

Outras viagens realizadas por alemães tais como Friedrich Gerhard Rohlfs em 1862-69, Gustav Natchigal em 1870-1874 e Karl Mauch em 1860-1872, foram patrocinadas pelo governo britânico. Porém, as viagens mais sensacionais foram as realizadas por missionários, com maior destaque para o reverendo Dr.David Livingstone.

Em 1831, a Associação Africana foi

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