O Resumo: Educação

        Os questionamentos tratados na obra “Pele negra máscaras brancas” de Frantz Fanon são bastante pertinentes. O referido autor expõe a questão do racismo a partir de um cenário ontológico e chega a entender os efeitos psicológicos que o racismo gera. O autor percebeu que a questão do racismo se coloca pela noção falsa de superioridade, claramente chegando a reverberar de maneira semelhante na esfera educacional.

        Nesse contexto, percebe-se que é doentia a noção equivocada de superioridade, se fazendo um crime, ao estabelecer as circunstâncias políticas e culturais para a desigualdade absurda e generalizada violência, tanto psicológica, quanto física; bem como pode-se observar a interligação do contexto da obra do referido autor com atual cenário em que a educação brasileira se encontra, ou seja, reverberando a questão racial que persiste em possuir ares de superioridade.

        Na obra “BAIRROS NEGROS: A FORMA URBANA DAS POPULAÇÕES NEGRAS NO BRASIL”, Henrique Cunha Junior, ressalta ainda: um importante desafio na sociedade brasileira é imaginar a realidade de vida das pessoas negras inseridas em nossa realidade, como contratempo inerente, abrangendo o racismo antinegro estrutural e acultura negra, a partir do cenário da própria população negra.

        Posto juntamente com a situação de vida a educação, por meio das concepções de complexidade sistêmica e transdisciplinar, excedendo o padrão eurocêntrico, as limitações das disciplinas e da singeleza de exemplo de abstração. Cunha Junior entende que os bairros e as cidades consentem o pensar a realidade do racismo antinegro estrutural refletido nas organizações erguidas ou não, e as formas urbanas negras são concepções, que evidenciam o funcionamento e a formação das estruturas populacionais e suas instituições, entre as tais a educação dos povos negros.

        Conforme Stuart Hall, as organizações pátrias das quais pertencemos não se encontram gravadas no gene da população, porém, se estabelecem a partir das culturas diversas nacionais. Desta forma, as caracterizações nacionais são formadas e modificadas no interior, por meio das representatividades de uma determinada cultura da nação.

        Desta maneira, Stuart Hall propõe que comecemos a imaginar as culturas diversas de uma pátria como culturas híbridas, partindo da ideia de grandeza cultural que o Brasil está inserido; a educação se encontra em condição indissociável, diante da vasta diversidade cultural brasileira. Em suma, entende-se por meio da referida obra de Stuart Hall que a estruturação cultural do país, influencia em setores diversos da sociedade, quer seja associada ao âmbito musical, arquitetônico e certamente também, influencia diretamente no cenário da educação, por meio usos e costumes diversos adotados pelas mais variadas regiões brasileiras.

        A obra “Por um feminismo afro-latino-americano” de Flávia Rios e Márcia Lima fala essencialmente sobre as questões ideológicas que dão existência ao chamado plano de fundo das relações entre Brasil e África, especialmente no que diz respeito à África Austral. Tais questões, segundo as autoras, se dirigem de forma direta à realidade da comunidade afro-brasileira e ao chamado neocolonialismo racista dos governantes, travestido de “democracia racial”.

        Frisando claramente a questão racial, cita-se que o Brasil é a segunda maior nação do planeta em número de habitantes negros, apenas superado pela Nigéria. O contexto da obra em questão, leva a uma reflexão sobre um dos pilares da educação no Brasil, ou seja, a educação inclusiva. Diante da grande população negra no Brasil, percebe-se a enorme responsabilidade inclusiva e humana que se tem diante do cenário descrito pelas autoras em questão, considerando sempre as particularidades culturais de cada população e incluindo-as respeitosamente no ambiente escolar.