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Os Fundamentos e Ensino da Geografia

Por:   •  28/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.263 Palavras (10 Páginas)  •  295 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CAMPUS FLORESTA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ATIVIDADE EM DUPLA – N2

Disciplina:

Fundamentos e Ensino da Geografia

Professor: 

Ericson Araújo da Costa

Titulação:

Mestrado

Alunos (as):

Carina, Diene, Lilian

Data:

  28  /02  /2018

Dirigido pelo renomado diretor brasileiro Walter Salles Júnior e baseado no livro homônimo do escritor albanês Ismail Kadaré: Abril Despedaçado, mesma história. Retrata a denúncia da pobreza do sertão junto às relações de domínio e exploração e a violência, física e psicológica, do conflito pela terra entre duas famílias. Ele compartilha temas semelhantes com outras obras literárias, tais como Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto e Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Nelas, há correspondência na abordagem de conflitos – intrapessoais e interpessoais –, da luta diária pela vida, da miséria e da seca. Baseado no que você compreendeu ao assistir o filme e de outras fontes de pesquisa, sobre a temática tratada na película, faça um paralelo, buscando associar as várias facetas que podemos transpor do filme para o estudo da Geografia em sala de aula.

O ensino geográfico nos anos iniciais do ensino fundamental: ampliando horizontes

Com base no que foi estudado em sala de aula, observamos que o ensino de geografia ainda é dotado de métodos extremamente tradicionalistas, pelo qual o aluno não é levado a construir seus próprios conceitos sobre o mundo em que se insere. É notável, a falta de compromisso por parte de alguns educadores no que se refere aos métodos de ensino aplicados dentro de sala de aula. Não há, portanto, uma preocupação com a conexão dos conteúdos de geografia trabalhados em sala, juntamente com a realidade concreta do educando fora de sala de aula. Entretanto, para romper com as práticas pedagógicas tradicionais, é preciso que o professor forme sujeitos capazes de ler o mundo da vida, observando, analisando e compreendendo o mundo que está ao seu redor, de forma que este saiba comparar este mundo com os conteúdos apreendidos na escola.

O filme “Abril despedaçado” de Walter Sales retrata alguns aspectos fundamentais que o professor pode trabalhar em sala de aula com seus alunos na disciplina de Geografia. Um desses aspectos se refere aos conflitos sofridos pela sociedade nordestina, quanto à conquista e disputa por territórios. Silvia (2012) ressalta que:

As identidades em conflito estão localizadas no interior de mudanças sociais, políticas e econômicas, mudanças para as quais elas contribuem. As identidades que são construídas pela cultura são contestadas sob formas particulares no mundo contemporâneo, num mundo que se pode chamar de pós-colonial.

É preciso, observar que todo conflito é gerado pelas mudanças sociais, culturais, politicas e econômicas. No entanto, para existir esses conflitos é preciso que existam pessoas diferentes com interesses iguais, gerando assim, mudanças no meio no qual estão inseridas e no espaço social que estão ocupando. Mudanças essas que podem ser a favor de um interesse individual ou grupal.

O filme aborda principalmente os conflitos por território, no qual os personagens principais vêm retratando as disputas por terras que sempre existiram durante as décadas de 1910 a 1920, período em que o filme é contado. Nessa época, já existiam os movimentos sociais e políticos voltados para a conquista de poder, justamente para o acumulo de riquezas territoriais e a produção de mercadorias agrícolas. Além do poder agrário e a dominação dos coronéis sob seus magistrados, outro aspecto geográfico  retratado no filme, pelo qual o autor se preocupou em abordar as relações de estruturas de trabalho e familiar, onde cada membro da família devia trabalhar e ocupar uma posição no espaço que lhes eram oferecidos.

Trazendo essa realidade para o âmbito escolar, o professor pode trabalhar dentro de sala de aula usando seus alunos de forma que cada um perceba o espaço que ocupa na sociedade e o espaço que esses alunos querem ocupar no futuro. Fazendo-os refletir sobre o mundo, o lugar que fazem parte. É perceptível que, os conhecimentos científicos ligados aos conhecimentos de mundo interferem em uma aprendizagem com mais significados, além disso, esses conhecimentos de mundo eram muito usados pela família do tonho, ao fazerem produções de rapadura dentre outras atividades agrícolas. Perez:  ressalta que “pensar o ensino de geografia nas series iniciais, a partir de sua função alfabetizadora, é procurar resgatar o seu próprio objeto, o espaço, inserindo-o numa perspectiva teórica que articula a leitura da palavra a leitura do mundo”. Para tanto, é papel do professor criar possibilidades para que seu aluno possa fazer essa distinção entre o que é mundo real e mundo teórico, usando de maneira crítica ambos os conhecimentos. O ato de observar o mundo leva o aluno a usar aquilo que ele ver em sala de aula com aquilo que ele ver no espaço em que ele habita, ou seja, vai haver uma assimilação de conteúdos, que antes era visto apenas em sala de aula, de forma abstrata, mas agora passa a fazer parte do cotidiano do individuo de forma concreta.

No entanto, pensar em uma geografia para os alunos dos anos iniciais de 1° ao 5° ano do ensino fundamental, é pensar, principalmente nas condições politicas, culturais e sociais que estes estão inseridos, já que, o objeto de estudo da geografia a ser analisado, parte do lugar e da realidade em que esses sujeitos vivem e convivem. Em contrapartida, o filme “Abril despedaçado”, traz para nós uma importante contribuição no que se refere à leitura de mundo e a leitura do livro. Em uma das cenas, “Pacu”, que é um outro personagem do filme, ganha um livro da moça do circo, mas o personagem afirma não saber ler, no entanto,  o livro continha imagens que o garoto poderia esta comparando com a realidade  e os espaços no qual fazia parte. Esta cena chama a nossa atenção para o fato de que o individuo embora não saiba ler e escrever, ele não é desprovido totalmente de conhecimentos. Pelo contrário,  a medida em que o individuo faz parte do mundo e contribui de alguma forma para o desenvolvimento deste mundo,  ele está construindo conhecimento, e ao mesmo tempo podendo ser um ser crítico.

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