Resenha “A Religião Dos Bantos: Novas Leituras Sobre O Calundu No Brasil Colonial”

Resumo texto “A religião dos bantos: novas leituras sobre o calundu no Brasil colonial”

De autoria de Robert Daibert, e publicado na revista Estudos Históricos, volume 28 e número 55 (p. 7-25), em 2015, o presente artigo trata sobre a religião afrobrasileira Calundu - como a mesma se formou, suas rotas, disseminadores, características e manutenção durante o Brasil Colônia.

O texto inicia-se falando de Luzia, africana natural de Luanda e trazida à força ao Brasil. Luzia era conhecida por suas práticas de “cura”, serviço prestado a outros africanos em território nacional. Sua prática logo foi associada à algo demoníaco pela Igreja, e a mesma sofreu diferentes torturas na intenção de declarar não seguimento aos ensinamentos católicos. Contudo, sua infidelidade nunca foi provada, e assim Luzia sobreviveu.

O autor, mais adiante, explicita como várias religiões e práticas advindas da áfrica adquirem aqui no Brasil um “quê” do catolicismo, mesclando seus dogmas. Sweet (2003) discorda desse pensamento, defendendo que tais religiões mantiveram-se intactas e sem influência. Outros estudiosos como Marcussi (2011), contudo, defendem a ideia descrita anteriormente, fortalecendo a ideia de que Luzia, ao invés de escolher entre as duas visões, cria sua própria cosmologia de acordo com a realidade na qual estava inserida.

Em seguida, o autor descreve os Bantos, povos originários da África central, grupo étnico que se espalhou por grande parte do continente africano. Eles são originários da região onde atualmente está localizada a Nigéria e Camarões, e acredita-se que tenham migrado para outras partes da África a partir do século I a.C.

Os Povos Bantos têm uma cultura diversa, mas muitos deles compartilham crenças espirituais comuns, como a crença em um Deus criador e ancestralidade. Sua religião é baseada em uma pirâmide do mundo visível e do mundo invisível, onde a ordem hierárquica era também importante.