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Tribalizarão e Criminalização das Economias Amazônicas

Por:   •  4/1/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.170 Palavras (5 Páginas)  •  151 Visualizações

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RESUMO CRÍTICO

DISCENTE: Luiz Carlos Lima Alves

TEMA: Tribalização e criminalização das economias amazônicas

PALAVRAS-CHAVE: Tribalização; narcotráfico; contravenção; economia dos ilícitos

ASSUNTO DISCUTIDO:

De grande relevância no processo de integração regional paralela, o centenário contrabando existente há várias décadas do ouro, pedras preciosas, granito, couro, cassiterita, madeira e da biopirataria montou a infraestrutura que integrou a contravenção na Amazônica Continental, transformando os países amazônicos em um ambiente aberto ao crime, dando margem para a tribalização, beneficiada pelo processo de globalização. Assim, na aldeia global, a economia paralela interilgou partes da sustentabilidade do subdesenvolvimento e os narcotraficantes usaram desta tribalização presente na sociedade internacional, certos de que a corrupção e o suborno presentes no contrabando das riquezas florestais lhes dariam fundamental suporte logístico no comércio das drogas ilícitas. Assim, o comércio destas tornou-se tão bem organizado quanto o contrabando de toras de espécies nobres, ouro, diamantes e couro, ainda que esses últimos rendesses bem mais que o narcotráfico.

Boa parte do comércio dos Oito Amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) serve-se de bacias fluviais navegáveis, onde surgem e desaparecem logísticas de apoio ao contrabando. A ocasional vigilância sobre os portos leva os narcotraficantes, por prudência, a novas estratégias, tais como o investimento no setor aéreo articulado ao fluvial, vital ao narcotráfico, o que torna o transporte dos ilícitos mais seguro e mais rápido. Nesse caso, as bases em áreas de fronteira, mais próximas de garimpos que parecem, são portão de entrada de parte substantiva da cocaína produzida no Brasil, onde narcotraficantes misturam cocaína a todo produto exportável. Entre as rotas fluviais empregadas no contrabando, centenas delas possuem conexões que se estabelecem em Manaus, contudo isso é apenas uma parte da sua estrutura.

Em se tratando da Amazônia Brasileira, onde a responsabilidade da cidadania cada dia que passa vê-se menos, nunca sobrou dinheiro para políticas públicas dirigidas à promoção social do garimpeiro nem de ninguém do povo, tornando-os presas fáceis da tribalização das redes do crime, principalmente a do narconegócio. Em Rondônia, Mato Grosso e regiões do Estado do Amazonas, parte da mão de obra empregada nos negócios do contrabando de ouro passou a servir ao narcotráfico.

Tais fatores tornaram a Amazônia Continental referência internacional de desgoverno e de fragilidades institucionais a desfavor da segurança humana e ambiental, visto que assim como também acontece com os madeireiros e com os garimpeiros do ouro e do diamante, no narcotráfico os extratos sociais dos envolvidos na sua produção são majoritariamente marcados por pobreza e por violência, ambos inerentes ao comércio ilegal.

Em se pensando na política internacional relativa ao combate ao crime, a repressão ao narcotráfico nos países amazônicos viciou-se na prática de diálogos sem fim e esqueceu da tribalização das máfias, o que impossibilita a discussão de estratégias integradas de segurança na Amazônia.  Tampouco lembrou das conexões dos crimes ambientais com outros ilícitos como, por exemplo, o contrabando do couro. Além disso, o foco de atenção dos órgãos de informação e de quase todo o aparato policial centralizou-se quase que só no crime das drogas ilícitas exibida em capitais federais e estaduais, como Bogotá, Manaus, Porto Velho e Belém. Nesses centros amazônicos de maior densidade populacional, há efetivamente abuso de consumo de psicotrópicos, contudo, as milícias, os distribuidores e os lavadores de dinheiro atuam para além dali.

É também nesse meio que se sedimenta a banalização do contrabando ancorado na generalizada corrupção no seio da sociedade, visto que o narcotráfico corrompe instituições de todos os credos e nenhuma nacionalidade, nenhuma classe social está de fora do poder das máfias. Junto a isso tem-se a frouxidão das políticas antidrogas em praticamente cada um dos países amazônicos, onde com seus dispendiosos tribunais e assembleias estaduais de deputados, costumam ser escolas de corrupção. Assim, sustentam-se Estados fracos e injustos, sem uma ordem no emaranhado indecifrável de legislações.

CONCLUSÃO:

À luz do que foi exposto anteriormente, constatou-se que a tribalização do crime organizado é um reflexo da disfunção e da desconstrução da identidade democrática, pois é contrária à Segurança Humana e ganhou corpo sem dar a mínima para os estados amazônicos, transformando-os em monumental espaço da contravenção, onde a sociedade ali presente não sentiu serem seus nem o progresso, nem os avanços no trato das questões ambientais em curso nas nações produtoras de conhecimento. Além disso, tem-se o fato de que a luta antidrogas e as promessas de repressões ao contrabando verde na América do Sul recebem pouco espaço analítico no âmbito da política internacional, onde não cresceram como esforço conjunto e multilateral abrindo caminhos para estratégias integradas de segurança na Amazônia.

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