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A Apologia da História

Por:   •  18/9/2018  •  Resenha  •  697 Palavras (3 Páginas)  •  214 Visualizações

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Marc Bloch foi um renomado historiador francês e um dos fundadores da famosa Escola dos Annales. Participou ativamente em campo de batalha na Primeira Guerra Mundial, sendo condecorado por ferimento em combate. Na década de 1930 ocupou a cadeira de História econômica da celebre Sorbonne por pouco tempo devido a Segunda Guerra Mundial. Nesse cenário Bloch, que era judeu, fez parte da Resistência Francesa, mas foi capturado e torturado pela Gestapo. Em 1944, com a sua obra Apologia da História–ou O Ofício do Historiador–inacabada, Marc Bloch foi assassinado por fuzilamento pelos nazistas.

A Escola dos Annales, fundada a partir da revista Annales d’Histoire Économique et Sociale, na primeira metade do século XX, tinha o objetivo de modificar a metodologia do estudo da História. Contestava a visão positivista de Auguste Comte que analisava a história de maneira mais superficial, enquanto Os Annales buscavam uma compreensão mais aprofundada das civilizações tornando a história uma ciência interdisciplinar que dialoga com as Ciências Sociais, Arqueologia, Economia, etc.

A obra em questão é iniciada a partir da pergunta “Papai, então me explica para que serve a história.”¹ O livro, segundo Marc Bloch, seria a resposta para essa pergunta. Resposta essa que apresentaria um tom capaz de ser entendido tanto pelos doutos quanto pelos escolares.² Bloch avança o conteúdo desenvolvendo o lugar no qual a história esta inserida, suas áreas de atuação na pesquisa e os métodos desenvolvidos (observação, identificação, pesquisa etc.). Ademais, a diversão com a ciência é necessária, é indispensável ter vocação na área. Segundo Bloch, “O bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça”.3

Para o autor a palavra história é antiquada4 e o modo de ver a história como um estudo do passado esta equivocada5, uma vez que o passado é um termo muito vago e amplo. A história seria a Ciência dos homens no tempo6, tornando assim a história um processo em constante descoberta, sempre movimentada pelo tempo e pelo homem. Logo, o estudo da história possui certa complexidade uma vez que “Os fatos humanos são, por essência, fenômenos muito delicados.”7

Faz parte do ofício do historiador ser crítico. Não basta reunir os documentos necessários, ler e interpretá-los. É necessários estar atento a falsificações na história, que foram descobertas por ação dos historiadores qualificados que questionaram os vestígios históricos. Não se deve crer veementemente na palavra das testemunhas, ela “não deve ser obrigatoriamente digna de crédito”.8 É preciso estar em alerta a em não aceitar os testemunhos sem antes ponderá-los antes de tomá-los como verdade absoluta.

É fundamental ainda atentar-se aos embustes, que podem ser sobre o autor ou data, embuste jurídico, (cartas atribuídas a Maria Antonieta que foram fabricadas no século XIX9), sobre o conteúdo (diploma forjado de Carlos Magno10), a manipulação propriamente dita, acréscimos que não eram reais (favorecimento de determinados grupos em detrimento de outros menos favorecidos) etc. No entanto, além de averiguar o embuste faz-se necessário entender seus motivos, visto que através dele é possível entender a mentalidade do período em que foi criado e também as circunstâncias que o motivo.

Não cabe ao historiador julgar

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