TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS NACIONAIS

Por:   •  6/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  389 Visualizações

Página 1 de 10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. A CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS NACIONAIS 5-6

3. A IDEIA CONTEMPORANEA DO SUJEITO HISTÓRICO 7-8

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9

5. BIBLIOGRAFIA 10

1. INTRODUÇÃO

Este artigo tem por objetivo discorrer sobre a construção dos Heróis Nacionais, especialmente no período do século XIX e primeira metade do século XV, mostrando como esta História dos “grandes personagens”, ainda está tão presente nos livros didáticos de hoje. E posteriormente discorrer sobre a ideia contemporânea do sujeito histórico, com base nos pressupostos teóricos formados pela Nova História.

Os autores nos mostraram nos textos que a memória foi por muito tempo a base para a compreensão dos fenômenos políticos e sociais que estamos vivendo, porém o que se percebe hoje é que a memória vai muito além desta concepção. Sendo assim o livro didático não deve prender-se ao enaltecimento dos grandes heróis, fatos e datas e, para tanto, o professor exerce papel fundamental na hora de apresentar uma aula de História. Quanto mais ampla for nossa visão da maneira como os homens comportaram em diferentes momentos da História da humanidade maior será nossa capacidade para lidar com os problemas da atualidade.

A noção de verdade única e absoluta na História está vinculada ao mito do herói, de acordo com o qual a História é vista, primordialmente, como produto das ações de “grandes homens”. A desconstrução do mito do herói é aspecto fundamental nas reflexões históricas, pois abre a possibilidade de que todas as pessoas se reconheçam como sujeitos históricos.

A figura do herói representou no Brasil um ponto determinante na segunda metade do século XIX, no projeto positivista de construção da Nação e sob esta influência, ao centrar-se nos “grandes” fatos políticos e seus personagens, a História excluiu das suas análises outros sujeitos, bem como as realidades sociais e econômicas.

O livro didático deve se desvincular daquela maneira tradicional de estereotipar a História positivista que privilegia alguns grandes heróis, algumas datas e fatos e que não se preocupa em explicar, nem identificar uma História voltada para uma abordagem sociocultural que identifique as subjetividades das relações humanas, restringindo-se a uma efetiva narração e apresentação da verdade absoluta construída historicamente. Os livros didáticos têm sido de fato, um dos grandes responsáveis pela permanência de discursos fundadores da nacionalidade. É fundamental, portanto, discutir as suas dimensões como lugar de memória e como formador de identidades.

2. A CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS NACIONAIS

A noção de verdade única e absoluta na História está vinculada ao mito do herói, que de acordo com o qual a História é vista, primordialmente, como produto das ações de “grandes homens”.

A figura do herói representou no Brasil um ponto determinante na segunda metade do século XIX, no projeto positivista de construção da Nação. Sob a influência positivista, ao centrar-se nos “grandes” fatos políticos e seus personagens, a História excluiu das suas análises outros sujeitos, bem como as realidades sociais e econômicas. Em A Invenção das Tradições, o marxista britânico afirma que as sociedades que se desenvolveram após a Revolução Industrial foram naturalmente obrigadas a inventar, instituir ou desenvolver novas redes de convenções ou rotinas com uma frequência muito maior que antes. “Naturalmente, muitas instituições políticas, movimentos ideológicos e grupos – inclusive o nacionalismo – sem antecessores tornaram necessária à invenção de uma continuidade histórica”, por exemplo, através da criação de um passado antigo que extrapole a continuidade histórica real seja pela lenda, ou pela invenção (HOBSBAWM, 1997, p. 11). Extrapolando o termo “invenção”, Benedict Anderson (2008, p. 17) utiliza o conceito e título de seu trabalho, de Comunidades Imaginadas. Para este autor, mais que inventadas, as nações são imaginadas, no sentido de que fazem sentido para “alma” e constituem objetos de desejos e projeções. O que o livro de Anderson comprova é o processo como se constroem solidariedades, e como, a partir do momento em que a nação é imaginada, ela é então modelada, adaptada e transformada. “A nação constrói tempos vazios e homogêneos, e amnésias coletivas fazem parte desse jogo político (...)”. Nesse sentido, as comunidades imaginadas seriam representações construídas pelos sujeitos históricos.

O historiador inglês HOBSBAWM (1990), no seu texto intitulado “A outra História”, que trata da história que tem origem no povo, ou como ele mesmo denomina, “a história vinda de baixo”, chama a atenção dos historiadores socialistas que, na busca pelo resgate da história do homem comum, se sentiam tentados a estudar, “não apenas o homem comum, mas o homem comum que pode ser considerado como ancestral do movimento: não trabalhadores como tais, mas principalmente como artistas, sindicalistas, militantes trabalhistas. E sentiram também a tentação ‒ igualmente muito natural ‒ de supor que a história dos movimentos e organizações que lideram a luta dos trabalhadores e, portanto, em sentido bem real, “representaram” os trabalhadores, podia substituir a história das próprias pessoas comuns”. (HOBSBAWM, 1990, p. 20).

Especialistas e ideólogos, historiadores, geógrafos e educadores, construíram a memória nacional, organizando as comemorações, as festas, definindo os heróis e as pessoas que deveriam ser lembradas. Os atores sociais que desenvolveram com grande empenho a construção da memória nacional inventaram tradições até então inexistentes. Os Estados nacionais esmeraram-se em criar hinos, bandeiras, imagens e símbolos que ‘personificam’ a nação, fornecendo-lhe o sentido de união e identidade (Oliveira, 1989). Assim certas festas, datas, heróis, monumentos e obras musicais se conjugam naquele conjunto de tradições inventadas, elementos construídos e formalmente institucionalizados, quase sempre consolidados através da repetição.

De acordo com José Murilo de Carvalho (2005, p. 55), historiador renomado nos estudos

...

Baixar como (para membros premium)  txt (16.2 Kb)   pdf (141 Kb)   docx (18.1 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com