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A Conquista da América: A questão do outro

Por:   •  13/4/2018  •  Resenha  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  1.125 Visualizações

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América I / HIS – 136. Resenha 3:

A conquista da América: A questão do outro – III Amar (Tzvetan Todorov)

Leticia Gonçalves 17.2.3535 [1]

Mariana Cunha Fontes 17.2.3479 [2] 

RESENHA

Tzvetan Todorov (1939-2017) foi um filósofo e linguista búlgaro radicado em Paris. Frequentador dos cursos de filosofia da linguagem ministrados por Roland Barthes dedicou-se também a pesquisar o conceito de alteridade, principalmente através da sua publicação: “A conquista da América – A questão do outro”. Todorov por ter sido imigrante na França, um país marcado pelo histórico de xenofobismo, sabia a importância da tolerância na relação entre o “eu” e o “outro”. Sobretudo a prática do respeito perante as diferenças.

Seu livro: “A conquista da América – A questão do outro”, citado anteriormente, expõe sua investigação sobre a interação de indivíduos pertencentes a grupos sociais distintos, (espanhóis e mesoamericanos). Porém esse contato é narrado apenas pela perspectiva eurocêntrica, uma vez que se baseia em documentos produzidos pelos conquistadores e missionários, europeus. Essas narrativas são limitadas às comparações com o conhecimento já adquirido sobre o mundo, (Europa, Ásia e África). Sem levar em conta o ineditismo dessa experiência, que necessitava uma compreensão própria. Afinal o mundo acabava de descobrir uma quarta parte, a América.  

Neste encontro de mundos relatado no livro, a alteridade humana foi afirmada e ao mesmo tempo rejeitada, por pontos de vista, em tese, diferentes. Cada locutor dessa experiência ficou preso à ideia que queria passar ou defender, (superioridade contra igualdade). Nenhum compreendeu realmente a cultura e sociedade mesoamericana, enxergaram o que queriam ver e o que lhes convinham.

Essa obra foi estruturada em 4 partes: “I Descobrir”, “II Conquistar”, “III Amar” e “IV Conhecer”. Nela, Todorov tem como um de seus principais objetivos entender como os astecas, um império tão grandioso, sucumbiu frente a poucos espanhóis. Expondo a tese que a falta de compreensão assertiva entre ambos, levou à destruição.

No capítulo “III Amar” – subtítulo: “Compreender, tomar e destruir”, Todorov ressalta que Cortez “compreendia” melhor os astecas do que Montezuma (intérprete) os espanhóis. Uma comunicação era motivada pela busca de integração e a outra era usada para a manipulação. A compreensão, negativa, dos espanhóis para com os astecas, os ajudou a tomar e por fim destruir esse império.

A sociedade asteca era holística, ou seja, acreditava que tudo estava pré-determinado e fadado a se repetir, (passado volta a ser presente). Faltando-lhe a capacidade de improvisação frente ao desconhecido. O coletivo para ela era mais importante que o indivíduo, diferente dos espanhóis. Fatos que podem ter contribuído para o seu declínio.

O primeiro contato com os astecas causou admiração. Era um império à parte do mundo, que possuía cidades tão grandiosas como as metrópoles europeias. Era extremamente numeroso, rico, organizado, o povo asteca não andava nu, possuía roupas coloridas e bem feitas, templos bem estruturados com ouro e prata e também detinham o conhecimento científico (matemático e astronômico). Algumas construções eram mais majestosas do que as existentes na Europa. Uns relataram que os utensílios do Rei eram únicos, não existindo em nenhum outro reino. Porém a admiração não os impediram de promover um genocídio contra esse império. Todorov afirma que nenhuma brutalidade do século XX foi maior do que a que ocorreu no século XVI. De 80 milhões, esse império foi reduzido a 10 milhões - devido a três motivos principais: guerra, maus tratos (condições de trabalho insuportáveis) e doenças. Foi uma disputa sangrenta entre a “sociedade de sacrifício” contra a “sociedade de massacre”.    

No segundo subtítulo: “Igualdade e desigualdade”, fica claro que apesar de reconhecerem que os astecas eram possuidores de habilidades louváveis, eles deveriam ser submetidos ao império espanhol. Sepúlveda, um dos locutores dessa história, acreditava que os mesoamericanos eram inferiores (homens e ao mesmo tempo animais).

O assassinato de humanos em seus rituais religiosos servia de justificação para a guerra e dominação dos espanhóis. Motivados também pela ganância e pelo desejo de enriquecer. Fato um tanto contraditório: praticavam o mesmo ato que condenavam (matar).

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