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A Escrita da História na Antiguidade Clássica

Por:   •  20/2/2021  •  Trabalho acadêmico  •  655 Palavras (3 Páginas)  •  180 Visualizações

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Escrita da História na Antiguidade Clássica

Com o intuito de registrar a memória do momento e mantê-lo por anos, o homem sentiu a necessidade de escrever a sua história com registros para chegar em outras gerações. Inicialmente se registrava a origem das coisas com explicações míticas. Haviam histórias fantasiadas cobertas de fatos surreais, com deuses, e uma narrativa além da figura humana sem carregar um olhar crítico sobre essas histórias. Heródoto foi o primeiro a escrever narrativas com críticas carregadas de racionalidade.

Heródoto constrói uma nova visão sobre as coisas, o que se tornará uma ciência no século XIX. Passou a investigar para distinguir o verdadeiro do falso, chamou sua obra de “História”, feita durante suas viagens, levando assim o título de “Pai da História”. Em sua obra História, Heródoto relata a guerra entre os gregos e persas – as guerras médicas. Ao viajar pelos países pesquisando arquivos e lendo escrituras, o autor procurou descrever para os gregos as produções, usos, costumes e religiões dos povos visitados. A maior preocupação de Heródoto é instruir o leitor, fazer descrições exatas e verdadeiras sobre sua vivência. Mesmo sendo uma narrativa mais carregada de racionalidade, Heródoto ainda usa a mitologia para explicar fatos que aconteceram durante sua jornada, mesmo tentando dar conta da verdade e buscar o fato, ele como homem de seu tempo, não consegue se desprender das crenças mitológicas enraizadas na antiguidade.

Ao contrário de Heródoto que ainda descreveu os fatos inexplicáveis a partir dos deuses e tinha partes míticas e fantasiosas nas sua narrativa, Tucídides narra a Guerra do Peloponeso, entre os atenienses e espartanos que batalharam durante 27 anos, de uma maneira objetiva e imparcial, criticando com firmeza e pondo um pé na racionalidade, sendo um homem de um mundo já filosófico, carrega sua narrativa de fatos reais que ele mesmo observou e presenciou como soldado da guerra, sem participação de explicações míticas. Em sua obra busca discutir a guerra e seus acontecidos, batalhas, vitórias e derrotas, sem focar na história dos povos participantes. Também colocava na sua obra os discursos sobre as decisões da guerra, que não presenciou diretamente, mas como soldado viu indiretamente os efeitos da decisão e assim deduziu o que se passou pelo rumo que a guerra tomou. Em sua obra não se tem relatos sobre deuses, as coisas já não eram mais divinizadas.

Contrariando indiretamente a narrativa de ambos autores acima, Hesíodo escreveu sua obra Teogonia onde oferece a gênese dos deuses, e sua narrativa é marcada pela oralidade, tanto na sua estrutura como na utilização da linguagem como poder, onde se tem hinos em homenagem às musas. Então Hesíodo invoca as musas para o inspirar a criar a sua história. As musas trazem ao presente os fatos passados, de uma maneira que não sejam esquecidos. Esse poder de presença das musas ao presentificar os fatos, os gregos carregavam como verdade. Ao nominar um ser, as musas o tornam presente ao contar sua história, o retirando do esquecimento. Para Hesíodo a raiz do poder é sobre escolher o que trazer à luz e o que deixar que caia no esquecimento.

A diferença entre as narrativas destacadas, é que enquanto Tucídides e Heródoto tentam registrar a história comprovando a verdade sobre o que viram e vivenciaram,

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