A MULHER NA MARINHA DO BRASIL

 

No Brasil, o ingresso às Forças Armadas por muito tempo foi restrito aos homens. Somente no início da década de 80, permitiu-se a entrada de mulheres nos quadros da Marinha do Brasil (MB) como fruto das mudanças políticas, econômicas e sociais da época. Nessa perspectiva, dois fatores ilustram esse processo: o pioneirismo da (MB) e os desafios enfrentados atualmente pelas mulheres militares.

Em primeira análise, cabe ressaltar a importância da MB nesse importante processo. Em 07 de julho de 1980, o então ministro da Marinha, Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, propôs a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM), tornando a Marinha pioneira na participação das mulheres nas fileiras das Forças Armadas. Por conseguinte, o ingresso das mulheres na Força constituiu um marco de grande repercussão na sociedade brasileira, proporcionando o aumento exponencial da presença de mulheres na Marinha, Exército e Aeronáutica.

Ademais, cabe frisar os desafios enfrentados por essas mulheres militares dentro dos quartéis. Sabe-se que o pioneirismo das mulheres na MB foi um processo gradual e exitoso. No entanto, inicialmente, as mulheres eram vistas como úteis apenas nos quadros administrativos e da área de saúde, uma vez que eram "compatíveis com a constituição biotípica do sexo feminino" (ALMEIDA, 2008, p.5). Nesse contexto, resta como o principal desafio no tocante à plena participação feminina nas forças armadas o rompimento com este imaginário, o que acontece gradativamente.

Portanto, segundo o Ministério da Defesa, com mais de 8 mil mulheres em quase todos os postos e graduações da Força Naval, é imperioso destacar que, devido ao mérito  e à competência demonstradas ao longo do tempo, as mulheres conquistaram cargos e funções importantes, desde assunção em cargos de direção até a inserção, da também primeira mulher, no posto de Oficial general em 2012. Dessa maneira, o legado formado ao longo destes anos, vem consolidando cada vez mais a compreensão de que, por merecimento próprio, elas são parcela relevante e indispensável da Força.

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