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A escravidão africana: De uma característica marginal a uma instituição que tráficou cerca de 12 milhões de escravos

Por:   •  17/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.514 Palavras (7 Páginas)  •  116 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA[pic 1]

Instituto de Humanas

Departamento de História

História da África – 2º/ 2018 - Código: 139351

         Professor: Estevam C. Thompson

         Discente: Wanderson Rodrigues de Carvalho - Matrícula: 180078542

A escravidão africana: De  uma característica marginal a uma instituição que tráficou cerca de 12 milhões de escravos.

Introdução


        
O presente ensaio tem por objetivo apresentar as fases da escravidão a partir dos referenciais teóricos. Como a escravidão comercial chegou a África? Como uma estrutura que era marginal se transformou em um mecanismo institucional em muitas sociedades? O que favoreceu o desenvolvimento do escravismo no continente europeu? Quais eram as formas de escravidão que a África conhecia antes do comércio escravo europeu? Essas são algumas perguntas que nortearam esse trabalho.  

          Segundo estimativas da base de dados Slave Voyages o tráfico transatlântico tirou do continente africano algo em torno de 12.521.337 escravos que tiveram como principais destinos o Brasil, e a América do Norte.  Esse foi o maior deslocamento forçado de pessoas no mundo, como a África conseguiu suprir as demandas europeus por escravos?  Quais eram as formas de escravidão que a África conhecia antes da chegada dos europeus?  

             

Como o uso produtivo do escravo transformou a escravidão no continente africano

A escravidão é uma forma de exploração que se fez presente no mundo desde a antiguidade, a mesma assumia características muito similares em todos os lugares onde esse fenômeno aconteceu, a escravidão pode ser caracterizada quando existe“o elemento da propriedade, a identidade estrangeira, o papel da violência e a exploração produtiva e sexual.”(LOVEJOY, 2002: 52) se caracteriza como sendo escravidão. Outra característica comum a escravidão é que as populações escravas deveriam ser reabastecidas paulatinamente pois a duração de vida dessas populações era curta.

A priori a escravidão africana era apenas uma forma de dependência, proteção e sujeição onde muitas vezes uma pessoa se tornava escrava voluntariamente para pagar uma dívida ou fugir da fome essa escravidão poderia ser perpétua ou temporária face a um ancião que terra condição de receber esse dependente. Com evidência Henriques(2003) o sistema escravista africano era muito flexível, uma pessoa podia tornar se voluntariamente um escravo de outra pessoa para pagar dívidas ou fugir da fome.(p.68).

Uma característica das sociedades africanas era que o desenvolvimento delas era baseado na linhagem e assim se desenvolveram na África sociedades patrilineares e matrilineares essa sociedades eram gerontocratas onde os mais velhos controlavam o acesso às mulheres (LOVEJOY, 2002: 43). As mulher nessas sociedades desempenharam um papel ao meu ver muito importante pois elas as reprodutoras nas sociedades matrilineares eram as responsáveis por manter a progenitura e ainda eram as agricultoras. Nessas sociedades os escravos desempenhavam os mesmos papéis dos membros da linhagem mas eles não eram uma classe nem faziam parte da linhagem.

Ademais como os escravos não constituíam uma classes e assim não tinham uma ligação de parentes com com a linhagem, esses escravos possuía um pequeno grupo de direitos que lhes era concedido por tolerância das linhagens. A escravidão era uma instituição própria dessas sociedades de pequeno porte onde o indivíduo que tinha mais pessoas no seu grupo social tinha mais influência política mas nesse caso a escravidão ainda era marginal, a sociedade não girava em torno da escravidão.(LOVEJOY, 2002: 44)

  Em princípio o escravismo chegou no continente africano por meio dos muçulmanos que iniciaram o tráfico de escravos antes mesmo dos europeus, em meados de 1350 quando os árabes iniciaram uma expansão do dentro do território africano para disseminar o islã e assim houveram guerras no norte da África onde eles estabeleceram um califado o se desenvolveu o comércio de escravos, esse comércio segundo Lovejoy(2002) foi modesto até XV e não se expandiu muito até o século  XIX(p. 49).

Além disso a escravidão no caso islâmico era justificada pela religião e todo aquele que não era islâmico estava legalmente passível de ser escravizado(LOVEJOY, 2002: 47). A escravidão era uma espécie de conversão forçada do pagão aqui no caso o escravo africano e assim o senhor de escravos tinha deveres e obrigações por que segundo a lei islâmica, ele deveria iniciar os escravos no islã.

Ainda que a disseminação da religião tenha sido o motivo principal da escravidão mas em contraste os senhores de escravos ao escravizarem pessoas eles preferiam comprar mulheres bonitas, crianças e eunucos( homens castrados), essas mulheres bonitas eram enviadas para os haréns dos senhores e lá elas virava concubinas do amo ficavam lá até a morte do senhor e assim se tornavam livres, se elas tivessem filhos com o amo elas não poderiam ser vendidas e assim elas se entregavam a sociedade islâmica.

Pode se perceber que na escravidão islâmica havia formas do escravo se emancipar e por consequência se tornar uma pessoa livre como é o caso das concubinas que ficavam livres após a morte do seu amo. Nas sociedades baseadas no parentesco havia a possibilidade da emancipação progressiva de sucessivas gerações por meio do casamento mas essa linhagem sempre seria a mais frágil na sociedade parental.    

De acordo com Meillassoux(1986) o fato do escravo ser inserido no sistema produtivo  não significa necessariamente que ele está sendo usado como um produtor(p.13) para o autor esse escravo pode ser utilizado em outras funções que não precisam ser necessariamente produtiva. O escravo na sociedade islâmica desempenhava funções relevantes no governo e nos serviços militar, muitas vezes era mais vantajoso para o senhor de escravos ter um exército formado por escravos pois estes eram dependentes do senhor e assim eram mais leais a ele.        

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