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As Faces Diamantinas

Por:   •  5/12/2017  •  Resenha  •  3.208 Palavras (13 Páginas)  •  242 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

IELACHS

LICENCIATURA EM HISTORIA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DE MINAS GERAIS

PROFESSOR: DRA. GLAURA TEIXEIRA NOGUEIRA LIMA

ALUNO: ALESSANDRO LÚCIO REIS

    EDMAR DIAS RODRIGUES

    VALDECI MIGUEL NUNES

DATA: 11 DE OUTUBRO DE 2016

As Faces Diamantinas

1 – Introdução

        Trataremos aqui o período de extração de diamantes na região conhecida como Distrito Diamantino no século XVIII.

        Vamos falar da descoberta, das formas de extração e dos personagens envolvidos no processo, e da posição da coroa portuguesa em relação á exploração e venda das pedras.

        Também vamos mostrar como a descoberta de diamantes mudou o modo de vida dos habitantes, criou vários povoados e vilarejos, além de movimentar  toda a vida econômica, política e cultural da capitania.

        Além disso, iremos destacar o papel fundamental das mulheres no desenvolvimento das minas no período da exploração de diamantes.

2 - Autora

Professora Júnia Ferreira Furtado possui graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1983), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1996). Realizou estudos de pós-doutoramento na Universidade de Princeton (2000), onde foi também professora visitante (2001), e na Ecole des Hautes Etudes em Sciences Sociales/Sorbonne/França (2008). Recebeu a Cátedra Joaquim Nabuco da Universidade de Stanford, onde foi pesquisadora visitante entre abril e junho de 2012. Atualmente é professora Titular em História Moderna da Universidade Federal de Minas Gerais, ligada ao Departamento e Programa de Pós-graduação de História.

3 - Descoberta dos diamantes

Os rumores de diamantes descobertos em solo brasileiro datam do séc. XVI. Partiram de Porto Seguro e Espirito Santo várias expedições: Martim de Carvalho(1567), Sebastião Fernandes Tourinho(1572), Antônio Dias(1574) e Marcos de Azeredo(1596). Este último seguindo os rios Doce, Jequitinhonha, Araçuaí, Caravelas e Mucuri atingiu as proximidades das cidades de Diamantina e Serro.

O 12º governador-geral d. Francisco de Souza estimulou as buscas por riquezas minerais acreditando estarem próximas das nascentes do rio São Francisco.

Ambrósio Fernandes Brandão cita diamantes entre as pedras que Azeredo apresentou ao rei Felipe II em Madrid.

A América Portuguesa só se tornou grande produtora de diamantes no segundo quartel (quarta parte) do século XVIII. Os primeiros deslocamentos para a região de Serro Frio ocorreram pela busca de ouro, e só mais tarde, pouco antes de 1720, pelos diamantes. Em 1726 o comerciante Francisco da Cruz, narra o grande abandono da região aurífera das Minas para a região diamantina.

Em 1729 o governador D. Lourenço de Almeida enviou o comunicado oficial da descoberta aparentemente pressionado pela notoriedade da mineração clandestina, relatando a descoberta nas lavras de Bernardo da Fonseca Lobo. Coube a Bernardo da Fonseca Lobo os méritos  e o título de descobridor dos diamantes. Embora Jacob de Castro Sarmento relatasse, em 1735, que as pedras eram exploradas desde 1726.

Augusto de Lima Jr. Atribuiu a um faiscador, em 1714, a descoberta dos diamantes, que teriam sido assadas a Luiz Botelho Queiroz (Lima Junior, s.d., p, 18). Mas a maioria dos historiadores seguem a versão apurada por Martinho Mendonça Pina e Proença, que as pedras foram encontradas nas lavras do rio Morrinhos, de Fonseca Lobo em 1721. Lobo teria informado o governador, d. Lourenço de Almeida que, junto do ouvidor do Serro Frio, Antônio Rodrigues Banha, tentou extrair ilegalmente as pedras.

4 - As formas de exploração

O intendente, residente na Vila do Príncipe, era responsável pela distribuição e arrematação das lavras. Entre 1728 e 1734 a exploração foi aberta a quem tivesse escravos para realizar a exploração. A riqueza fez a produção crescer vertiginosamente, o que derrubou o preço do quilate no mercado mundial.

Em 1734 a coroa envia Martinho de Mendonça Pina e Proença e Rafael Pires Pardinho para controlar a produção e demarcar ao “Distrito Diamantino”. Rafael Pires Pardinho foi nomeado primeiro intendente dos diamantes e proibiu toda exploração na área. O intendente era uma figura política de elevada importância e prestígio. Três intendentes foram nomeados mais tarde membros do Conselho Ultramarino, órgão que articulava toda a política portuguesa do ultramar.

Em 1739 a exploração foi novamente permitida sobre a forma de contratos particulares, com duração de quatro anos. Esse sistema assegura maior controle de produção e impedia a queda dos preços. Foram celebrados seis contratos.

5 - Os contratos

O 1º contrato de 1740-1743 foi arrematado pelo sargento-mor João Fernandes de Oliveira em sociedade com Francisco Ferreira da Silva. O 2º contrato de 1744-1747 foi renovado sargento-mor João Fernandes de Oliveira em sociedade, mas não renovou o contrato devido aos prejuízos.

O 3º contrato de 1748-1752 foi Felisberto Caldeira Brant em sociedade com Alberto Luís Pereira e Conrado Caldeira Brant. Mergulhado em dívidas e acusado de contrabando Felisberto foi preso o que alterou as formas de comércio a partir do quarto contrato.

O 4º contrato de 1753-1758 e o 5º contrato de 1759-1761 foram novamente estabelecidos pelo sargento-mor João Fernandes de Oliveira em sociedade com Antônio dos Santos Pinto e Domingo de Basto Viana. Residente em Lisboa, o sargento-mor enviou seu filho homônimo, o desembargador João Fernandes de Oliveira para administrar o contrato no Tejuco. No 6 º contrato de 1762-1771o sargento-mor e seu filho homônimo João Fernandes de Oliveira tornaram-se sócios.

6 - A exploração e o comércio

Os contratos dispunham de grande riqueza e prestígio. Alianças políticas garantiam o poder dos contratadores na região.

A partir de 1745, para dificultar o contrabando e aumentar a segurança, o fluxo de pessoas na Demarcação ficou restrita a pessoas ligadas à exploração diamantina, podendo acontecer apenas em pontos determinados, chamados “registros”. Haviam três formas de crimes no processo: o extravio onde se aproveitava um oportunidade fortuita para surrupiar pedras dentro da Demarcação; o garimpo clandestino, onde o garimpeiro fazia desta atividade ilegal seu modo de vida e; o contrabando que era a conexão entre os extraviadores e o mercado consumidor na Europa.  

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