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Ciencias Sociais

Por:   •  24/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.241 Palavras (5 Páginas)  •  147 Visualizações

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Com a descoberta do Novo Mundo pelos europeus, estes passaram a explorar um território desconhecido e habitado por homens selvagens, nesta seara, o povo necessitava investir a nova realidade com símbolos que a tornava de alguma forma familiar, processo este conhecido como “ancoragem”, que consistia em uma leitura de uma realidade desconhecida através de símbolos culturais próprios de cada indivíduo. Desta feita, foi necessária a inserção da cultura clássica para traduzir tudo àquilo que os europeus viam e necessitavam de explicação, tendo em vista que os humanistas tinham como método de aprendizado o uso da razão individual e da evidência empírica para chegar às suas conclusões, o que os tornavam investigadores por excelência da natureza.

Os jesuítas foram os principais precursores do ensino clássico, tendo em vista que ministravam o Latim, o Greco, a Filosofia e a Teologia, grandes bases para as discussões do mundo clássico. Mesmo com a expulsão dos jesuítas determinado por pombal, a cultural clássica não deixaram de ser exercida. Em 1972, com a reforma do ensino educacional os estudos do Grego e do Latim ocuparam importante cenário nos cursos de Direito. Após, entre o período de 1827 a 1960, foram abertos cursos universitários de Filosofia, Letras, Filosofia Clássica (Latim e Grego), Letras Clássicas e Português, que impulsionaram a difusão dos Estudos Clássicos, alicerçados no fato de vários destes cursos contar com professores estrangeiros para o ensino do Latim e do Grego. Tal impulso, foi aumentado com a promulgação da Lei Capanema de 1942, que ampliou a carga horária de ensino do Latim nos diversos níveis de instrução. Entretanto, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1962, o uso do Latim passou a ser facultativo, a tripla licenciatura de Português, Latim e Grego foi dissolvido e o ensino das Letras Clássicas desapareceu do secundário, nem mesmo em universidades católicas preservaram o ensino do latim, tais fatos contribuíram para um decréscimo considerável do interesse pela cultura clássica.

Em meados da década de 1980, com a criação da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, teve início uma revitalização dos Estudos Clássicos mediante um esforço integrado de diversas disciplinas. As faculdades de Letras cumpriram um papel fundamental. No entanto, área de História, constituída pela subárea de História Antiga, foi uma grande difusora do conhecimento acerca de Grécia e de Roma, tendo em vista, a ascensão da disciplina de história, pela ascensão historiográfica, que estimulou investigações originais ou, pelo menos, não tão explorados, que resultou no estímulo à criatividade, à investigação e à experimentação em todas as áreas do conhecimento histórico, o que muito beneficiou o interesse pela História Antiga, marcada por um viés eminentemente político e por um diálogo intenso com a Antropologia e o fato do conteúdo curricular do curós de História ser mais ampliado do que o de Letras Clássicas.

Os principais desafios ao estufo da História Antiga consistem, primeiramente, nas poucas as instituições superiores de ensino que dispõem de profissionais qualificados em História Antiga, e as instituições públicas são as instituições que possuem os profissionais mais capacitados, o que deixa fragilizado o ensino praticado pelas instituições privadas. Em segundo lugar, os alunos devem ter domínio do grego, latim, inglês e do francês, aliados ao conhecimento de Arqueologia, Epígrafia ou Numinástica, o que demanda tempo e disponibilidade financeira. Em terceiro lugar, as deficiências das bibliotecas nacionais, que obrigam os estudantes a realizar ou importar materiais do exterior. Em quarto, a ausência de comunicação entre os departamentos universitários e por fim, o ensino da disciplina, embora obrigatório nos níveis fundamental e médio, representa muitas vezes um desestímulo aos estudantes em virtude da qualidade duvidosa do livro didático à disposição.

Pelo fato da História Antiga não ser a história do nosso espaço imediato ou aquela história a partir da qual alcançamos uma compreensão direta do presente, não nos permite falar dos gregos e dos romanos como os nossos antepassados, os historiadores brasileiros da Antiguidade Clássica são muito mais refratários aos lugares de memória criados em torno da disciplina e muito menos suscetíveis aos apelos nacionalistas, o que torna os historiadores brasileiros capazes de exercitar um outro olhar sobre a História Antiga, elegendo novos objetos, experimentando novos aparatos conceituais e propondo novas interpretações que muitas vezes escapam aos europeus, apegados por vezes a modos de pensar que já apresentam nítidos sintomas de esgotamento.

Os livros didáticos, para o estudo da História Antiga, possuem inúmeras informações erradas e desatualizadas, bem como de uma quantidade significativa de simplificações que comprometem o estudo da disciplina pelos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Os livros didáticos continuam a propagar teorias outrora evocadas para explicar determinados acontecimentos

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