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Crue i dos peus é uma pintura de Antoni Tàpies

Por:   •  12/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  699 Palavras (3 Páginas)  •  156 Visualizações

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Composição I – Ana Sofia da Silva Gomes – 8366 – 16/17

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Crue i dos peus é uma pintura de Antoni Tàpies. Pintor catalão, considerado um dos mais importantes do séc. XX. A obra, que actualmente está na Galeria Axel Vervoordt em Hong Kong, data de 2007, já no fim da vida do pintor, que veio a falecer em 2012.

As obras que realizou durante os últimos anos de vida, são acima de tudo uma reflexão sobre a dor – tanto física como espiritual – como elemento integrante da vida. Influenciado pelo pensamento Budista, Tàpies acredita que um maior conhecimento da dor nos permite uma atenuação dos seus efeitos, e, por conseguinte, uma melhoria na qualidade de vida. A passagem do tempo, que já era uma constante no seu trabalho, é agora reinventada quando experienciada como uma experiencia pessoal. O que nos transmite um autoconhecimento e nos permite uma compreensão mais clara do mundo à volta do pintor. Nos últimos anos de vida, consolidou também a linguagem artística que ao longo dos anos veio a desenvolver. Que visualmente nos transmite tanto a concepção de arte como certas preocupações filosóficas que ao longo dos anos foi renovando. Obras que não são apenas contemporâneas, como também contêm um registo do próprio passado.

A sua prática artística ainda está aberta à brutalidade do presente, oferecendo uma forma que, apesar de sua ductilidade, permanece fiel às suas origens. (FUNDACIÓANTONITÀPIES, 2016)

Crue i dos peus, é uma pintura realizada sobre um suporte de madeira, e com um misto de técnicas muito familiares da pratica artística de Tàpies. Não tendo encontrado nenhum registo especifico, para além da técnica mista sobre madeira (AXELVERVOORDTGALLERY, 2016), é me apenas possível supor, tomando como referência outras obras do artista, que este utilizou cimento ou outro tipo de argamassa que permite resultados semelhantes, e uma tinta aerossol, sobre o suporte de madeira.

Tàpies criou a sua própria realidade, onde a tensão formal do corpo da obra advém de um contraste entre os espaços vazios, silenciosos, e a configuração entre o positivo e o negativo, entre projeções e depressões, entre o acaso e ordem, liberdade e controlo (RUHRBERG; SCHNEKEABURGER; FRICKE; HONNEF, 2010 pág. 261). Não se tratando de uma paisagem metafisica, mas sim telúrica, faz referencia à sua natureza matérica.

De uma aparente base monocromática fiel à matéria, Tàpies faz evidenciar de maneira subtil uma mancha negra (ou vários aglomerados, uns mais pigmentados que outros) que aparece apenas a pairar sobre o cimento.

Tal como aconteceu em Fautrier e com a obra inicial de Dubuffet, os materiais (gesso, cimento, areia, barro, massa consistente) desempenharam um papel-chave na obra do artista catalão, que após a segunda guerra mundial e a bomba atómica, viu nestes materiais a sua nova fonte de inspiração. Criando uma espécie de “contra-imagem” como resposta de um artista intelectual quer à euforia inquietante que nos assola no mundo contemporâneo, quer à permanente ameaça do nada. Uma imagem que nos vem confortar.

A forma como inscreveu os traçados à superfície, revelam uma energia expressiva e uma franqueza do protesto pictórico que manteve. Os símbolos que inscreveu, que revelam uma influência das filosofias de Raimundus Lullus, foram posicionados no centro da composição. Símbolos que eram recorrentes na sua pintura, e que revelavam a sua apreciação pelo místico, tomando o exemplo da cruz e dos pés. O significado dos símbolos raramente pode ser identificado. Apenas aparentam ter sido introduzidos por razões estéticas.

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