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Enfrentando os Guerreiros Tártaros Medievais

Por:   •  29/4/2015  •  Resenha  •  1.061 Palavras (5 Páginas)  •  224 Visualizações

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RESENHA MEDIEVAL

Roseli Pádua Angeloni

SILVEIRA, Ildefonso. “Enfrentando os Guerreiros Tártaros Medievais.”

Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 1999.

O livro relata e comenta a viagem de Frei João Del Carpine em 1245, incumbido de levar uma carta do Papa Inocêncio IV, propondo paz ao Grão-Cã da Mongólia (descendente de Gêngis-Cã). Após seu retorno começa a descrever com detalhes o povo mongol seus costumes, religião, táticas de guerra e a iminente invasão da Europa, maior temor da Igreja. Tudo isso feito no lombo de um cavalo, atravessando clima e regiões inóspitas, 25 anos antes de Marco Polo.

Frei João Del Carpine se destacou por sua grande contribuição na propagação da Ordem Franciscana, tendo sido enviado pelo próprio São Francisco à Alemanha em 1221. Com mais de sessenta anos recebeu a tarefa árdua de levar uma carta assinada pelo próprio Papa Inocêncio IV ao Grão-Cã dos Mongóis. A missão de Frei João era além de religiosa, diplomática, afinal os terrões que os guerreiros tártaros semeavam por onde passavam, como Hungria, Rússia, Polônia e Budapeste entre outras, logo chegavam ao ocidente, e o temor de uma invasão avassaladora e cruel era constante, o próprio Frei João neste “relatório” sobre sua viagem à Mongólia deixa claro que seu objetivo é prevenir o ocidente contra possíveis ataques tártaros.

Nômades por natureza, assim como até hoje em dia, os tártaros ou mongóis, vivem em tribos e a narrativa começa com uma breve biografia do grande líder dos mongóis Gêngis Cã, que de pastor a guerreiro temido conseguiu unificar as tribos tártaras e conquistou várias outras, fazendo assim do Império Mongol o maior e mais temido de todos os impérios da história.

Enfrentando as estepes, o frio intenso que em determinadas épocas do ano pode chegar a 50ºC abaixo de zero, e a fome, conseguiram chegar a seu destino e entregar a carta do Papa ao Grão Cã Guiuc (neto de Gêngis Cã), que acaba de ser eleito pelo kurultai (uma espécie de conselho político e militar que elege o futuro Cã da Mongólia, integrado pelos mais antigos membros das tribos tártaras) e subir ao trono.

Na cerimônia de entronização de Guiuc Cã, em agosto de 1246, estavam presentes inúmeros convidados, de várias partes da Europa Oriental e da Ásia, para prestações de vassalagem, entregas de presentes e pagamentos de tributos ao novo grão-cã. Após a entronização, Guiuc Cã chamou Frei Carpine até ele, assim como fazia com os que lhe iam render homenagens e oferecer presentes. Segundo o frei, “[...] fomos perguntados se queríamos também oferecer presentes, mas já tínhamos consumido nossas reservas[...]”. Como Guiuc Cã demorava para atendo-los. Frei Carpine, então, começou a colher informações que poderiam ser úteis à cristandade européia, em caso de possíveis ataques ao Ocidente.

Quanto as manobras e seus métodos de guerra, os tártaros por viverem em condições extremas não só pelo frio mas pela geografia das estepes, concentravam suas táticas na cavalaria e nas técnicas usadas em caçadas, mas seu poder de ataque estava na cavalaria, os mongóis apesar de quase sempre estarem em menor número, dividiam-se em pequenos grupos e pelos inúmeros cavalos que tinham quando se dispersavam em batalha davam ao inimigo a impressão de que estavam por toda parte até que eram cercados e totalmente dizimados. A mulher, ao contrário do que acontecia desde a antiguidade tinha papel importante, era a base da família e desempenharam importante papel no Império Mongol. Quando o trono de grão-cã ficava vazio a espera do próximo Cã, por ocasião de falecimento, a regência cabia à viúva do morto.

E assim prossegue toda a narrativa de Frei Ildefonso (autor do livro em questão) sobre a viagem exploradora de Frei João Carpine ao reino Mongol, que intencionalmente além de propagar o Cristianismo, é narrada com riquíssimos detalhes acerca da vida, hábitos, costumes, religião e estratégias militares dos tártaros. Apresenta também o mundo diferente revelado ao humilde frade europeu do século XIII no Oriente. Repleta de simplicidade humana e a intensidade missionária de Francisco de Assis além do respeito à Igreja e lealdade ao Sumo Pontífice. Justamente pela simplicidade e a abnegação do frei João Carpine o título do livro sugere que o húmil frei enfrentou corajosamente os temíveis tártaros em seu próprio território.

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