Fichamento: Do mundo antigo a cristandade medieval

Nome: Jéssica Maria de Souza Ferreira        Disciplina: História Medieval I        Data:15/01/2018

I – Identificação da Obra:

LE GOFF, Jacques. Do mundo antigo a cristandade medieval. In:______. A civilização do ocidente medieval. Tradução José Rivair de Macêdo, Bauru, SP: EDUSC, 2005. (p.17-103)

II – Estrutura: O fichamento presente comporta os quatro primeiros capítulos da parte um do livro A civilização do ocidente medieval. Estruturando-se dessa forma, desenrola uma serie de subtítulos que perpassam a discussão acerca da sociedade medieval dos séculos V ao XV. Discutindo a partir disso questões sociais, econômicas, além de valores religiosos que moldaram o pensamento do período e que, portanto, constrói o Ocidente Medieval.

III – Síntese dos capítulos: 

De início, a frase emblemática “O Ocidente medieval nasceu das ruínas do mundo romano” (LE GOFF, p.19) é em especial fundamental para o entendimento de todo o contexto, tanto do declínio do Império romano como das estruturas que permitiram o surgimento de uma nova sociedade.

Sendo economicamente gerido por guerras de pilhagens, na obtenção de mão-de-obra e tesouros para sua subsistência, o Império romano encontrou dentro de si uma forte crise para suprimir suas necessidades em virtude de seu espaço territorial. É por volta do século III que seus dois grandes centros (Roma e Itália) começam a desfazer devido aos confrontos internos. A partir disso, Constantino no século IV funda Constantinopla o que viria ser o local de uma nova Roma, mas agora voltada para o Oriente. Ademais, oficializa o cristianismo como religião oficial, deixando de lado totais práticas pagãs em razão de suas falhas. A instituição eclesiástica então pôde se firmar por conta de tais mudanças organizacionais e, portanto, construir um papel instrumental de apoio.

Todas estas transformações desenvolveram os valores e aspectos que dividiram o mundo romano. Com a nova religião ascendente, sem dúvida os preceitos romanos serão acolhidos e sua diversidade ainda permanecera presente, no entanto, com elementos distintos, mas que fará muitos retomarem seus ideais.

As invasões bárbaras pouco a pouco adentram na estrutura do império já decadente. Constitui o fator principal da crise do século III e delas podemos entender três pontos de sua entrada no império. Primeiro, as invasões ocorreram por questões de fuga contra outros grupos mais fortes. Segundo, os próprios romanos causaram seu declínio. E, por último, a presença de um conflito interno. Todos esses elementos demonstram a fraqueza da qual se situava o mundo romano. Enquanto os germânicos possuíam armamentos e uma grande superioridade militar em relação aos romanos, pois estes (os germânicos) sofreram influencias de outros povos do oriente (técnicas de combate, costumes, artes etc).

Tinham grande admiração nas instituições romanas (LE GOFF, p. 26). Mais tarde fariam parte do próprio império através de uma fusão: os bárbaros agora convertidos a romanos e os romanos convertidos a bárbaros. Entretanto, seu diferencial se deu através do requisito religioso. No caso, os romanos eram católicos enquanto os “bárbaros” convertidos à fé cristã, mas esta por sua vez compreendia os dogmas do arianismo.

Vários são os acontecimentos após a invasão e com isso grandes reinos formam-se em busca de reter sua autonomia. No decorrer do século V, com a formação do Império Huno de Átila a política medieval mais uma vez se intensifica, porém, mais tarde em 453 é desfeito. Clóvis, chefe dos francos, é outro personagem que surge como apoiador e difusor da fé cristã ao se converter perante seus guerreiros.

A estrutura política é alterada após a chegada de Justiniano, em 527, pois este rei busca a reconquista do Império ocidental, no entanto, não conseguindo ter sucesso, apenas consegue obter uma boa parte do mediterrâneo.

Ademais o acontecimento principal do século VII é o aparecimento do Islã e a conquista árabe. (LE GOFF, p. 32).

Sem dúvida muitos episódios foram marcantes para o início do período medieval e sua construção como a conhecemos dos escritos. Da passagem do século VII ao VIII vemos muitas conquistas entre os francos, com Carlos Martel e seu filho Pepino, o Breve para iniciar a monarquia carolíngia. O objetivo de sacralizar seu reino e obter através das conquista o título de Imperador, concedido pela Igreja vai ser alcançado posteriormente por Carlos Magno.

O processo de ruralização não foi criado durante as invasões germânicas, este por sua vez foi florescendo durante o período da Alta Idade Média na qual empurra os povos que entram no território e acabam se submentos aos proprietários da terra. Ampliam as técnicas de cultivo, criam novas ferramentas que mais tarde serão aprimoradas (LE GOFF, p. 35).

No século VIII o Ocidente tem o seu poder unificado por Carlos Magno no Império Carolíngio, é a fundação de uma organização germânica validada na fidelidade vassala, através do contrato de vassalagem. Embora futuramente, no decorrer do século IX, toda a estrutura estabelecida vá se fragmentar por conta de conflitos externos (os invasores do norte), mas o maior problema deste início de organização está no conflito interno pelo poder que é contínuo e pelas rivalidades econômicas e étnicas que começam a tomar forma e ficam depois por toda história da Europa (LE GOFF, p.45-46). Os aspectos internos estão voltados para a tradição de partilhar os territórios conquistados e reconquistados por Calor Magno a seus filhos e que mais tarde seria dividido entre os netos. O que ocorre é: dentre as divisões forma-se o viria a ser depois a Francia oriental e ocidental. A unidade imperial carolíngia perde-se assim como a coroa de imperador perdendo-se por volta de 924 (LE GOFF, p.49).

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