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Fichamento do capítulo Conquista do centro-sul: fundação da Colônia de Sacramento e o achamento das Minas

Por:   •  1/6/2018  •  Resenha  •  1.887 Palavras (8 Páginas)  •  696 Visualizações

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Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Aila Kathleen Sais da Silva

Fichamento do capítulo ‘Conquista do centro-sul: fundação da Colônia de

Sacramento e o “achamento” das Minas’ escrito por Carla Maria Carvalho de Almeida e Mônica Ribeiro de Oliveira. 20Seis

   No início do capítulo, as autoras dão uma espécie de apresentação prévia sobre o que o capitulo ira tratar, assim é escrito de forma evidente que a quinta etapa do livro se configura em uma explicação reflexiva de todo um panorama da situação do Império Portugues nas décadas do século XVII e XVIII considerando suas relações com outras nações europeias, dando enfoque nas possessões coloniais, também tratando sobre a fundação da Colõnia de Sacramento dentro de um contexto de disputas imperiais.

    Ao tratar sobre os antecedentes, é retratado no texto como Portugal conseguiu manter o senhorio sore o comercio e o litoral africano, ganhando o controle do mercado, tendo domínio sobre postos e obtendo permissão para abastecer a América espanhola. Portugal, no século XVI, buscava ampliar seus domínios e fronteiras, algo que fosse além do Tratado de Tordesilhas, para tentar estabelecer uma rota comercial ente o litoral e a regiao de platina. A América Portuguesa também tinha o interesse em expandir o seu acesso ás preciosas mercadorias, querendo ter domínio sobre a seda e a porcelana, por exemplo.

   Já sobre a formação das primeiras redes mercantis, se afirma que se tinha um comércio clandestino que se infiltrava em Buenos Aires, desenvolvendo a função de reexportar os produtos manufaturados para a região platina, feito por alguns centros, como Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, o que levou ao surgimento da palavra ‘peruleiro’, termo este usado para se referir aos comerciantes que faziam esse contrabando das cidades brasileiras com  rio da Prata. Salvador tinha um grande papel nessas relações, sendo um grande centro de redistribuição de mercadorias para outros lugares, já no Rio de Janeiro, os peruleiros e suas atividades eram bem fortes por comerciantes de origem lusitana, na maioria das vezes judeus.

    Sobre as exportações, se exportava arroz, gengibre, marmelo, açúcar e outras coisas para Buenos Aires em troca de ouro, joias, moedas, carnes e sebo. Estas relações de comércio permite a exploração sobre a formação de redes mercantis no espaço colonial brasileiro, onde os comerciantes e os grupos familiares tinham grande controle, através dos asientos conseguiam expandir fronteiras e também se enraizar no território colonial. Por ter o controle sobre o tráfico negreiro, os lusitanos tinham uma vantagem sobre os espanhóis. Essas relações interpessoais em Buenos Aires demandavam um certo crédito, e eram baseadas em laços de honras, favores e fidelidade.

    Com as mudanças sobre quem poderia navegar para Buenos Aires ou não, os assentistas perderam esse direito, adjunto da impossibilidade de fiscalização de Madri, o intercambio entre o Rio de Janeiro e o rio da Prata se intensificou. Além disso, o texto trata sobre as relações comerciais com a Índia, caracterizando a expansão no local e seus nichos territoriais e redes comerciais, dominados por mercadores autônomos. Mais tarde, alguns conflitos com a Holanda e Espanha ocasionou a chamada Companhia das Índias Ocidentais.

    A restauração e o novo contexto da América Portuguesa traz consigo aparatos muito relevantes, já que no começo da rebelião pela restauração, prejudicou bastante o comércio com Buenos Aires, e ao terminar a guerra da Restauração, Portugal se encontrava endividada. Os Holandeses depois de expulsos pelos espanhóis, optaram por montar seu próprio sistema açucareiro em Antilhas. A restauração configurou os centros do poder, reestruturando as elites sociais, além de a elite aristocrática ter se cristalizado durante o reinado de D. Pedro II.

   Segundo Alencstro, a estabilidade política interna era tamanha, que nem as crises financeiras conseguiram ruir tal tenuidade. A dinastia bragantina deu seu consentimento para as remessas de africanos enviados para a America Hispânica. Portugal tinha receio do bloqueio do trato angolano, pois ele poderia incentivar Madri ocupar Luanda, além de claro, ter medo de perder o trato angolano para os holandeses. A reconquista de Angola ficou então como função do Rio de Janeiro, abrindo as portas para um cogestação luso-brasileira no Atlântico Sul.

   Ainda sobre o processo de estabilização da dinastia bragantina, demandou varias mudanças e perdas no Oriente, como escassez de materiais preciosos e os endividamentos decorrentes da guerra de restauração. Ademais, sobre as elites, ocorreu um escalonamento de mérito dos combates no ultramar, acarretando a um novo pacto político entre a periferia e o centro do Império Ultramarino.

    O repovoamento colonial da América portuguesa é marcado bastante pela perseguição aos índios e quilombolas, crescendo assim a atribuição de mérito para quem agia militarmente contra esses povos. No fim desse processo, se tem uma política voltada para a dizimação dos indígenas e da utilização da mão de obra africana.

   Mesmo com o firmamento político da Bragança, a economia ainda era muito dependente das reexportações, período esse também fortemente marcado pela crise da economia açucareira. Lisboa com o intuito de aumentar seus lucros, subiu a taxa do açúcar brasileiro vendido na Europa, evidenciando a depressão econômica. A Coroa portuguesa adotou medidas, sendo uma delas a implantação da Casa da Moeda em Salvador, e a outra o incentivo ás incursões bandeirantes pelo sertão em busca de ouro.

    Para a religação da corrente de prata de Potosí, houve o planejamento de vários planos bem ambiciosos, como o plano de invadir Buenos Aires e construir uma fortaleza aos arredores, porém o outro plano pareceu mais viável, que foi a criação de outra capitania no território em litígio. A partir do momento que a Coroa espanhola foi obrigada a ceder á pressão luso-francesa, recomeçou a consolidação do poder luso no Prata.

   A fundação da Colônia de Sacramento trouxe consigo muitos significados importantes, como a representação da materialização do processo de expansão territorial e comercial do Estado lusitano e das elites, abandonando os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. Ademais, o avanço dos vicentinos pelo sul do Brasil também está ligado a questão da fundação de Sacramento.

   Como mencionado no texto, a fala de João Fragos é muito importante para entender essas relações, tendo dito que ‘o sistema de mercês no reino e nas conquistas produzia súditos para a Coroa, gerava laços de lealdade, porém dava condições para a geração e reprodução de uma elite local com interesses próprios’. Na época, controlar Sacramento representava a maior posição de poder para a manutenção do contrabando e da expansão pecuarista.

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