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História, Cultura Indígena E Afro-brasileira

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Por:   •  8/4/2013  •  491 Palavras (2 Páginas)  •  1.197 Visualizações

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No quadro acima delineado podemos reconhecer a cultura universitária como um setor

privilegiado, isto é, protegido e incrementado quer pelos grupos particulares, que dele fazem um

investimento, quer pelo Estado, que arca, no Brasil, com boa parte do ônus da instrução superior.

A cultura universitária, meta prioritária dos jovens das classes alta e média, tem uma força de

auto-reprodução só comparável, hoje, à das grandes empresas de comunicação de massa. Para

alguns, ela é, mesmo, um dos apoios fundamentais do aparelho do Estado enquanto a

Universidade não cessa de produzir pessoal habilitado para as carreiras burocráticas ou

burocratizáveis do país.

É importante, por isso, analisá-la mais de perto para verificar como nela operam certas tendências

que se cristalizam como visões da realidade, e que cortariam toda a cultura brasileira.

A primeira observação diz respeito ao decréscimo rápido e talvez irreversível dos estudos

humanísticos tradicionais (Grego, Latim, Filologia, Francês), hoje acantonados em um ou outro

currículo de Letras. O resultado dessa restrição é o desaparecimento de um certo tipo de

formação letrada clássica, que tinha, uns quarenta anos atrás, prestigiosa presença no ensino

médio além de constituir o fundo comum do clero e da magistratura, dois estratos cuja posição na

sociedade era preeminente. A relação íntima entre cultura clássica e status social desapareceu na

sociedade contemporânea. E a Universidade, coerentemente, foi abandonando o ensino daquelas

disciplinas, seguida, a curto prazo, pela Igreja.

O aprendizado de Grego, Latim, Filologia Clássica e Vernácula, Francês, Direito Romano e

matérias afins foi deslocado na sua posição chave de formador dos mestres secundários, dos

sacerdotes e dos juristas. Essas disciplinas viraram especializações, sendo ministradas sem a

aura que outrora as circundava, e despossuídas, portanto, do poder que então as investia.

Uma conseqüência notável desse esvaziamento foi, durante a década de 60 sobretudo, uma

tendência a considerar estrutural e acronicamente a cultura lingüística, literária, jurídica e, até

mesmo, religiosa. Quer dizer: o sentimento de que as Letras, as Leis e os Ritos atravessaram

fases e estilos diversos foi cedendo lugar a uma abordagem a-histórica que se restringia à análise

de textos a que se aplicavam categorias formais supostamente universais. Perdendo-se a

sensibilidade

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