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Imigração Japonesa No Estado De São Paulo: Estudo Sobre As Heranças E O Papel Dos Imigrantes Japoneses Na Construção Da Economia E Identidade Paulista

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Por:   •  5/2/2015  •  1.921 Palavras (8 Páginas)  •  561 Visualizações

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Introdução

Os imigrantes japoneses, seus descendentes e suas heranças culturais estão presentes no nosso dia a dia em todas as partes do estado de São Paulo. Porém, pouco se busca entender sobre eles: quem são, como chegaram, por que deixaram seu país de origem, o que têm feito em nossa terra desde que a pisaram pela primeira vez, no início do século XX?

Há mais de 100 anos eles estão presentes, auxiliando na construção da região onde vivemos, fortalecendo a economia paulista e agregando positivamente com sua cultura. Portanto, este artigo é um breve estudo sobre a importância e a influência da imigração japonesa no estado de São Paulo ao longo dos anos.

1. A história da imigração japonesa

O Brasil, até a metade do século XX, recebeu muitos imigrantes de diversas nacionalidades. Até meados do século XIX, cerca de 3 milhões e meio de escravos haviam sido trazidos, além de um grande número de imigrantes livres entre o fim do século XIX e o começo do XX – entre alemães que colonizaram áreas desocupadas no sul do país, italianos nas plantações de café de São Paulo e muitos outros espalhados pelo país (NUNES, 2003). Segundo Sasaki (2006), este grande fluxo de imigrantes livres se deu após a abolição da escravatura e a implantação da cafeicultura, quando o Brasil passou a demandar mão de obra e optou pela adoção de uma postura receptora imigrantes para suprir esta demanda. Em 1902, a Itália – de onde vinham a maior parte dos imigrantes europeus nesse período – passou a proibir que seus cidadãos fossem encaminhados para o Brasil, de modo que os japoneses passaram a ser considerados entra as alternativas para suprir esta lacuna (SASAKI, 2006).

Assim, em 18 de junho de 1908, chegaram pela primeira vez ao porto de Santos em torno de 800 imigrantes japoneses, a bordo do navio Kasato- Maru (HANDA, 1987), a fim de exercerem trabalho livre, principalmente no estado de São Paulo. Os imigrantes que desembarcavam em Santos, eram encaminhados de trem até o Brás e ficavam na Hospedaria dos Imigrantes –

hoje Memorial do Imigrante – de onde partiam rumo a fazendas de café no interior do estado (Blog História de São Paulo, s/d). Assim como o governo paulista,

o governo japonês também tinha fortes razões socioeconômicas para incentivar a emigração em seu país, que [...] atravessava uma grave crise, em que grassava o desemprego, resultado da política econômica imposta ao Japão, cuja balança comercial pendia para os países industrializados, tendo em vista que, comparada à desses países, a indústria nipônica era incipiente. (GONÇALVES, 2008)

Segundo Gonçalves (2008) era comum no Japão a disseminação da ilusão de que emigrar para o Brasil proporcionaria enriquecimento rápido e conseqüente retorno à terra natal, pois sabia-se ser o Brasil um grande território, com natureza exuberante e muitas terras completamente inexploradas. Fantasiava-se até mesmo encontrar ouro e pedras preciosas pelo chão, mas na chegada, a maioria dessas expectativas (senão todas), eram quebradas.

O filme “Gaijin – Os caminhos da liberdade” (YAMASAKI, 1980), inspirado na imigração japonesa no início do século XX mostra a realidade de muitos imigrantes que trabalharam em fazendas paulistas na época – tratados com hostilidade, exercendo trabalhos pesados em longas jornadas com más condições de vida. No filme, até mesmo os salários prometidos, muitas vezes se esvaíam em roubos e dívidas criadas pelos próprios patrões. Uma realidade difícil que em quase nada condizia com o que prometiam em seu país de origem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE Brasil 500 anos) (2000), para os japoneses, migrar para o Brasil representava a possibilidade de adquirir melhores condições de vida através do trabalho e futuramente, retornar à terra natal. No entanto, alguns fatores tornaram difícil a concretização destes planos:

• as próprias companhias de imigração procuravam fixar os imigrantes na terra, afastando deles o projeto de conseguir um montante de renda

para voltarem ao Japão. Aos poucos, muitos foram sentindo as

dificuldades de retornar e abandonando seus planos originais.

• Pouco a pouco começaram a perceber que o Estado japonês não tinha intenções de promover a sua volta. Viram-se assim, postos diantes da necessidade de desbravar outros caminhos para ascender

economicamente. (IBGE - BRASIL 500 ANOS, 2000)

Segundo Sasaki (2006), até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, os imigrantes ainda se consideravam nihonjin (japoneses), pois ainda tinham a pretensão de retornarem ao Japão enriquecidos e suas permanências no Brasil eram tidas como provisórias. A segunda guerra serviu como um pretexto simbólico para a fixação decisiva dos imigrantes japoneses no Brasil.

Assim, “presos” a esta realidade, os japoneses se estabeleceram no Brasil, especialmente no estado de São Paulo, buscaram formas de sobrevivência e ascensão no Brasil e ao longo dos anos, contribuíram para a economia do país deixando muitas marcas da sua cultura.

Imagem 1 - Imigrantes japoneses. Fonte: Museu da Imigração – acervo digital.

2. A importância da imigração japonesa para a economia do estado de São Paulo

Segundo o IBGE 500 anos (2000), a imigração japonesa é dita bem sucedida, sob o ponto de vista da mobilidade social dos descendentes de

japoneses e sua presença em diversos setores, principalmente no meio urbano. Muitos encontraram fonte de renda no comércio, mas a maioria direcionou-se para a produção agrícola, grande parte nas lavouras de café paulistas. O IBGE ainda aponta que no início, os imigrantes cultivavam produtos de interesse da economia japonesa, como o algodão para a indústria têxtil japonesa que surgia, mas com o passar do tempo diversificaram sua produção com produtos para o abastecimento das regiões onde viviam.

Ao contrário do que se pode pensar, as atividades dos imigrantes japoneses no estado de São Paulo não se limitavam ao trabalho assalariado nas fazendas. Muitos tornaram-se empreendedores e ascenderam economicamente através da compra, colonização e cultivo de terras, como exemplo aqueles que se estabeleceram na região do Vale do Ribeira no início do século XX, especialmente na cidade de Registro. Nessa

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