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Mayombe: A Libertação Angolana como fator de influência das produções literárias

Por:   •  6/11/2015  •  Artigo  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  167 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS

CAMPUS XVIII – EUNÁPOLIS

TURMA 2012.1 – VI SEMESTRE – 2014.2 – NOTURNO

DOCENTE: Doutora JOCENEIDE CUNHA

DISCENTE: BRUNO MARQUES DOS SANTOS SANTOS

Mayombe: A Libertação Angolana como fator de influência das produções literárias

Resumo: este artigo tem como escopo avaliar a obra literária  ― “Mayombe” de Pepetela, cognome do autor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, onde se aspira à compreensão das provocações e desafios enfrentados pelo “Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)” no procedimento da libertação de Angola. Para tanto, pondera-se que o exercício político do movimento correlativo ao conceito dos artifícios terminantes e literários pelos quais culturas excluídas têm suas biografias relidas e reescritas.

Palavras-Chave: Mayombe, MPLA, Libertação, Angola.  

  De acordo com o próprio autor do livro Mayombe:

Mayombe é um livro que foi feito sem projeto. Esse livro apareceu dum comunicado de guerra. Nós fizemos uma operação militar e eu era o responsável por mandar informações, redigir o comunicado, como tinha passado a operação e enviar depois para o nosso departamento de informação, que veiculava no rádio, no jornal.  Eu escrevi aquela operação com que o livro começa e que é real. Acabei de escrever o comunicado, uma coisa objetiva, assim fria. E não foi nada disso que se passou. E continuei o comunicado, tirei a primeira parte e mandei pra eles, no departamento de informações e continuei. Saiu um livro sem saber quem era o personagem sem Medo[1].

Os eventos históricos de uma coletividade e seu alicerce econômico não se podem recusar a definição que, refletem na produção das obras bibliográficas, ainda que não consistam em ser o singular fator dominante, porque mesmo que o compositor bibliográfico não ambicione, o mesmo aproxima em sua produção, involuntariamente de sua subjetividade, a sua categoria, a sua sociedade.

“decorre da própria natureza da obra e independe do grau de consciência que possam ter a respeito os artistas e os receptores de arte”[2].

    Abordando a ação libertária de Angola na década de 70, o romance Mayombe (1980), de Pepetela, permeia em meio o fato histórico e a irrealidade romancista ao divulgar os tumultos que denotam a guerrilha demonstrada contra o conquistador português, além de distinguir para demandas essenciais à condição da vida, direcionadas à individualidade do ser, a inclinação amorosa e à natureza do sexo.

Mayombe, escrito em meio os 1970-1971, não é um simples e ignóbil composição, mas um romance transposto pela história, que, igual modo, serve como um medidor histórico, como um apontamento social a respeito de Angola em sua etapa de peleja pela independência; é uma arquitetura literária que não descreve a biografia exclusivamente, mas que a edifica sob o espectro de um guerrilheiro que tomar parte dessa luta de libertação – da mesma forma, o livro denunciador de um panorama de chacina, miséria, penúria e corrupção do momento pós-colonial e, como implicação, desvela-se como “manancial” de um vozear de intenso choque social. A demanda das narrativas de combates libertários angolanos está atrelada não exclusivamente à influência da recordação ocidental, mas também às narrativas verbais que são comunicadas por meio das pessoas.  Particularidade proeminente da obra é que as personalidades se manifestam do mesmo estilo lingüístico, não obstante de competirem a categorias econômicas desiguais. Ao decorrer da narração é empregado o mesmo apontamento lingüístico, desconsiderando o precipício existente em meio às divisões sociais das personagens e suas ascendências culturais.

O livro apanha a todo instante os desafios para a libertação patriota e a peleja desnuda pelo socialismo inerente a assuntos tribais: como o tribalismo, o segregacionismo e decomposições interiores na agitação que acabaram consumindo a confiabilidade da Insurreição.

“localizamos na obra a questão do tribalismo como o ponto central da obra de Pepetela, quando demonstra as dificuldades da criação de uma unidade nacional para a condução do país após a independência, afetando diretamente os princípios propostos pelo MPLA que se baseia num projeto nacionalista, multirracial e cultural”[3].  

De fato, em inspeção à riqueza analítica verifica-se que as inquirições vinculadas ao esboço desse romance volvem-se como entrada à apreciação desses feitios marcados por Lima.

Apreende-se, que é essencial dissertar a respeito da história angolana para perfeitamente incluir a compreensão da obra de Pepetela, seu extenso curso debaixo do comando português e, em seguida, suas guerras interiores, as quais se exprimem na obra, de modo manifesto, como implicação das expressivas variações que incidiram em Angola, oriundos dos prejuízos de uma dominação colonial e de suas infalíveis obrigações culturais.  É mediante da própria experiência do autor, sua “visão de dentro” como militante e guerrilheiro do MPLA, que se elucidam as diferentes falas de cada personagem no romance, significando a incongruência das ações internas, em meio aos próprios integrantes do movimento de libertação, simulando os litígios políticos e sociais, representadas no interno da Floresta Tropical do Mayombe.

 Mayombe é o designação de uma floresta localizada ao norte de Cabinda, na qual se acham árvores que têm, cerca de, 50 metros de altura, o que a distingue como uma floresta ampla e majestosa. Essa floresta ofereceu nome à produção bibliográfica de Pepetela por equivaler ao local onde se decorreram múltiplos duelos entre o exército português e o africano.

 “A mata criou cordas nos pés dos homens, criou cobras à frente dos homens, a mata gerou montanhas instransponíveis, feras, aguaceiros, rios caudalosos, escuridão, medo”[4].

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