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O Dilúvio Sob as Lentes da História: Os Mitos Como Memória Social

Por:   •  6/7/2021  •  Artigo  •  2.474 Palavras (10 Páginas)  •  97 Visualizações

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O dilúvio sob as lentes da história: Os mitos como memória social

João Vitor Souza Silva.

Aluno do curso: Licenciatura em História da UECE-Universidade Estadual do Ceará

Jv-joao.v@outlook.com

Resumo

A respeito do diluvio são inúmeras as fontes e registros de variadas culturas, porém se buscarmos pela primeira fonte de registro diluviano nos esbarraremos com as tabuinhas do épico de Gilgamesh, o relato em Sumério e o mais antigo relato em Acádio sobre o evento do diluvio correspondem a dois terços do épico de Gilgamesh, cuja as primeiras datações remetem ao sec. XVII A.C. Associando as tábuas de Gilgamesh com o registro diluviano mais famoso conhecido atualmente, diluvio Bíblico, podemos ver um interessante paralelo entre os relatos, e características divergentes, que mostram perspectivas inerentes a cada povo, formando relatos semelhantes porem de certo modo únicos, visões diferentes a respeito de um mesmo evento ajudam na constituição histórica e de sua complexa variedade fatos.

Palavras chave: Diluvio Bíblico, Épico de Gilgamesh, complexidade Histórica.

 

Abstract

With respect to the deluge there are many sources and records of varied cultures, but if we seek for the first source record of the flood in the stumble upon with the boards of the epic of Gilgamesh, the story in Sumerian and the oldest story in the Akkadian on the event of the deluge represent two-thirds of the epic of Gilgamesh, whose the first radiocarbon dates back to the sec. XVII A. C. by Associating the tablets of the epic of Gilgamesh with the record of the flood the most famous known today, the deluge of the Bible, we can see an interesting parallel between the accounts, and features divergent, which show perspectives inherent to each people, forming reports that are similar but in some way unique, different views concerning the same event help in the constitution historically and for his complex variety of facts.

Key words: the Deluge of the Bible, the Epic of Gilgamesh, complex history.

Introdução

 É notória a incapacidade do homem de compreender toda a realidade do passado, a verdade em seu todo, decorrente de inúmeras limitações e complexidade a história não se revela por completo aqueles que a estudam, assim se qualifica a importante e difícil missão do historiador, catalogar e investigar a luz de uma teoria todo e qualquer documento ao seu alcance para que se possa buscar a realidade do passado que constitui nossa história, ainda que parcial e, incompleta, desafiadora e, inspiradora a história é suficientemente encantadora para instigar seus amantes.

 E é a respeito de um de seus inúmeros vestígios que este artigo trata, os mitos como memoria social, e para isso será utilizado e trabalhado dois diferentes relatos sobre o mesmo evento, o relato do diluvio bíblico e o épico de Gilgamesh que, nos trazem características semelhantes porém em certos aspectos distintos, pois se caracterizam como identidade de seus respectivos povos. Os mitos foram uma importante fonte de transmissão cultural e constituíram elos entre inúmeras sociedades antigas, documentos históricos mostram pontos de ligação Inter culturais, perspectivas diferentes de eventos semelhantes que se encontram nos mitos, mostram a complexidade da história e nos ajuda a entender sociedades antigas, suas origens e disseminações culturais.

Como já citado acima, os relatos do diluvio Bíblico e o invento diluviano encontrado a partir da XI tabua do épico de Gilgamesh possuem inúmeras semelhanças, de um modo geral tais características são: Iminência de um dilúvio através de uma divindade, fúria divina para com a humanidade,  instrução divina a um escolhido, construção de uma embarcação para salvar aqueles que foram escolhidos pelas divindades e reconstrução da humanidade. Como demonstrado, são notáveis as semelhanças, e adiante no decorrer do artigo tais semelhanças serão melhor trabalhadas juntamente à importância da memória social.

  1. As semelhanças entre os mitos, e sua difusão cultural.

As inúmeras semelhanças que existem entre os relatos acima citados promovem a nos curiosidade a respeito de como tais características possam ser tão similares, mesmo tendo o

tempo como barreira entre as fontes é possível traçar interessantes teorias a respeito de suas semelhanças.

Teorias sobre plagio ou apropriação cultural são normalmente pensadas se tratando desse assunto, porém ao meu ver se configuram como hipóteses muito simplistas para abordar a complexidade histórica.

Tomemos então a cultura como algo em estado de eterna ampliação e evolução, partindo deste ponto sua difusão se dá de forma natural através de alguns agentes. Tais agentes são responsáveis por sua difusão e mutação, rompendo a barreira do tempo e de povos. Podemos observar a atuação desses agentes na obra "Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo oriente próximo" da Historiadora Katia Maria Paim Pozzer.

A escrita cuneiforme teve uma grande difusão no mundo antigo oriental, tendo sido utilizada na baixa Mesopotâmia, correspondendo ao atual Iraque, à região da Assíria e da Babilônia e as regiões periféricas, localizadas, atualmente, na Síria, Planalto Anatólico, Armênia, Irã, Chipre, Palestina e mesmo no Egito.

Esse processo de difusão possibilitou, também, a propagação das línguas faladas na baixa Mesopotâmia, bem como a produção literária dessa região. A língua acádica e a escrita cuneiforme foram, durante longo tempo, na Antiguidade, a linguagem oficial e diplomática entre os diversos povos e impérios. Através delas, estabeleceram-se alianças matrimoniais, tratados de paz, declarações de guerra, etc. As escolas de escribas mesopotâmicas conheceram uma expansão em todo mundo antigo oriental e proporcionaram o desenvolvimento da escrita das línguas faladas nessas áreas ditas periféricas. Podemos dizer que um dos grandes êxitos das escolas dos escribas foi o de terem mantido vivo o ensino do sumério durante cerca de 2000 anos depois de seu desaparecimento como língua falada (de 2000 a.C a 200 d.C.).(KATIA, 1998/1999, p. 71).

 Podemos então vislumbrar acima a ação desses agentes, a escrita, a língua e os escribas são exemplos de agentes de difusão cultural e por consequência de mitos. Vemos então relatos semelhantes nos mitos diluvianos como um certo gral de parentesco cultural entre vários povos, a cultura partilhada e difundida através de agentes que ligam várias sociedades entre si é quase como um elo sanguíneo que liga uma família.

  1. A importância dos mitos como documentos históricos.

Os mitos nos ajudam a compreender melhor as sociedades as quais pertencem, pois são como que produtos únicos de seus povos. Apesar das semelhanças aqui abordadas, podemos ver através de uma leitura mais detalhada a respeito da documentação bíblica e dos tablets

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