TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Funcionalismo na Antropologia

Por:   •  14/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  973 Palavras (4 Páginas)  •  6.563 Visualizações

Página 1 de 4

Funcionalismo

        O Funcionalismo tem interesse pelas instituições de uma sociedade e as funções que elas exercem.. Os principais teóricos são Malinowski (1844-1942) e Radcliffe Brown (1881-1955), eles foram influenciados pelo pensamento de Èmilie Durkheim (1858-1917).         
        O Funcionalismo surgiu como uma reação as teorias antropológicas evolucionistas.
        O objetivo da Antropologia Evolucionista era explicar a evolução humana, destacam-se como autores evolucionistas Edward Tylor e Henry Morgan.
        Acreditava-se que a evolução era unilinear, ou seja, que a evolução seguia sempre uma mesma linha, linha a qual iniciaria com o mais ''simples'', indo na direção do mais ''complexo''. O objeto de estudo da antropologia evolucionista era as sociedades ''primitivas'', o método da análise era o comparativo e a tafera do antropólogo seria a reconstrução da história do progresso humano. Admitia-se que o homem ''primitivo'' se aperfeiçoa, biológica e socialmente, até o estágio civilizado.
        É importante citar que não  havia trabalho de campo, que as análises eram construídas tendo como base os relatos de viajantes.
        Malinowski e Radcliffe Brown, funcionalistas*, excluíram o método comparativo, analisando os fatos culturais de cada grupo em relação às próprias intituições do grupo, excluindo os conceitos de ''primitivo'' e ''civilizado''. O trabalho passa a ser de campo, o pesquisador depara-se com a realidade alheia e deve distanciar-se dos valores morais e culturais que carrega para compreender e ter uma visão sem distorções da, por assim dizer, cultura do outro.
        Para compreender o funcionalismo de Malinowski e o estrutural-funcionalismo de Radcliffe Brown, é importante uma contextualização referente aos aspectos funcionalistas de Émilie Durkheim. Para ele, todo ser humano é importante por exercer uma função essencial para a sociedade. As sociedades complexas podem ser vistas como grandes organismos vivos, onde os orgãos são diferentes entre si, mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento. A coesão social, para Durkheim, tratando-se de uma sociedade onde predomina a solidariedade orgânica, estaria assentada nas normais e leis.
        Bronislaw Malinowski, professor da Universidade de Londres, foi o iniciador das teorias funcionalistas antropológicas.
        Para ele, a sociedade tem como função a satisfação das necessidades e a cultura seria um conjuto de instituições, por intermédios das quais a sociedade responde às necessidades fundamentais e naturais do homem. Malinowski acredita que as instituições existem para os indíviduos, e não os invidíduos para as instituições, como acredita-se em outras linhas de pensamento.
        Sua principal teoria é conhecida como teoria das necessidades e se funda na ideia de que as sociedades desenvolvem sua cultura e instituições baseando-se na satisfação de necessidades básicas. A título de exemplificação, a religião pode ser vista como uma ''concretização'' do desejo pela transcendência, ou de forma mais simples e evidente, a criação de utensílios de cozinha como uma necessidade derivada da necessidade de comer.
        Radcliffe Brown tinha divergências com os conceitos de função e  com o funcionalismo de Malinowski. A corrente de pensamento de Brown pode ser caracterirazada como estruturo-funcionalista.
        Tanto o funcionalismo como a vertente estrutural-funcionalista priorizam o trabalho de campo.
        Para Radcliffe Brown, o objetivo do estudo antropológico era a investigação sistemática das instituições, analisando não somente as funções como as estruturas. Vemos a influência de Durkheim manifestada na questão de como a sociedade mantém a ordem.
        Estrutura, para Brown, diz repeito a uma rede de relações sociais. A cultura é vista como uma condição para manter o equilibrio. Já as instituições, podem ser definidas como certas normas de conduta reconhecidas pelo grupo. As questões culturais e as instituições formariam uma teia que estrutura o indivíduo, que dá sustentação.
        Entre as críticas feitas às abordagens funcionalistas estão a dificuldade em explicar os motivos que levam as mesmas necessidades gerarem produtos diferenciados, ao invés de soluções semelhantes, à visão das culturas como organismos e a falta de espaço para conflitos e mudanças perante a condição de ordem, equilíbrio. Quanto a crítica que se refere ao ''equilíbrio'' pode-se justifica-la com as dianomias, prospostas por Durkheim, que seriam ''momentos de conflito'', pois em suas análises o foco era mostrar a adaptação ao sistema e a volta ao equilíbrio.

        
Conclui-se que apesar das críticas feitas ao pensamento, deve-se focar nas contribuições das teorias ao pensamento antropológico atual e ao desenvolvimento dele. Uma grande contribuição foi a visão do trabalho empírico de campo como a única maneira de efetuar um trabalho efetivamente antropológico, podendo assim excluir a antiga postura etnocentrica do pesquisador, trazendo uma condição de igualdade e não mais sustentando preconceitos como nas teorias anteriores. Outro ponto importante é o conceito de relativismo cultural, onde as sociedades deixam de ser vistas como ''primitivas''/''civilizadas'' e passam a ser vistas apenas como diferentes.


Fontes
Funcionalismo, ALZIRA VERTHEIM TAVARES DE MACEDO.
Disponível em:
http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/13903/13903_3.PDF
Acessado em: 04/04/2016

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.4 Kb)   pdf (98.1 Kb)   docx (10.9 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com