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O Homem Cordial de Sergio Buarque

Por:   •  15/4/2021  •  Resenha  •  612 Palavras (3 Páginas)  •  168 Visualizações

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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Humanidades - CH  

Unidade Acadêmica de História

Disciplina: Historiografia Brasileira – 2020.1

Professora: Michelly Cordão

Aluno: Mayra Dias

 

 

 

 

  

 

ATIVIDADE AVALIATIVA  

 

 

 

 

 

 

 

         

                               Campina Grande

14 de abril de 21

O tema central do texto é analise da cordialidade brasileira que é entendido como um traço definidor, representando uma ausência de civilidade, em sentido eurocêntrico, e um entrave para a manutenção de um Estado moderno e burocrático, que era nesse período a temática que mais se sobressaía.  

Para o autor, as semelhanças entre organização familiar e organização de Estado foram um equívoco dos antigos “doutrinadores”, pois os laços familiares entravam uma certa coerção e ordem impessoal, garantida pelas leis e fundamental para a manifestação de um Estado moderno. Deve haver uma separação do mundo doméstico, particular, e do público em todos os âmbitos da vida. Na educação, por exemplo, a de tipo familiar deve ser apenas uma introdução da educação realmente útil, que é a que prepara o indivíduo para a vida em sociedade.  

O autor se utiliza bastante da palavra “moderno” e variantes para

contrapor à experiência colonial brasileira. Nela, a família patriarcal aparece e já com efeitos negativos na sociedade. Assim, fala desse “tipo primitivo” (HOLANDA, 1995, p. 145) e como ela teve influência o formato de funcionalismo patrimonial, em que não há ordenação impessoal, público e privado se misturam. Por exemplo, a escolha de um funcionário para o desempenhar de uma função não se dá por meio da análise fria das suas capacidades, mas por confiança pessoal – uma demonstração da cordialidade brasileira.  

Para Sérgio Buarque de Holanda, a cordialidade (aqui como uma falta de

civilidade) é o tipo definidor do brasileiro. O tipo cordial é aquele que tende a diminuir as diferenças hierárquicas, e a buscar uma certa intimidade em todas as relações, pois a ritualística da vida não faz sentido a esse tipo, assim como a revência à autoridade. Como exemplo, cita o uso de diminutivo nos nomes que busca familiarizar os indivíduos e o uso do primeiro nome ao invés do nome de família. O autor localiza as raízes desse último fenômenos entre os portugueses, que só a partir do século XII (na Europa medieval) é que passaram a usar o nome de família.

Outra demonstração da cordialidade brasileira está no culto mais

intimista, como o uso do diminutivo para se referir a Santa Teresa (Teresinha) ou na concepção de um Cristo que samba com os fiéis nas festas do Bom Jesus de Pirapora (HOLANADA, 1995, p. 149). Também localiza historicamente esse formato

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de culto na península Ibérica, quando é superado o culto palaciano e se tem cultos domésticos, intimistas e singelos.  

Um problema histórico passível de ser respondido pelo texto de Sérgio Buarque de Holanda é o da permanência da corrupção. Ao colocar a cordialidade como sendo essa dificuldade em respeitar os ritos sociais a até as leis, é possível entender a associação que se faz dos políticos brasileiros da atualidade com a corrupção. O desvio de verbas, o nepotismo, as tramas feitas por debaixo dos panos, são manifestações desse tipo social que não se adequa a uma política democrática e impessoal, e que trata a coisa pública como privada.  

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