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O Que é História, Jenkins

Por:   •  28/10/2021  •  Resenha  •  818 Palavras (4 Páginas)  •  330 Visualizações

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2° Contribuição Sobre as Aulas: JENKINS, Keith. A História Repensada

Julian de Pol

        Antes de iniciar esta abordagem reflexiva do que exatamente é história, na concepção do Professor britânico, Emérito da Universidade de Chichester, Keith Jenkins (1943) - salientando no início do texto seu intuito de tratar o tema de forma polêmica, para que o leitor, novato neste campo do conhecimento, possa desenvolver de modo crítico sua interpretação de história – o autor põe em questão um primeiro fator: o acesso de obras ligadas a metodologia historiográfica (como fazer história) referindo-se especialmente a categoria ‘Teoria da História’. Diferentemente do que ocorre em outros campos do conhecimento, como aos estudos filosóficos, que podemos encontrar, como afirma Jenkins ''uma vasta gama de obras na quais o arroz com feijão é o problema dos fundamentos e dos limites do que se pode saber e do que se pode fazer filosoficamente''. Concluindo que, a falta de acesso as obras específicas que trabalham com a questão de como se fazer história não é condizente exatamente com a quantidade de obras existentes para tal finalidade, que tratam sobre as técnicas e metodologias, em especial as áreas da Teoria de História.

        Neste primeiro momento, o historiador busca independentizar da concepção inglesa sobre a temática ‘o que é história’ para que saíamos do senso comum na nossa busca pela resposta desta pergunta. Num segundo momento, Jenkins faz um questionamento intrigante sobre até que ponto, para os historiadores, a história está ''fadada a ser irremediavelmente interpretativa [...]'' mesmo quando as buscas pela compreensão do passado são em seus métodos satisfatórios. Sequenciando outras séries de perguntas que ajudam a formular o papel do historiador e do que é história, e ao mesmo tempo, gerar ainda mais outras séries de questionamentos em torno da abordagem central da obra.  

        Separando as definições entre teoria e prática, Jenkins nos leva a tentar compreender a distinção entre história e passado em três pontos: a história é um ofício, e o passado objeto do estudo historiográfico, no entanto, apenas sob a obra do historiador que o passado pode resultar, de fato, em história. Para que, enfim, possamos interpretá-lo e entendê-lo. Este resultado final é fruto de um trabalho que exige aprendizado para poder não apenas ler, mais interpretar a leitura.

        O segundo ponto nos leva ao questionamento inicial, sobre a interpretação do historiador com o objeto de estudo. Sintetiza através do pensamento de Geoffrey Elton: quando um aluno passa na determinada disciplina ‘História Inglesa’, afirmando que estaria capacitado não exatamente para disciplina em si aprovada, mas sim, na leitura que Elton tem sobre história inglesa. Dando a entender que a interpretação é irremediável.

        O terceiro ponto consegue trazer a luz a problemática entre história e passado, colocando o papel da mulher, como exemplo, ao longo da história (ou do passado). Ou seja, diante deste isolamento histórico, as mulheres estão majoritariamente apagadas da história, sendo este o resultado final da obra dos historiadores, mas não estão apagadas do passado.

        Jenkins recorre a David Lowenthal para exemplificar a influência epistemológica aos historiadores para avançar um pouco mais na resposta, o que afinal é história?  Lowenthal afirma que nenhum historiador consegue recuperar a totalidade dos acontecimentos passados. Por mais bem aceito, e autenticada seja a história. Ela estará sempre trajada com aspectos pessoais do historiador. Esses aspectos pessoais estarão ligados ao presente. A avaliação feita pelo historiador do passado é ancorado nos conceitos pressupostos daquilo que ele vive hoje, como afirma Jenkins ''ninguém, não importa o quão imerso esteja no passado, consegue despojar-se de seu conhecimento e de suas pressuposições''. Para isso, as palavras de Athur Marwick são trazidas a obra para contrapor e frear essa influência da pessoalidade na interpretação do passado. Primeiro Marwick considera que a interpretação pessoal é também resultado da imperfeição das fontes, e que desenvolver ‘’severas regras metodológicas‘’ se faz necessário para que se possa reduzir essas intervenções morais ao longo de seus trabalhos. Jenkins contra argumenta, citando dezenas de metodologias diferentes do qual o historiador pode se basear. Nos deixando a pergunta ‘’ quais seriam os critérios dessas regras?’’

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