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O historiador, o macaco e a centaura: a história cultural do novo milênio. Fichamento.

Por:   •  3/10/2019  •  Resenha  •  1.555 Palavras (7 Páginas)  •  616 Visualizações

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SERGE GRUZINSKI. O historiador, o macaco e a centaura: a história cultural do novo milênio. 2003.

[IDEIA CENTRAL]: O autor usa um mural pintado por um ameríndio no México no século 16 como guia para falar sobre os estudos da História Cultural. Nele, estão representados um macaco, deus ameríndio, e uma centaura, deusa grega. Contra visões etnocêntricas e metodologias inadequadas como a histórica comparada, Gruzinski defende os estudos a partir das "connected histories". Ao invés de isolar culturas e opô-las, prefere analisar conexões e comunicações entre elas. Ideia de historias multiplas e não de uma História única e unificada. No caso da pintura, escolhe-se uma base local para entender um conjunto político planetário, a Monarquia católica. Ao fenômeno de expansão da Europa ibérica sobre outros continentes, que possibilitou ligações planetárias novas e mais intensas, ele dá o nome de "mundialização". Esse processo provocou mudanças no que era entendido como o "local" (a pátria) e o "global", o mundo. Essa "mundialização" desenvolveu-se por dois caminhos diferentes: a "ocidentalização" e a "globalização". No primeiro caso, o Ocidente confronta-se com realidades extra-europeias. Nesses processos ruidosos e visíveis de dominação, a mestiçagem é uma consequência. Tanto por quem utiliza elementos locais para a dominação, como para quem resiste a ela adaptando-se aos elementos impostos. Na "globalização", a dominação é sutil e intolerante. Formas de pensar e viver diferentes são suplantadas, o que não é europeu é erradicado ou fica restrito ao local. Não há troca ou mestiçagem, apenas via única de imposição de valores.

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Introdução:

Mural onde aparecem um macaco e uma centaura na cidade de Puebla, no México. Um é deus ameríndio e a outra é uma semideusa do paganismo grego. Ambos representam mensagens sobre o destino. Esse mural é o ponto de partida para as reflexões sobre a História Cultural neste milênio.

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1. Etnocentrismos. A análise do afresco nos obriga a sair duma visão europocêntrica e etnocêntrica da História

* Crítica aos historiadores europeus pela pouca atenção que dão ao que está fora do continente. Nos Estados Unidos, desde a década de 80, estudos criticam esse conservadorismo europeu e essa história que apenas projeta o Ocidente e suas categorias em relação ao mundo.

* Gruzinski diz, porém, que seria mais adequado pensar nos problemas do etnocentrismo como um todo, e não apenas no europocentrismo. Esse primeiro pode afetar os estudos de todos os locais do mundo.

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2. A história comparada

* História comparada não seria a resposta ideal para lidar com os problemas do etnocentrismo na História Cultural. Como comparar algo que não pode ser resumido à uma totalidade coerente (ideia de cultura como conjunto fechado e limitado)? Estudos comparados também não tiveram muita continuidade.

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3. Connected histories

* Alternativa à história comparada? Estudos do autor sobre México colonial mostravam elementos do passado pré-hispânico reunidos a elementos da Antiguidade europeia. Contra visões dualistas de oposição entre as culturas, percebe-se a mistura entre elas.

* Resposta do historiador pode ser a de trabalhar com as connected histories (histórias conectadas), termo de Sanjay Subrahmanyam. Ideia de histórias múltiplas e não a de uma História única e unificada. Observar ligações e comunicações entre as histórias.

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4. Outros obstáculos

* Importante analisar espaços intermediários onde as diferentes partes se encontram.

* Três abordagens (nacional, culturalista e microhistórica) podem contribuir para descontextualizar os objetos de estudo dos lugares aos quais pertencem.

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5. Os mundos da Monarquia católica

* Exemplo de Gruzinski parte de uma base local, a pintura de um nativo mexicano do século 16 com um macaco e uma centaura. A partir dele a pesquisa deve se estender a horizontes mais amplos, levar em conta conjuntos políticos planetários.

* Monarquia católica como conjunto de reinos agrupados sob o poder do rei espanhol a partir do século 16. Realidade no espaço e no tempo que cobre interações entre diferentes povos e culturas.

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6. A primeira mundialização e a dilatação dos horizontes europeus

* A perspectiva da Monarquia católica permite abordar de maneira diferente a questão da modernidade, ao chamar a atenção para o conjunto hispano-português.

* Autor propõe analisar os mundos da Monarquia católica, o que ensinam sobre mundialização.

* Expansão europeia a partir da Monarquia católica ampliou horizontes para a África, América e Ásia. Esse processo de planetarização liderado pela Europa provoca mudanças de escalas.

* Difusão mundial dos saberes e dos imaginários da Monarquia representa apenas uma dimensão de um processo mais complexo. Não pode ser dissociado do descobrimento simultâneo de outras línguas, outros saberes e modos de expressão. Textos da época, escritos não só na Europa, mostram as comparações feitas pelo encontro com as diferentes manifestações culturais.

* Novas perspectivas

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