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Os Padrões diferenciados das principais regiões cafeeiras

Por:   •  2/7/2018  •  Resenha  •  1.072 Palavras (5 Páginas)  •  264 Visualizações

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Wilson Cano em seu texto "Padrões diferenciados das principais regiões cafeeiras(1850-1930), procura abordar a dinâmica e as transformações econômica das principais regiões cafeeira do período assinalado, em especifico Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espirito Santo e São Paulo, que juntas totalizavam 95% da produção nacional. Cano neste estudo, faz um exame das condições para se construir um “complexo cafeeiro”, suas diversificações e consequências.

Para o autor, a produção cafeeira do Rio de Janeiro se originou no Vale do Paraíba Fluminense, pois a região oferecia terras virgens necessárias para instalação dos latifúndios e mão de obra escrava, inicialmente aproveitada da mineração. A cafeicultura Fluminense teve o seu apogeu em 1870-80, atingindo mais de 2 milhões de sacas, o sucesso do produto no mercado internacional, foi ocasionado pelo rebaixamento dos preços promovida pela oferta brasileira. A sua decadência começou a partir de 1882, visto que, ao se instituir como uma produção escravista e não mudar esta condição, assinava seu próprio atestado de óbito. A proibição do tráfico de escravos em 1850/56 resultaria num aumento dos preços e diminuição da sua oferta, a topográfica da região também forçou uma marcha da cafeicultura para o interior a procura de novas terras virgens, estas condições inviabilizavam a continuidade de acumulação de capital e a formação de um complexo cafeeiro semelhando ao de São Paulo. Enfim, declínio do Rio de Janeiro só não foi tão grande, graças a urbanização, sua estrutura de comercialização portuária do café e a centralização do aparelho estatal.

Segundo Wilson Cano, em Minas a produção cafeeira se localizou inicialmente na zona da mata e depois se expandiu para o sul, região de fronteira com São Paulo. A constituição da cafeicultura escravista seguiu de perto a do Rio de Janeiro, só se diferenciando quanto a sua posição relativa no sistema de produção, mantendo entre 1876 e 1930 participação de 20% da produção das quatro regiões( RJ, MG, SP e ES). Minas gerais, apesar de ter uma produção historiográfica escassa, para Cano, estudos mais recentes possibilitam melhor conhecimento de algumas especificidades da região. Ao se constituir em sub-regiões assimétricas entre si, não concentrava grande número de escravos utilizando 25% do contingente escravo provincial, o que é controverso, pois não se sabe exatamente se os escravos foram importados ou se houve uma grande reprodução natural. Entretanto, de acordo com o autor essa dúvida ainda não pode ser esclarecida, mais se sabe que a província mineira não sofreu com as altas nos preços de escravos como Rio, perpassando pela crise sem abalos significativos na sua produção. Contudo, a transição do trabalho cativo para o livre em 1888, não constitui o regime assalariado, outro fato foi a dependência do capital mercantil do Rio, já que Minas não possuía saída própria para suas exportações, assim, a região não gerou força produtiva capitalista resultando num não complexo cafeeiro.

A cafeicultura capixaba para o autor, também apresentou suas peculiaridades, sendo iniciada na década de 1840 na região sul, o cultivo de café veio substituindo o de cana de açúcar nos grandes latifúndios. Inicialmente suas relações produtivas eram escravista, mais passado período da crise dos preços de escravos em 1860, inicia-se uma corrente migratória do Rio de Janeiro e de Minas Gerais para o Espirito Santo em busca de terras devolutas. Apesar de existir grandes latifúndios, à predominância de pequenas propriedades, assim como na zona da mata, e também há dependência do porto do Rio de Janeiro, por onde o café era exportado e ainda que houve um fluxo migratório, não caracterizou trabalho assalariado, expandindo-se o sistema de parcerias. Na visão de Cano, a combinação pequena propriedade e trabalho escravo inibiu um maior desenvolvimento da produção na região e que a crise do café que ocorreu entre 1897 e 1905, ocasionou na substituição da cultura cafeeira em parte pela cana de açúcar, pela pecuária leiteira, extração de madeira

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