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RESENHA DO LIVRO DE JOSÉ AUGUSTO PÁDUA: UM SOPRO DE DESTRUIÇÃO Pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista

Por:   •  5/12/2015  •  Resenha  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  803 Visualizações

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Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) Câmpus de Assis


HISTÓRIA AMBIENTAL

CÉLIA REIS CAMARGO

DIEGO ALVES MORAES


RESENHA DO LIVRO DE JOSÉ AUGUSTO PÁDUA:

UM SOPRO DE DESTRUIÇÃO

Pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista

(1786-1888).

Assis
2013

PÁDUA, José Augusto. Um Sopro de Destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

 

Na introdução desta obra, podemos observar que Pádua tem como objetivo tentar compreender algumas preocupações sobre o meio ambiente brasileiro da época estudada, mostrar que as discussões a esse respeito se faziam presente nesse período da história do Brasil. Analisar de forma crítica os primeiros movimentos que se deram os processos de destruição do território brasileiro.

Para esse estudo o autor utilizou vários textos e autores que retratam a destruição do meio ambiente e seus efeitos sociais e econômicos. Não se importou tanto com os relatos dos viajantes. O autor parece não querer estudar a historia do abuso da natureza sendo uma causa da exploração como lucro ou com a ideia de que o pensamento da época era de que o meio ambiente nunca se esgotaria.

O espaço de tempo de quase cem anos escolhido pelo autor – 1786 a 1888 – é devido à primeira obra de ''crítica ambiental'' gerada na Colônia, até a abolição da escravatura.  

Pádua discute profundamente em seu livro a questão do elo entre a ciência e o romantismo, ele queria encontrar as origens de uma consciência ambiental nas produções românticas e não nas que tratavam de ciência. As pesquisas que formam os assuntos a serem tratados no livro surgiram quando o autor começou a se deparar com elementos de crítica ambiental presentes nos discursos políticos da época escravocrata do Brasil. Ao investigar mais profundamente com o assunto, descobriu vários intelectuais luso-brasileiros que , segundo ele, eram críticos ambientais, que formavam um grupo que tratavam dos assuntos pertinentes à ruína dos recursos naturais. O autor vai analisar as discussões referentes à destruição do meio ambiente ocorridas no século XIX.

Grande parte dos textos analisados por Pádua que se referem ao período colonial fazem críticas dos métodos de agricultura que foram utilizados nos engenhos de cana de açúcar e na monocultura, ele diz tais métodos causaram efeitos devastadores, sobretudo na mata Atlântica. São discutidos também os efeitos assoladores da mineração em Minas Gerais e em Goiás.

Esta obra vai deixar claro que a escravidão deixou um rastro de destruição por onde passava que o sistema escravista era o agente causador da destruição da natureza e que o Brasil servia de exemplo para demonstrar esse fato. 

José Bonifácio já teria a associação do vincular a escravidão e destruição do meio ambiente. De 1840 a 1880, vários escritos chegaram à mesma conclusão, que o regime escravista tinha relação com a destruição ambiental. Essa critica do sistema escravista também serve como justificativa de se acabar com o colonialismo. Então essa obra tem a intenção de colaborar com debates políticos daquela época no Brasil.

O autor percebe que, nesse espaço de cem anos estudados, existia uma apreensão em relação às questões econômicas, das quais evidenciando as críticas ambientais. Debates dos problemas sociais e ambientais se faziam presentes, como as queimadas, a falta de madeira, a monocultura, o desmatamento, a exploração exaustiva da terra e etc.

Essas críticas ambientes se constituem para irem contra o uso inconsequente, irracional e contra o desperdício dos meios naturais. Criticava-se o modelo de produção colonial, que enxergava a terra como um recurso a ser explorado maçantemente e não protegido.   Criticas que defendiam os interesses da Coroa, fazendo apologia de uma reformularização dos métodos agrícolas, visando o melhoramento da produtividade e a diminuição do impacto da agricultura no meio ambiente.

As críticas ambientais crescem no decorrer do século XIX no Brasil, sendo presenciada na literatura agrícola. Está contida na obra uma série de autores que relataram nessa época.

A defesa que se faz da floresta não é devido a sua importância essencial, mas sim nos seus meios de obter lucro. Era enxergada a utilidade da floresta: a madeira, os frutos, além de todas as possibilidades econômicas que ela poderia oferecer. Os pensadores estudados pelo autor criticam o modelo colonial de exploração, dizendo que este ocasionou uma economia improdutiva, que só tende a destruir e que impedia a heterogeneização do povo e a civilização do país.

Para Carlos Taunay, o retrocesso da agricultura era devido a ausência de sofisticação da produção, mas não fez a ligação desse retrocesso ao escravismo, ele cogitou a possibilidade de associar o uso da mão-de-obra escrava com uma melhor condição de vida do escravo . Assim, mesmo alguns pensadores já tivessem fazendo críticas ambientais e colaborando com a relevância da floresta, poucos defendiam o porquê do fim da escravidão.

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